"Júlia é otária por Babi", eu mereço né?

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Pov Júlia

Porra, eu não sei nada.

Merda de teste surpresa, segunda semana de aula, plena quarta-feira no último horário?

Filha da puta, essa professora.

E pra piorar era de química, que eu matei uma aula, só uma, e a bicha ensinou tudo do teste nessa maldita aula. Pela lógica (não confiável), eu havia respondido 1 questão, de 10. E pelos conhecimentos de química que eu tinha (também não muito confiável), tentava fazer outra das questões, mas me atrapalhava. Eu não sabia porra nenhuma do que ela tinha ensinado, vagabunda.

Acho que a ela sabia disso, porque né, sacanagem. Dois pontos, porra, dois pontos!

Ela me colocou sentada bem na frente da sala e colada com a pilastra, aff, posso nem pedir uma cola sem parecer suspeita. Fiquei olhando pra frente sem esperanças, com a cabeça encostada na parede. Olho para as 5 questões de múltipla escolha e resolvo que vou chutá-las. Vejo a Marina ir até a lixeira, o que me distrai. Pensei em implorar por algo, mas a professora estava olhando pra mim, maldita!

Mari pega a garrafinha de água da professora sem a mesma notar (porque estava ocupada suspeitando de mim) e coloca no canto da mesa, pisca pra mim e vai sentar rapidinho no seu lugar, quatro cadeiras atrás do meu. Olho pra garrafa e penso "vai cair". Foi muito rápido, cara.

Depois que ela senta, a garrafa cai, sem muito barulho, mas a água fica derramando, a professora corre (ridícula até correndo) pra pegá-la do chão, algo duro bate na minha cabeça e cai na minha mesa. Reclamo da dor até ver o que era.

Quando noto ser a borracha da Marina meio riscada, pego a minha e coloco embaixo da minha coxa, pra não levantar suspeitas do tipo "porque você tem duas borrachas sobre a mesa e fica olhando pra uma delas?". Aí confiro a borracha da Mari, com as respostas do gabarito e na parte de trás escrito "é a prova da Babi". Lembro que a Bárbara estava sentada ao seu lado direito.

Eu amo a Marina e seus esquemas.

Contando aquelas respostas como certas, eu pegaria metade da nota. Já estava ótimo, pra quem ia tirar zero, né. Marquei as respostas rapidamente, quando ia voltar pra tentar algo com as outras questões, o sinal toca. A professora dá um sorriso diabólico, recolhe prova por prova, começando pela minha, pega as coisas e sai. Guardo minhas coisas.

Certifico-me de que a professora já saiu e olho pra Mari, que sorri pra mim. Corro e pulo nela, enchendo de beijos aquela vadia parceira de cola. Bárbara olhava sem dizer nada.

- Chega, Júlia. – a Mari diz, mas continua me segurando, eu com as pernas na cintura dela.

- Gente, quem mais se fodeu? – Yasmin chega pergunta com uma carinha de derrota.

- Se não fosse a Mari eu tirava zero. – falei ainda agarrada na palmita.

- E se não fosse a Babi, eu e a Júlia tiraríamos zero.

- Eu? O que eu fiz?

- Não reparou que tava com o gabarito virado pro meu lado, obrigada. – rimos.

- Queria eu ter essa sorte. – Yasmin fala.

- Ah, vocês se aproveitaram da minha lerdeza. Ok. Larga a Marina, Júlia.

- Ciumenta. – sussurrei quando a soltei.

- O que disse?

- Nada, amor. – abraço ela e dou um selinho.

Ah, depois daquela tarde perfeita e só nossa, a gente fez maratona de séries com muitas gordices, jogamos Mario Kart juntas (ela é melhor que eu, ganhava tudo ;-;), nos divertimos na piscina, tiramos fotos pra caralho, rimos mais ainda, dormimos agarradinhas, caminhamos de mãos dadas na praia, joguei ela na água, apanhei, quando me distraí ela pegou um punhado de areia e jogou dentro do meu short, fiquei mó tempo no chuveiro tirando areia do... Enfim, foi bem legal e a gente se aproximou mais, o que fez nosso namoro começar melhor que a encomenda.

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