Capitulo 39 - Ajuda inesperada

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* Ariana

Despertei com alguém me chamando insistentemente.
- Moça, moça. Acorda!

Abri os olhos, uma dor tremenda na cabeça me fez querer chorar. Na verdade meu corpo inteiro doia. Eu estava deitada na beira do rio, um joven fae me observava de perto.
- Onde estou? Perguntei com voz fraca.
- Você está no Mar de Prata moça. Disse o fae.
Minha visão se ajustava aos poucos, assim como a memória de tudo o que aconteceu.
- Onde estão Andrês e aquela Afrodite? Disse eu olhando atônita para os lados.
- Quando eu cheguei aqui não tinha ninguém mais além da moça caida aí como uma trouxa velha.

Estranhei aquela comparação e observei melhor meu interlocultor, ele me pareceu vagamente familiar. Era um menino parecia ter no maximo treze anos. Cabelos avermelhados, branco, magro, olhos pretos.
- Espera! Você é o carinha que me roubou. O acusei me sentando rápido o que me causou uma leve tontura.
- Não, você deve estar enganada. Desconversou ele.
- Não, eu lembro muito bem de você. Você me roubou naquela feirinha do centro da cidade a alguns dias atrás e ainda zombou de mim por eu ser uma meio fae e não poder voar. Falei segurando o seu ombro.
- Ok, pode ser que eu tenha te roubado. Desculpa aí, mas eu estava precisando. Revelou ele.
- E seus pais sabem disso? Perguntei o olhando nos olhos.
- Sou orfão.
- Ah, eu sinto muito.
- Sem crise. Já fazem cinco anos, foram mortos por tenebris que os queriam roubar.
- Um dos doze generais tenebris? Perguntei desconcertada.
- Não os generais, os tenebris menores. Eles roubam e matam sem piedade. Disse ele com raiva.
- Entendo, mas você não devia roubar como eles. Aconselhei.
Ele se levantou irritado.
- Eu não roubo como eles, só furto uma coisinha ou outra por aí. Cruzou os braços.
- Ok, não vamos brigar mais por isso. Tentei levantar, mas quase cai sentada com uma pontada na cabeça, o fae me amparou e me sentou numa rocha por alí. Senti um focinho cheirar meu cabelo.
- Diamante. Abraçei a cabeça do cavalo que se inclinava para mim.
- Foi ele que me trouxe até você. Eu encontrei relinchando feito louco, quando o soltei ele veio correndo para cá. Explicou o fae.
- Obrigado é....
- Ângelo, mas todos me chamam Red, por conta do cabelo. Disse ele mostrando o cabelo avermelhado.
- Obrigado Red, eu me chamo Ariana. É um prazer conhecê-lo.
- O prazer é meu. Mas o que a senhorita fazia aí jogada?
- Pode me chamar de você, não seja tão formal. Respondendo a sua pergunta, tive o desprazer de ser surrada por uma general tenebris. Ela raptou meu amigo.
- Sinto muito moça, Ariana. Se eu puder fazer algo para ajudar.
Tentei levantar, mas gemi de dor. Meu corpo inteiro estava dolorido demais.
- Ai, a mordida daqueles demônios aquáticos doi pra burro. Ai. Reclamei observando o machucado inchado no meu ombro, onde a criatura cravara os dentes.
- Você foi mordida por uma daquelas coisas? Nossa que má sorte.
- Por quê? Perguntei distraída, ainda observando a extenção dos meus machucados.
- Dizem que a mordida deles é venenosa.
- Venenosa? Perguntei negativamente surpresa.
- É o que dizem. Se você quiser conheço uma boa fae curandeira, o nome dela é vovó Ka.
- Vovó Ka?
- É. O nome dela de verdade é Kalipso, mas todos a chamam de vovó Ka, ela é uma das fae mais antigas daqui.
- Eu acho que vou aceitar seu oferecimento. Não conheço mais ninguém por aqui.
- Então vamos?
Me levantei com dificuldade. Nunca apanhei tanto na minha vida. Red me ofereceu seu ombro amigo no qual eu me apoei.
- Se importaria se formos no cavalo? Eu sei que você voa e tudo mais, mas eu não.
- Não me importo nem um pouco. Sempre quiz ter um cavalo alado, mas eles são muito caros. Você deve ser rica para ter um tão grande e bonito. Disse o fae me ajudando a montar.
- É, ele não é exatamente meu. Eu meio que peguei sem a permissão do dono.
- Então você o furtou?
- Digamos que eu peguei emprestado.
- E vai devolver?
- Não sei. Respondi com sinceridade.
- Então furtou. Concluiu ele - E ainda quiz me dar uma lição de moral.
- É diferente. Foi uma emergência. Retruquei incomodada.
- E quem te falou que eu também não tinha uma emergência quando peguei seu dinheiro "emprestado" sem seu consentimento?
- Ta bom Ângelo. Sobe logo. Respondi exasperada.
Nós montamos. Eu fui atrás segurando na cintura de Red, ele ia guiando Diamante, pois sabia o caminho.
- É muito longe? Perguntei rompendo o silêncio que se instalara.
- Não muito. Nosso esconderijo fica próximo ao povoado.
- Esconderijo? Estranhei.
- Não é nada, não. Disse ele tentando desconversar.
- Ah Ângelo. Agora você vai ter que me contar. Que esconderijo é esse?
- Só se você jurar guardar segredo.
- Eu juro. Prometi.
- Esta bem. É onde um grupinho de crianças orfãs vivem.
- Por quê? Por aqui não há orfanatos?
- Você tem que entender que dificilmente um fae morre de doença e como eles vivem muito não deixam crianças orfãs. Sendo assim não hã muitos orfanatos em Aurór. Quase ninguém se preocupa com orfãos.
- Por isso vocês tem que furtar?
- Nem sempre, as vezes há pessoas boas que nós ajudam.
- Entendo. Respondi condoida com a situação deles.

A filha da rainha - contos dos medium fairy. (Em Revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora