Capítulo 73 - Votação

3K 340 49
                                    


*Ariana

- Está certo. Faremos a votação. Cedeu Dracon frustado.
- Isso não é justo. Resmunguei inconformada.
- Calma Ana. Sussurrou Andrês em meu ouvido afagando meu braço.

- Quem será seu candidato? Perguntou Dracon a Alberon.
Reparei que Maia que se mantinha afastada até o momento, deu um passo a frente com o peito estufado.
Seria ela a candidata de Alberon?
- Acho que o candidato adequado seria eu mesmo. Anunciou Alberon.

Vi o espanto no rosto de Maia e permiti que ela visse em meu rosto um sorrisinho de escárnio.
Mas isso foi só até eu perceber que o mestre dos tenebris poderia se tornar rei. Isso não podia acontecer.
Olhei apreensiva para Andrês, ele apertou minha mão em apoio.

- Acho que Alberon cometeu um grande erro. Cochichou Linus.
- Por quê diz isso Linus? Perguntei confusa.
- Se ele tivesse posto Maia como sua candidata, talvez ela pudesse ganhar, mas com ele como candidato a história muda. Respondeu Linus.
- O que te levou a essa conclusão? Perguntou Andrês.
- Veja bem, grande parte do povo lá embaixo viu quando Alberon foi rejeitado pela pedra rubi diante de todos na última coroação e não é só isso, alguns o rejeitam por ser um filho bastardo. Analisou Linus.
- Mas eles me rejeitam também por ser mestiça. Objetei.
- Precisamente, mas Maia não teria esse tipo de rejeição. Ela nunca foi testada pela pedra rubi e tem sangue real pelo lado do pai e da mãe, ou seja, ela teria muito mais chance de vence-la majestade. Disse Linus.
- Então o orgulho de Alberon pode ser a sua perdição. Falei.
- Isso mesmo. Concordou Linus.
- Viu Ariana, falei que ia dar tudo certo. Disse Andrês com um sorriso.
- Já me sinto mais confiante. Confessei.

- Povo de Aurór. Segundo a lei de Aurór de acordo com a lei do sangue real, daremos inicio a votação. Anunciou Dracon.

- Se eles o escolherem ele será rei? Perguntei a Linus.
- Não, primeiro ele será testado pela pedra. Respondeu Linus.
- Mas ele já foi rejeitado uma vez. Falei.
- Sim, mas nada garante que isso acontecerá de novo e também se ele for rejeitado, Maia como sua filha, também poderá testa-la. Falou Linus.
- Então eu tenho mesmo que vencer essa votação. Pensei comigo.

- Chamo a frente Ariana Morrigan Lancaster e Alberon Fey Morrigan. Chamou Dracon.
Dei uma última olhada em Linus e Andrês.
- Boa sorte. Sussurrou Andrês pela segunda vez.
Dei-lhe um sorriso e caminhei para perto de Dracon.
Alberon se postou do outro lado.
- Majestade sua coroa. Pediu Dracon.
- Ah, claro. Falei toda atrapalhada tirando a coroa de minha cabeça e a entregando a Dracon. Me demorei a olhando.
- Não se preocupe. Tenho certeza que essa coroa voltará para vossa cabeça. Disse Dracon.
- Obrigada senhor Dracon. Agradeci comovida.
Dracon me presentiou com um de seus raros sorrisos discretos.

- Que comece a votação! Anunciou Dracon.
- Ergam as mãos quem deseja que Alberon seja rei. Pediu Dracon.
Uma boa quantidade de mãos foram ao ar. Se bem que eu nem conseguia contar devido ao meu estado de nervos.
- Agora levantem as mãos quem deseja que Ariana seja rainha. Continuou Dracon.
Com medo de que a realidade fosse muito dura, cobri meus olhos temerosa de perder.
- Majestade, majestade. Olhe. Pediu Dracon.
Tomando coragem, abaixei as mãos e abri meus olhos devagar.
Mesmo sem contar, eu podia ver que havia muito mais mãos levantadas para mim do que tivera para Alberon.
- Senhor Dracon isso quer dizer...
- Isso mesmo. Você foi eleita pelo povo como a nova rainha. Disse Dracon contente.
Olhei para Alberon, ele tinha um olhar de ódio no rosto.

- Desculpe nos senhor Alberon, mas não podíamos ir contra a vontade de nossa amada Rainha Branca. Gritou um fae lá embaixo.
O rosto de Alberon mudou para um sorriso forçado.
- Não se preocupe, eu entendo. Disse Alberon.
Depois ele se voltou para mim e caminhou em minha direção. Dei um passo atrás temerosa.
Ele se achegou e tomou minha mão na sua. Quis retira-la imediatamente, mas Dracon fez uma negativa discreta com a cabeça.
- Parabéns, vossa alteza. Espero que não haja recentimentos, minha querida sobrinha. Disse Alberon beijando minha mão em seguida.
"Nossa como era falso! Ele queria era se aparecer em frente ao povo. Mas dois podem jogar esse jogo."
- Claro que não meu querido tio. Respondi fazendo uma breve reverência retirando delicadamente minha mão de suas garras.

Depois disso, ele juntou-se a Maia e Anemone onde se entreteram em cochichos.
Não sei porque, mas isso não me cheirava bem.

- Vossa alteza. Chamou Dracon me forçando a desviar meus olhos dos meus odiosos inimigos.
- Acho que isso lhe pertence. Disse Dracon recolocando a coroa em minha cabeça.
- Obrigada. Agradeci a tocando como pra ter certeza que ela me pertencia.

O livro de ouro foi trazido novamente e o juramento da rainha foi feito.

- Perante todos os presentes e perante Fyri rainha da natureza, eu a declaro rainha de Aurór do sul. Rainha da Luz. Declarou Dracon.

A salva de palmas envolveu o ambiente por alguns minutos.
- Agora como é de praxe, a rainha discursar ao povo. Disse Dracon me cedendo passagem.

Bom, eu havia treinado isso com Rose. Agora era hora de por em prática.
Respirei fundo e dei um passo a frente.
- Senhoras e senhores. Povo...
- Desculpe interrompe-la, mas esse teatrinho termina aqui. Disse Alberon se aproximando com passos firmes.
Ele vestia uma túnica com capuz marrom escuro.
- O que você quer agora. Indignei-me.
- Tomar o que é meu. Respondeu ele se aproximando mais.
- Se afaste dela. Disse Dracon se interpondo entre Alberon e eu
- Guardas! Chamou Dracon.
Olhamos e todos os guardas estavam sendo broqueados por pessoas vestidas com capuz marrom. Alguns ainda tinham o uniforme de guarda por baixo. Eu sabia que havia traidores, mas não sabia que eram tantos. Até Andrês e Linus estavam broqueados. E no meio do povo, vários marrons surgiam.

- Eu quis que fosse do jeito mais fácil, mas vocês não quiseram. Agora aguentem as consequências. Anunciou Alberon de modo que todos ouvissem.
- O que significa isso? Gritou Dracon.
- Isso meu caro Dracon, é guerra. Respondeu Alberon com um sorriso no rosto

A filha da rainha - contos dos medium fairy. (Em Revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora