AMYAH ➛ JUSTIN BIEBER

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"Can't thank you enough"
(Justin's point of view)

Despertei lentamente, quando a iluminação se tornou insurportável. Levantei-me da cama, apressando-me a fechar as cortinas da porta, para que Amyah não despertasse também.

Parecia tão despreocupada e tranquila.

Aquela rapariga intrigava-me por tanto me atrair. O facto de tentar parecer sempre bem, mesmo quanto está escrito na sua expressão que algo se passava, fazia-me admirá-la um pouco mais. Na noite anterior, ela tentou contar-me o que aconteceu, explicar-me o porquê de se sentir culpada, mas as suas emoções impediram-na.

Não me senti capaz de a forçar. O assunto era bastante delicado para ela, visto que as lágrimas facilmente surgiam nos seus olhos.

Voltei a deitar-me, tentando não acordá-la.

Amyah virou-se na minha direção, ainda com os olhos fechados. Puxou a manta, cobrindo o ombro, visto que estava de lado. Os meus dedos percorreram a bochecha dela levemente.

Afastei a mão, ao perceber que estava prestes a acordar. Os seus olhos começaram a piscar lentamente.

- Bom dia? – Murmurei e ela espreguiçou-se, virando-se de barriga para cima. Um sorriso surgiu no rosto dela, o que me fez encará-la um pouco confuso.

- Já podes dizer que dormiste comigo. – Leves gargalhadas soaram pela sua boca, enquanto fechava os olhos e se cobria com a manta.

- Vou escrever nos jornais e principalmente, contar à Ashley.

- Por favor, não fales dessa. – Destapou-se, mostrando-me uma expressão enojada, voltando a cobrir a cara. – Como é que o teu amigo aguenta.

- Vai-se lá saber.

- Deve ser pelo sexo, suponho.

Uma risada escapou pelos meus lábios. Puxei a manta da cara dela, vendo-a completamente despenteada. Apesar disso, da maquilhagem inexistente e dos olhos inchados, ela continuava atraente. Aquela rapariga, nem que tentasse, conseguia deixar de ser atraente.

- Podes não me olhar dessa maneira?

- Frase errada. – Amyah sentou-se, encarando-me um pouco confusa. – Devias de voltar a perguntar se te ia beijar.

- Porquê?

Encolhi os ombros e ela riu-se.

- Não me digas que queres beijar-me!

Voltei a encolher os ombros e ela gargalhou, deitando-se novamente. Estava tão preguiçosa, enrolava-se constantemente nas mantas, destapando-me. Revirei os olhos perante a rapariga ensonada ao meu lado e entrei na casa de banho.

Percebi que falava ao telemóvel com alguém. Apressei-me a lavar as mãos e a sair da casa de banho, tencionando saber com quem falava. Sentei-me ao seu lado na cama, enquanto Amyah tentava despachar a mãe. A mesma lhe questionava sobre o facto de ter dormido fora de casa com um rapaz.

Ela tinha contado à mãe que ia estar comigo?

Ao desligar a chamada, suspirou de alívio. Explicou-me que a sua mãe tinha lido as mensagens e se não fosse o discurso lamechas dela, que não tinha aceite a proposta.

- Deus abençoe a sra. Leah!

- Deus te abençoe a ti, caso ela te ouça a dizer 'sra.'. – Balancei a cabeça, deitando-me depois.

Amyah deitou-se ao meu lado. Encarávamos o teto, sem falar. Hesitei um pouco, antes de olhar para ela. Logo, ela estava a olhar-me também. Mordi o meu lábio inferior, visto que as imagens da noite anterior continuavam na minha mente.

- Porque me olhas assim?

- Não sei. – Sussurrou, sem desviar os olhos nos meus. – Porque me atrais, talvez.

- Essa resposta é minha.

- Digamos que o sentimento, talvez, seja mútuo.

(...)

Lamentei pela hora de almoço ter chegado ao fim, visto que Amyah precisava de voltar para casa. Conhecê-la era um desafio, embora esta manhã conseguisse arrancar mais informação dela. Como as suspensões desnecessárias na escola, a paixão enorme pelo boxe e a confiança que depositava em JC, Josh e Evelyn.

Contou-me diversos episódios hilariantes com eles. Tanto nas férias de Verão, como quando se encontravam nos fins de semanas. Até nos dias de semana.

Não falamos sobre Andrew, mas Brandon surgiu várias vezes na conversa, visto que fazia parte do grupo e normalmente, era sempre quem os desafiava a fazer isto ou aquilo.

Ao parar o carro diante da casa dela, Amyah colocou ambas as malas (mochila) no ombro e olhou para mim.

- Nunca te vou conseguir agradecer o suficiente.

E, antes que pudesse raciocionar, ela inclinou-se para mim. Os nossos lábios roçaram por breves segundos, até que ela se afastou com um sorriso na cara. Encolheu os ombros, acabando por sair do carro.

Amayh Johnson, como tão intrigante?

Observei-a enquanto entrava no prédio. Depois, conduzi até casa, sem qualquer vontade de enfrentar os meus pais e dizer-lhes onde estive.

Não os avisara sobre passar a noite fora, pois não sabia que Amyah iria aceitar. No entanto, pouco ou nada falava com eles. Obtei por não contar e manter o telemóvel no silêncio, apesar de ter avisado a minha mãe, quando Amyah adormeceu na noite anterior.

(...)

Uma da manhã.

Duas da manhã.

Prestes a chegar ás três da manhã e eu não conseguia adormecer. A minha mente estava carregada de pensamentos. Fosse a minha mãe, a traição do meu pai, a noite passada com Amyah ou o desaparecimento de Brandon.

Texting Amyah
- Acordada?
(02:45am) – Lucky boy

Comecamos a falar de coisas aleatórias e sem qualquer sentido.

Tinha a certeza que agora sim, era o começo de algo. Podia sentir que ela confiava em mim e já não parecia hesitar. O facto de estar tão bem disposta esta manhã, levou-me a crer que ela realmente quer 'encontrar' a pessoa que era antes de perder o irmão.

Essa pessoa não estava tão longe de ser encontrada, pois continuava dentro dela. No entanto, estava escondida na parte mais obscura.

Amyah precisava de se perdoar, para reencontrar a pessoa que tanto procura.

(...)

64 capítulos já escritos, o desenvolvimento terminado, agora só me falta pensar no final!