Cap. 18

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Dia 2/8

Mia estava mais apavorada que o habitual.

Ultimamente a garota tinha ficado mais apavorada, mas nunca dizia isso para alguém. Tentava bancar a durona para que nenhum trolho tirasse proveito dela, só que com todas as coisas que se passavam na sua cabeça estava ficando difícil aparentar qualquer outra emoção que não fosse o medo.

Ainda não conseguia entender o que tinha ocorrido com o céu. No caminho para a cozinha deu de cara com Thomas, que parecia estar muito confuso.

-Mas que mértila ouve com o céu?! -perguntou Mia, olhando para cima.

-Não pergunte para mim, eu também não sei. - disse e foram em direção a cozinha, encontrando lá Minho que já estava com as coisas prontas.

-Nos ainda vamos entrar lá dentro?

-Com céu ou sem céu nos temos que achar uma saída. -Disse olhando para Mia. Ela entendeu o que ele queria dizer, parecia ter um motivo especial por Minho querer loucamente achar uma saída, mas Mia se recusava a acreditar na hipótese de esse motivo ser ela... Era impossível.

Balançou a cabeça e foi pegar alguma coisa para comer. Voltou alguns minutos depois para a mesa em que Minho e Thomas estava. Sentou-se do lado de Minho.

Pensava. Comia. Pensava mais um pouco. Comia mais um pouco. Estava totalmente desconectada do mundo até um indivíduo chamar sua atenção.

-O que aconteceu com você hoje? Tava te chamando, mas você nem respondia. -Diz Minho, a garota abana a cabeça, para afastar seus pensamentos e concentrar-se na vida real, e responde Minho.

-Nada... Só estava pensando.

-Você tem pensado muito ultimamente. - "parabéns Minho! Você foi o único a perceber isso! Palmas" pensou a garota, mas não disse nada. -Mia...

- Não Minho! -interrompeu o garoto, já imaginava em que conversa que ele iria chegar. -Eu vou para o Labirinto com você sim, vou tentar me lembrar das coisas... É o mínimo que eu posso fazer... Por favor não me impressa de fazer isso. -Falou abaixando a cabeça.

-Eu sei o quanto você quer ajudar... Por mais que eu não goste que tenha que ser aquela ideia - disse essa última frase rápido. Sentou de frente no banco e Mia fez o mesmo. Minho olhou para ela pegando sua mão. -Mas...

Mia se arrepiou toda ao ouvir isso. Minho mexia com ela isso era inevitável, se sentia diferente quando estava com ele. Mas será que ele sentia o mesmo? Será que ela era importante para ele? Foi engolida por seus pensamentos.

Se já não bastasse os outros problemas ainda tinha essas dúvidas que lhe invadiam a mente. Mia rapidamente voltou a realidade.

-Mas o que? -falou contendo um meio sorriso e o frio na barriga que lhe invadia.

-Nada. -Disse puxando sua mão, que consequentemente levou seu corpo junto, ao encontro dele e acabando com o mínimo de espaço que tinham com um beijo. Ele parecia diferente com ela.

-Você acha que podemos sair antes que... -Não conseguia terminar a frase, não conseguia nem pensar direito nisso. Olhou ao redor e concluiu que estavam sozinhos, Minho a olhou nos olhos. E de repente tudo se acabou com uma simples fala dele, como se tivesse mudado de humor rapidamente.

-Vamos, temos que ir Fedelha. -Sim ele ainda chamava ela de Fedelha, a maioria fazia isso. Era irritante.

******

Estavam na sua segunda pausa quando Mia ouviu aquele barulho. Clic Clic Clic Clic. O mesmo barulho de metal sendo arrastado na pedra.

Seu corpo enrijeceu, ficou alerta. Thomas e Minho também escutaram, pois pararam de fazer qualquer coisa e ouviram o som que se aproximava.

Ele ia ficando cada vez mais alto, os três que estavam sentados agora se encontravam de pé, tensos.

O Verdugo que se aproximava deu as caras e quando os viu, parecia acordar de um transe, levou um susto e saiu correndo. Mia não perdeu tempo e correu atrás também, mas foi impedida por Minho.

-Não faça isso. -Disse autoritário, ele segurava os braços de Mia.

A garota olhou no fundo dos olhos dele. Ela tinha que fazer isso.

-Me desculpe.

-Pelo que? -perguntou confuso.

-Por isso -Mia colocou suas mãos no rosto de Minho e o beijou bem brevemente para depois se desvencilhar de suas mãos que a seguravam e sair correndo em direção ao Verdugo.

Ele era rápido, virou a esquerda, mas Mia não o perdia, não podia perder. Não virava para trás tinha medo de ver os dois ali e sua coragem sumir toda.

Ela conhecia esse caminho, se o Verdugo virasse a direita, corresse pelo corredor e virasse a esquerda iria dar em um beco sem saída, mas se virasse a direita iria o perder com certeza...

Virou a direita por incrível que pareça! Ele parecia estar perdido... Torcia muito para que ele virasse a esquerda e desse de cara com... BUM! Tinha virado a esquerda, o corredor do beco era um pouco grande, dava vantagem para Mia tranca-lo no caminho. (Miga sua loca, não acredito que cê vai fazer isso kkkk)

Tinha chegado no fim do corredor e o Verdugo virava a volta indo ao encontro da garota. Soltava um rugido com muita raiva.

Mia viu duas pessoas no fundo do corredor. Não podiam tentar impedir, por mais louco que fosse ela tinha que fazer isso.

-Fiquem aí! -Gritou ofegante para os dois, mas mesmo assim vieram.

Seu foco foi para o que estava a sua frente, ele tinha parado e olhava ameaçadoramente para Mia, tinha várias coisas apontadas para ela, uma delas era uma espécie de seringa. Seu coração batia tão forte que poderia saltar para fora a qualquer instante.

Mil e uma coisa passavam na sua mente. Uma voz gritava no fundo para que acabasse logo com isso. Parecia que lia seus pensamentos porque a criatura que estava parada na metade do caminho começou a correr até ela. Os últimos resquícios de sua coragem haviam deixado seu corpo.

-Corra! -Alguém gritava.

-Não! Você sabe que eu tenho que fazer isso! -Gritou de volta.

Faltavam poucos metros para o Verdugo chegar até ela. A voz que dizia para acabar com isso sumiu deixando a sua sanidade que implorava para Mia sair dali. E foi o que fez, poucos segundo antes de sua morte certa correu em direção a Minho e Thomas, mas não adiantou. Não era rápida o bastante.

O Verdugo a apunhalou pelas costas, enfiando nela algo e lhe fazendo um grande corte nas costas para logo sair correndo de novo para longe dela.

Mia caiu de joelhos no chão, tudo nela doía, seu corte sangrava e ela sabia que tinha sido picada. Só não sabia se comemorava. Os garotos finalmente chegaram até ela se ajoelhando para ver como estava.

-Você é maluca menina?! -esbravejava Minho cheio de raiva. Mia fez o esforço de olhar para ele.

-Você sabe que eu tinha que fazer isso. -Disse fracamente, sua visão tinha ficado turva e todo seu mundo girava. Antes de cair na escuridão ouviu uma voz na sua cabeça.

Acho que foi missão cumprida Mia.

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