.••• Avião ••• Vovó ••• (Editado)

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Já fazem 3 horas que estou nesse avião. Estou viajando na classe normal pois minha família não é lá muito rica e também não me importo muito com isso, se dinheiro definisse as pessoas arrogância era o que sobraria no mundo.

Me levantei da poltrona e fui até um dos banheiros, fiz o que precisava e no exato momento em que fui sair do banheiro a aeromoça anuncia:

"Estamos passando por uma pequena turbulência senhores passageiros permaneçam sentados"

A única coisa que consegui pensar era em Fred, "será que ele está bem lá em baixo?". Tentei me segurar em algumas barras de apoio, mas foi inútil em poucos segundos eu cai de costas para a porta e ela se abriu.

- Ahh. - Dei um pequeno grito ao ver que tinha caído em cima de um garoto. - Me desculpe. - Falei me levantando e indo até o meu lugar toda vermelha.

- Ei espere você deixou ca... - Nem ouvi direito o que ele falou, "por que você tem que ser tão envergonhada Wendy!?", olhei para meu pescoço meu colar havia sumido, uma correntinha com a letra " W " e com uma pedrinha de esmeralda. O colar que meus pais haviam me dado tinha ficado com aquele cara.

Olhei para trás e não o enxergava mais. Não acredito que perdi minha correntinha. Fui até o meu lugar sem nenhum animo no corpo.

Depois de algumas inacabáveis horas, chegamos em Brasília, era linda e com uma arquitetura maravilhosa. Chegamos no aeroporto e pousamos. Foi um pouco estranho, mas juro que agradeci por finalmente estar no chão.

Desci do avião e peguei as minhas malas. Quando achei Fred fiquei na maior felicidade.

- Oi Fred! - Falei pegando a caixinha e colocando uns biscoitos lá dentro. - Já estamos chegando só preciso achar o Joshua. - Falar com o meu goto pode até ser estranho estranho, mas ele me entende melhor do que qualquer pessoa, acho que com todo o bichinho é assim.

Joshua era o mordomo de minha avó. Minha avó tinha muito dinheiro, depois que meu avô morreu ela entrou em uma fase de depressão, mas se recuperou muito bem, comprou uma casa na cidade e vive praticando esportes radicais como escalada, asa-delta e também queda livre de paraquedas, isso que ela tem lá os seus 67 anos.

- Madame Wendy. Sou Joshua e vou levar você ao seu destino. - Vi Joshua se aproximando e me ajudando com as malas.

- Por favor me chame de Wendy. - Falei sorrindo.

- Como quiser Wendy.

Ele pegou algumas de minhas malas e eu peguei as outras levamos até carro e fomos dirigindo até a casa.

Quando chegamos me surpreendi com o tamanho do lugar, da última vez não lembro ser tão grande.

- Wendy. Minha querida! Que saudades. - Minha vó saiu de casa com uma roupa de mergulho.

- Oi vovó! Que saudades da senhora. - Falei a abraçando.

- Querida. Agora estou meio ocupada vou pegar o táxi que está me esperando para ir nadar com peixes do mar. Depois podemos conversar sobre a viagem ok?

- Ah legal! Eu espero a senhora. - Por essa eu não esperava.

- Joshua, Janet, e Jeremy vão cuidar do que precisar ok? Agora estou indo! Beijos! - Ela falou saltitante.

- Tchau vovó. - Falei acenando para a mesma que já estava dentro do carro. Observava sua vivacidade quando Joshua me interrompeu.

- A idade fez tão bem a ela, não é?

- E como! - Falo rindo. - Tem pessoas que nunca amadurecem e outras que apenas vivem. - Falei e ele assentiu. Peguei Fred e mais uma mala e fui passando pelo jardim onde havia um enorme chafariz e também uma grande área com flores e orquídeas.

Entrei na casa e subi até o quarto de visitas que eu costumava ficar. Ele tinha mudado um pouco, estava enorme. Havia um banheiro, uma sacada nova, e uma cama super confortável. Olhei pela sacada e me lembrei das vezes que eu e Josh ficamos na casa da vovó, quando Dani vinha pra cá, ou até mesmo quando minha mãe quase me pegou beijando um rapaz no jardim dos fundos. Jeremy o mordomo trazia minhas coisas consigo, 4 malas, ou seja, eu tinha 5 malas para organizar nas próximas 3 horas.

Peguei Fred e o coloquei na sacada. Comecei a ajeitar minhas roupas, calçados, acessórios, material escolar e diversos outros apetrechos. Era tudo tão novo, tão limpinho o quarto exalava o cheiro de erva cidreira o que me fazia lembrar de rosas brancas, mas não me pergunte o por que.

Terminei de ajeitar as coisas e fui tirar uma soneca, estava morta de cansaço, mas não conseguia esquecer de minha correntinha. Eu havia a ganhado a muito tempo atrás de meus pais, e a única coisa deles que eu tinha trazido de lembrança deles era a corrente e agora ela estava em mãos de um completo estranho que eu nem sabia o nome, mas acho que isso provavelmente não importa mais, apenas quero dormir, dormir e dormir até acabar o ensino médio.



Uma Nerd Sem LimitesWhere stories live. Discover now