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De pudins a confissões

2 semanas antes da fuga...

Sentir-me-ia um homem incrível se conseguisse conquistar a bela e adorável Dolly Hudson? Quiçá, porventura, a oportunidade para tal me fosse dada, com uma troca de olhares, ou então, de sorrisos. Se isso funcionasse, todavia eu agradeceria aos deuses gregos, pois Dolly Hudson seria minha! E se, com sorte, ela fosse minha, eu dar-lhe-ia tudo que ela desejasse, até mesmo todas as riquezas do meu mundo, - pudins e os álbuns da Whitney Houston. Contudo, isso só aconteceria numa outra dimensão, num outro universo, visto que Dolly Hudson estava fora da liga: eu repito, fora!

Houve uma forte probabilidade de ganhar o campeonato, porém na véspera dos quartos de final, o previsto dos clichês aconteceu: Dolly Hudson é conquistada pelo mau rapaz da história, Billy. Pior que isso não havia. Acreditem, eu mal sobrevivia quando os via no liceu, agarrados um ao outro, aos beijos como os atores de pornô.

Aos poucos e poucos, Dolly saíra da minha cabeça e eu conseguira esquecer-lhe num ápice. Eu podia viver de novo sem sequer pensar nela, visto que miúdas vão e vêm e, segundo Ace, a miúda que me é destinada chegará quando o sol deixar de brilhar. Ah...

Típico do Ace Walter.

Falando no filho de Satanás, fazia exatamente três dias que Ace não punha os pés na Morgantown HS. Três dias desde que ele espancou um aluno de intercâmbio, o qual  propositadamente empurrou Ace na cantina, fazendo com que este deixasse o seu saboroso pudim cair ao chão, e vocês sabem, um pudim desperdiçado é uma vida próspera de desgraças. Trágico.

- Vês, eu disse-te... É a terceira vez que o chamo e nada!

Bem, talvez eu devesse parar de me afundar na profundidade dos meus pensamentos e focar-me na realidade desta minha vida cruel de estudante, que, penosamente é demasiado dura para alguém de frágil como eu. Mas, enfim...   Exercícios de trigonometria não se resolvem sozinhos, não é?

- Daniel Curtis!

O meu corpo estremecera, e num ímpeto, levantei a cabeça e fixei o rosto do rapaz que me chamou.
- Sim, Oliver? - perguntei.

Ao seu lado estava Thomas, que tinha nas suas mãos ásperas uma bola de futebol americano. Oliver inspirou por alguns segundos e por fim, de um ar extremamente desconfortável, proferiu:

- O Ace vai mudar de estado. 

E desta eu não estava à espera.



ROUGE : À Procura De Spencer (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora