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Música: A-Punk x Vampire Weekend

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9 meses antes

Aurora era uma rapariga inteligente, com uma mente aberta e uma personalidade invejada por todos aqueles que não conseguiam cativar sorrisos com tanta facilidade. Com dezassete anos era bastante curiosa e desprendida, não gastando o seu precioso tempo desejando que a segunda-feira fosse sexta-feira, e apenas tentado realizar aventuras nas sextas para poder contar nas segundas. Não temia esfolar os joelhos a saltar os muros para explorar o terreno, para lá dos sonhos. Era uma adolescente bastante diferente das restantes, mas por sua vez também bastante parecida.

Crescera numa família consideravelmente normal, na presença de um irmão mais velho que já se encontrava a estudar numa faculdade deixando-a assim sozinha a morar com os pais num pequeno apartamento em San Diego. Elena, a mãe era uma professora primária que durante os anos de estudo se apaixonara pelo seu professor universitário, Marbel, o pai de Aurora casando-se mais tarde e vivendo felizes desde então.

Aurora apesar de tudo, tinha nascido com uma fisiologia delicada e um coração complicado a nível sentimental. Não muito alta nem com uma magreza de modelo, Aurora apresentava um corpo incrivelmente esbelto, com um tom de pele não muito branco condizendo com os seus cabelos ondulados castanhos.

Estudara em escolas públicas toda a sua vida na companhia dos seus amigos de longa data, Markson e Jude dos quais nunca se afastou e realizou algumas das loucuras mais divertidas da sua vida. Até que um dia para sua grande surpresa os dois jovens começam a sentir uma afectividade acima do normal, acabando por ficarem numa relação.

Aurora apoiava-os incondicionalmente, juntando-se a eles nas suas ceias mensais para verem os últimos filmes disponíveis no Netflix.

Nunca tivera inimigos, visto que não ligava aos mexericos ou às ideias feministas das outras raparigas da sua escola e também sempre mantivera as suas notas altas, sendo o modelo de aluna aos olhos dos seus professores, deixando os seus progenitores bastante orgulhosos e com motivos para se puderem gabar com os colegas de trabalho e restante familiares. Tudo, ou quase tudo era perfeito na sua vida.

Até ao sábado que mudou a sua vida drasticamente.

A sua mãe tinha sido convidada por outra professora para um lanche formal, para comemorar a reforma da qual ia começar a usufruir e pedira delicadamente para que Aurora também aparecesse. Então a filha mais nova da família Bastian, envergando um vestido leve decorado de flores devido ao tempo que se fazia em pleno Julho, acompanhou a mãe ao festivo. O local onde decorria a festa era um grande jardim traseiro numa rua de casas todas iguais numa das zonas mais ricas da cidade.

Depois de cumprimentar todas as outras senhoras de idades variadas e conversar um pouco com as amigas da mãe, Aurora agarra no seu telemóvel e senta-se a um canto do grande jardim a devorar uma taça de morangos que tinha conseguido retirar da mesa sem receber nenhuma reprovação, a jovem apenas não se conseguia integrar naquele ambiente, visto que os motivos de convivência eram pouco interessantes.

Acabando de responder a uma mensagem de Jude, e com uma dália que apanhara da plantação bem cuidada, retoma a sua leitura de uma fic à qual acha bastante piada, não ligando muito às conversas paralelas que aconteciam ao longe. 

Quando já se encontrava a meio ouviu um som que pareceu demasiado preposicional para ser normal, olhando em volta os seus olhos captam a origem do barulho. Do lado esquerdo do quintal, afastado dos olhares dos desconhecidos, encontrava-se um rapaz a descer do telhado. Uma figura escondida dos restantes, com um olhar intimidador, parecendo ter sido tirado diretamente de um filme de ação que a jovem adora ver à noite.