Capítulo 06: REVELAÇÕES

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REVELAÇÕES

Acomodado em seu quarto de hotel, Jonas toma banho e se demora examinando o lugar de onde saiu a lagarta com patas, inacreditavelmente não restou nenhum sinal, ou marca, furo, nada. Depois que o bicho conseguiu sair de dentro dele a dor cessou imediatamente. Tudo muito estranho. Mas sua vida toda não foi um somatório de acontecimentos extraordinários? Lembra de uma discussão com a mãe, quando ele cobrou que seus pais eram muito esquisitos.

– O pai é um inútil! Mal consegue se mover!

– Seu pai é um homem doente! – Defendia a mãe.

– E você? Do que tanto você tem medo?

– Um dia você vai descobrir!

– Por que a gente vive escondido?

– Um dia espero poder contar tudo para você!

Dias depois daquela discussão outra coisa incomum aconteceu: seu pai desapareceu. Ele voltou da escola e encontrou a mãe desesperada na frente da casa, chorando, querendo arrancar os cabelos, se jogar no precípicio ou na fogueira, se desfolhar com o vento. Agitada, gaguejando e respirando com alguma dificuldade, ela contou que no instante em que foi na horta, no fundo da casa apanhar umas folhas de alface, não demorando mais que cinco minutos, ouviu um estrondo, correu a varanda onde sempre estava sentado o pai de Jonas e ele não estava mais lá. Ela conta que ainda correu de um lado para o outro ao redor da casa e nada, nem sinal. O desaparecido nunca mais foi visto. Jonas contava dezesseis anos, ou seja, ocorreu cerca de dois anos depois dos eventos relacionados a fuga do senhor Harry. Em seguida, foram morar numa edícula no fundo da casa de uns tios em São Paulo. Porém, São Paulo também não foi capaz de deixar a mãe de Jonas menos preocupada, medrosa e atormentada.

O resultado de tanto medo e aflição foi o acidente que lhe tirou a vida. A mãe de Jonas foi atropelada por um caminhão e morreu a caminho do hospital.

Enquanto isso, o time dos aliens, descem do seu veículo espacial. Estão no meio do deserto.

– Não foi nos arredores daqui que encontramos o velho? – Pergunta "Atarracado".

– Sem dúvida! – Responde a mulher.

Eles passam a seguir as coordenadas de sinais que se movem dentro de uma tela num aparelho portátil.

– Estão próximos! – Informa o "Espichado" decidida a mulher ordena:

– Vamos montar a armadilha no perímetro!

Os três estabelecem uma área em triângulo, ficando cada um em uma ponta e ficam uns bastões cilíndricos no chão, giram o cabeçote desses bastões em sentido comum e esses bastões começam a irradiar uma luz azulada que se expande formando uma cortina fechando a área. O processo continua até se transformar num cone de luz,com um vértice de seis metros de altura. Logo, esse cone começa girar sobre o seu próprio eixo e alça vôo.

– Mandem o ponto de conexão. – Ordena a mulher, ao que "Espichado", atende prontamente.

– Feito

O artefato de luz, primeiro faz um movimento para cima e depois dispara a frente, numa velocidade fantástica, sumindo do campo de visão, apenas alguns segundos depois, retorna e aterrisa junto aos três viajantes.

– Vamos ver o que capturamos! – Declara a mulher. Eles se postam novamente nos extremos do triângulo e fecham os bastões. A luz desaparece e no centro do terreno estão dois coelhos. "Espichado" verifica em seu aparelho se as coordenadas estão corretas e faz uma cara de quem não está entendendo nada.

– Não precisa confirmar se os dados estão certos! – Declara a mulher irritada e decepcionada – Com certeza estão! Eles implantaram os rastreadores nos coelhos. Piada mais previsível!

De volta às memórias de Harry...

"Meu nome é Junki! No idioma jandiliahno "junki", significa coelho! É uma tradição do nosso povo, batizar seus filhos com nome de animais. A mãe de minha filha se chama Filar, que significa raposa. É verdade, acreditem! Estava escrito; nosso casamento nunca daria certo."

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⏰ Last updated: Nov 09, 2016 ⏰

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