Capítulo 21

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Andrea's P.O.V. On

Quando tocou as aulas acabaram. No dia anterior o Harry tinha faltado à nossa explicação e isso preocupou-me bastante. Mais do que eu gostava e mais do que estava disposta a admitir. O meu coração apertava só de pensar no que podia ter acontecido à sua mãe.

Com a chegada do fim do dia sentei-me na minha cama a comer batatas fritas e a ouvir uma música aleatória.

A Jessie não parava de andar de um lado para o outro enquanto olhava para mim. Isto até me arrancar os fones dos ouvidos e sentar-se ao meu lado na cama.

— Porra Jessie, estás parva?

— O que se passa contigo hoje?

— Nada. - menti.

— Eu sei que se passa alguma coisa. Tu não sabes mentir. O que foi?Foi porque o Mr.Styles hoje não veio?

— O quê?! - o meu coração acelerou só de pensar que a Jessie poderia saber de tudo.

— Tu ouviste. As outras raparigas como a Ashley e a Amanda hoje estavam muito sentimentais e irritadas por isso, ou então é mesmo a TPM. - gargalhou tal como eu. — Ou o teu romance lésbico não está a correr bem.

— É exatamente isso.

Ela encarou-me por um tempo e depois voltou a falar.

— A sério?

— Não. - comecei a rir por ela ter acreditado.

— Ok agora a sério, tu estas interessada no Mr.Styles não é? -perguntou curiosa. Até demais.

— Não. - falei indignada.

Na verdade nem eu sabia se estava mesmo, quanto mais a minha amiga Jessie.

— Ou é isso ou tu tens um romance lésbico que não está a correr bem. Conta-me, por favor. Eu prometo que não conto a ninguém, nem mesmo à Kat.

— Não é nada Jessie. Para de seres chata.

— Vá lá, não mintas. Então tu estás interessada no Mr. Styles. Eu sei que sim. A maneira como tu olhas para ele diz tudo. Tu gostas dele não gostas?

— Não?!-respondi mas saíu mais como uma pergunta e odiei-me por isso.

— Tu podes contar-me tudo, eu já disse que não conto a ninguém.

Por um segundo pensei em falar sobre tudo com ela mas por mais confiança que eu pudesse ter nela, nunca teria coragem suficiente para contar isto a alguém.

— Não, tu estas a enlouquecer. Eu nunca iria-me apaixonar por um professor de matemática mais velho que eu e que provavelmente namora. -falei tentando convencê-la mas nem a mim me conseguia convencer. — Ele não quer saber de nenhuma de nós. Nem sei como gostam tanto dele. Ele nem é grande coisa.

— Já percebi... Tu estás com alguma rapariga daqui não estás? É por isso que estás tão indiferente a tudo e não achas aquele Deus grego lindo. É com quem? Não me digas que é com a Kat! Por trás das minhas costas? Não! É com a Amanda, não é? Eu sempre soube que ela tem demasiada tensão sexual acumulada. Ela e aquela amiguinha dela...

— Jessie, chega.

Ele suspirou pesadamente.

— Ok, tu é que sabes. Quando quiseres falar comigo sobre o que se passa para estares assim tão triste já sabes que eu estou sempre aqui.-levantou-se da minha cama e começou a mexer na sua roupa para ir tomar banho.

Nos meus pensamentos naquela época, era inadmissível que eu estivesse apaixonada por ele. Porquê? Porque tinha tudo para dar errado e na verdade nenhum benefício. Primeiro ele era meu professor, segundo eu podia ser apenas mais outra e a lista de contras era muito maior que a de prós. No entanto quando a Jessie fez aquela pergunta eu estava incerta. A única coisa que sabia era que não me podia deixar levar demasiado e não me podia iludir. Afinal ele era apenas alguém que me queria usar e para ser usado, nada mais. Porém olhando agora de volta para o passado, consigo ver que fui parva com tudo isto. Tudo estava a acontecer mesmo à frente dos meus olhos mas os meus pensamentos e repreensões não me deixavam ver com clareza.

Entretanto, o meu telemóvel vibrou. Era uma mensagem do Harry.

De: Harry

Estou cá fora á tua espera.

Sem pensar em mais nada, parei tudo (ou nada) que estava a fazer, calçei as minhas Vans vermelhas e preparei-me para sair do quarto.

— Onde vais?

— Vou dar uma volta.

— "Dar uma volta", sei. - ela sorriu maliciosamente. — Aproveita. - piscou o olho e entrou na casa de banho antes que pudesse lhe responder.

Então saí do quarto e, mais tarde, dos dormitórios do colégio o mais depressa possível.

Fui até ao sitio onde ele me tinha deixado pela última vez e avistei-o dentro do seu carro a olhar para o nada, talvez a pensar.

Entrei dentro do carro e fechei a porta. Ele continuou na mesma posição sem dizer uma única palavra, tal como eu.

A minha cabeça estava numa constante guerra entre falar algo ou ficar calada á espera que ele falasse, mas a minha preocupação foi maior que tudo.

— Estás bem? - encarei-o.

— Sim, porque não estaria Andrea? -deu um sorriso fraco.

— Não apareceste no colégio hoje então perguntei. - olhei para baixo para as minhas mãos.

Ficámos assim, em silêncio por alguns momentos até ele voltar a falar.

— Tu ouviste, não foi? Tu ouviste a minha conversa com a Mrs.Parker. - disse com fúria e apertou o volante.

— O quê?

— Eu devia ter desconfiado, não devia? Já espalhaste pelo colégio inteiro que a minha mãe está no hospital?

— Não eu nunca faria isso.

— Então porque é que ouviste?

— Porque eu sou curiosa e no início pensei que tu fosses algo mais da Diretora. Só percebi do que se tratava e fiquei em chocada e preocupes. Eu passei o dia todo a pensar no que vocês podem estar a sofrer. -desabafei.

— Como é que te passou pela cabeça que eu fodia com a Mrs. Parker? - gritou com repugnância. — E eu não preciso que tenham pena de mim porra.

— Não é pena, é preocupação Harry. Porque eu quero saber de ti e não sou como tu que te estás a fuder para o que eu sinto ou deixo de sentir. - gritei de volta.

— Eu por acaso disse isso?

— Não precisas dizer, eu sei que não sou a única por isso peço desculpa se te ofendi ao pensar que também estavas envolvido com a Mrs. Parker. Peço desculpa em estar preocupada com a tua mãe.

Parei de gritar cansada de tudo e ele não respondeu. Ficamos por alguns minutos naquele silencioso ensurdecedor. Como não me ia dizer mais nada, decidi abrir a porta do carro para sair dali o mais depressa possível mas ele agarrou-me no braço.

— Desculpa por ter gritado contigo.

— Não Harry, eu vou embora. Se quiseres falar comigo sobre a tua mãe telefona, envia mensagens mas neste momento eu preciso estar sozinha.

Ele acentiu e largou o meu braço devagar. Eu saí do carro e andei de volta para o meu quarto.

Naquele momento não queria nem sentia que devia ter ido embora mas achei que era melhor dar tempo ao tempo e estava certa. Ambos tínhamos muito com que lidar e muito para processar e não devíamos agir de cabeça quente.

My Hot and Sexy Teacher {H.S.} A EDITAROnde histórias criam vida. Descubra agora