Capítulo 45 - Caverna

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Já estava começando a me preocupar com o rumo da viagem. A alguns metros estava um enorme tubarão e a minha frente estava um golfinho cansado.

- Pensa. Pensa. Pensa. -  repetia a mim mesma

Ordenei para que o animal seguisse outro caminho, não queria ser obrigada a usar magia novamente. Não sei quais danos isso pode causar.

O tubarão era insistente e continuou a me seguir. Estremeci ao ver sua enorme boca com fileiras de dentes afiados. Esse monstro marinho rasgaria qualquer carne sem muito esforço.

Em um determinado momento decidi que não podia continuar fugindo. Meu caminho seria totalmente desviado e isso atrasaria a viagem, o que não pode acontecer.

Com um comando o golfinho parou. Levantei-me e virei para o animal, sem muitos movimentos retirei a espada de minha cintura e a apontei.

O tubarão abocanhou a estrutura de coral na qual estava. Com a pancada fui lançada para fora e parei em meio a algas e corais que cresciam em torno de uma pedra. Ao me levantar senti uma pequena pontada em minha perna, olhei para o local e vi ali um corte. A minha direita em meio as algas estava uma firme planta cercada de espinhos escuros, provavelmente o responsável pelo corte.

Mais uma vez o tubarão se aproximou. Lancei a espada e sua direção e consegui feri-lo, mas o animal não pareceu se importar com o corte. Seus ataques a se tornaram mais violentos e rápidos, não conseguia mais impedi-lo.

Sem outra saída optei por outra abordagem. Enquanto o golfinho arrumava um jeito de afastar o monstro, fechei os olhos e esqueci do lugar que estava e do que estava fazendo. Apenas concentrei em algo que crescia dentro de mim, uma força que conseguia controlar com meu próprio cérebro. Era algo novo me que deixava mais confiante, mais forte e com certeza mais corajosa. Agora não poderia contar somente com armas de metais para me defender, a magia estava a meu favor.

Levantei às mãos e posicionei em direção ao animal, que não se intimidou. Uma energia percorreu meu braço e seguiu para minha não, esquentando ambas. Foi então que uma luz cinza atravessou a palma da minha mão e acertou em cheio o tubarão. O mesmo foi impulsionado para trás, e ao se recuperar voltou mais feroz do que nunca.

Tornei a acerta-lo, duas, três, quatro vezes, só então ele recuou machucado. Sei que meu poder era mais forte do que isso. Sei que na primeira vez poderia tê-lo matado, mas decidir por não usar mais do que o necessário foi o certo. Afinal, há um motivo para esse poder levar o nome de magia negra.

As peças quebradas da pequena carruagem de coral de juntaram novamente e o golfinho voltou novamente a sua posição. Continuei a viagem pelas profundezas do oceano, desta vez com nenhum imprevisto.

10 Horas depois.

Acordei com um forte arranco. O local não estava mais tao escuro desde que adormeci. O golfinho havia parado e eu estava em frente a uma pedreira que partia do chão e seguia até fora d'água. É enorme.

- Acho que chegamos. -  disse ao descer - Melhor ficar aqui, amigo. Você é a minha passagem de volta a Atlântida.  -  disse ao pegar o mapa e um enorme cristal junto a ele

Me afastei do animal e segui em direção a caverna. Sua entrada era alta e espaçosa, a formação rochosa seguia para o interior de uma enorme parede de terra. Pelo tamanho a caverna parecia estar por baixo de uma ilha.

Respirei fundo e adentrei no lugar. O cristal que havia pegado imediatamente refletiu uma luz, iluminando assim o caminho a minha frente. O chão era de areia, as rochas das paredes abrigavam serpentes marinhas entre outras criaturas das profundezas. Mesmo distante pude enxergar estalactites, cones pontudos presos ao teto.

A Bordo do Inexplicável (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora