Hoje eu só vou prestar pra ficar jogada aqui.

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Pov Babi

Virei na cama, desejando dormir mais. Mas o pior é que já tinha acordado. Ah não, eu quero dormir!

Resolvi ficar quieta ali e sem abrir os olhos, até dormir de novo.

Sem sucesso.

- Droga. – disse baixinho e com a voz tão acabada que quase não saiu. Virei novamente, me deparando com outra pessoa, nua e de bruços, na cama.

Sabrina.

Foi só ver suas costas nuas e levemente arranhadas pra lembrar tudo da noite passada: o beijo muito bom naquela árvore, o amasso melhor ainda na mesma árvore, o fogo que subiu, o amasso no carro, no elevador, no corredor, a quase foda rápida contra a porta, a quase foda rápida no meio da sala, a foda propriamente dita no quarto, os gemidos, etc.
Lembrei até a parte em que ela pediu pra passar a noite e eu prontamente concedi, em seguida me sentindo um nada por ir dormir com ela. Ir dormir no sentido de dormir mesmo, porque do sexo eu não me arrependi.

Não sei explicar essa sensação. Eu não conseguia deitar e dormir, e olha que estava cansada, fui muito bem fodida, diga-se de passagem.

Aí eu liguei pra Júlia. Claro que apenas porque ela permitiu. Não sei por que liguei pra Júlia exatamente, mas creio que eu só queria algum conforto e ela foi a pessoa com quem eu mais me senti confortável nos últimos tempos, apesar de tudo.

E foi uma das melhores conversas que já tivemos. Bastante nostálgica, porque eu lembro de bem antes da gente namorar ficávamos falando ao telefone por horas à tarde e à noite. Bastante emotiva também, teve choro pra todo lado.

Eu nesses meses aqui já devo ter chorado mais que em toda a minha vida. Mas contar pra Ju o que me afligia me fez muito bem, como eu disse, ela me deu conforto. Tirou de mim a sensação de estar errando, e me deixou tranquila.

E tudo ficou normal entre nós simplesmente do nada. Amo tanto a nossa relação agora. Somos amigas e ex-namoradas e é sincero, sem máscaras, sem reservas, 100% sincero. Claro que eu preferia mil vezes estar namorando com ela, mas o que temos hoje é uma relação que lembra a de melhores amigas. Só porque poucas pessoas me conhecem como a Júlia, e ninguém conhece a Júlia e suas manias melhor do que eu.

Hoje eu sei que se tivéssemos nos baseado nisso, na nossa afinidade e não na diferença, na atração e no fogo que sentíamos uma pela outra, nosso namoro teria durado mais. Porque ambas já teriam certeza de que um relacionamento como aquele era raro. Assim não foi feito, terminamos um namoro clichê, que desgasta com ciúme, cansa com briguinhas, que termina com uma das partes atraída por uma terceira pessoa. A prova que não éramos pra ser clichê foi o nosso término, e outra prova é que ainda nos falarmos hoje.

Não só nos falamos, como temos aquele tipo de relação que você sente que pode dizer qualquer coisa pra outra pessoa. Sempre amei relações assim.

A saudade dela é tão grande... Pelo menos, agora, eu tenho uma estrela fraquinha no céu pra olhar. Se ela já não me amasse, teria se apaixonado pela minha história da estrelinha. Com certeza, pela voz dela ficou claro.

Fui distraída dos meus pensamentos por uma Sabrina se espreguiçando.

Outra coisa de que me lembro é que temos um fogo difícil de controlar juntas, eu e a Sabrina. Apagou rápido, talvez pelo cansaço ou qualquer coisa assim, mas enquanto queimou foi bem forte. Será que a gente tinha algum futuro? Sei lá né, somos amigas. Fizemos sexo.

Tá ótimo assim.

- Bom dia. – falei, com a minha voz ainda acabada.

- Bom dia... – ela diz coçando os olhos. – Eu não planejava isso, não mesmo. O que eu faço agora? – ri. – Devo te beijar ou o que? É sério, eu não sei mesmo. – ri mais.

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