31. Sunset Shimmer - O Amor Ainda Existe?

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...ANTES...

A depressão estava me deixando paranóica. Meus pais já não sabiam o que fazer, e eu sinceramente também não. A dor de não ter Twilight comigo era insuportável, e desde o primeiro dia cantando no bar, não a procurei. Pinkie tampouco apareceu por lá novamente. Minhas apresentações se tornaram monótonas e eu sempre acabava uma música ou outra chorando.

Meu tio, por outro lado, jamais esteve tão radiante. Parece que a minha desgraça divertia as pessoas, trazendo mais e mais clientes para ele. Eu mesma, no entanto, gostaria de sumir e evitava os "parabéns" que recebia dos outros. Chegava até ser rude, mas não conseguia evitar.

E foi num desses dias excruciantemente depressivos, que talvez minha mente tenha se aberto.

Eu estava voltando da escola e tinha resolvido parar em um bar — não o do meu tio — para beber e esquecer um pouco. Eu me perguntava interminantemente o porque dos humanos serem tão sujos. Tão egoístas... Será que ainda havia amor no mundo? Será que o mundo não afundaria naquela onda de desgraça?

Afinal, hoje em dia é perigoso até mesmo coisas simples como amar. Você ama um cara, e ele te trai, te humilha, te dá um pé na bunda, não entende sua dor. E aí você ama uma garota e as pessoas em volta fazem isso. Você não é livre nem pra amar quem você quer... Então pra quê continuar vivendo?

Twilight havia sido muito importante para mim, mas resolveu me deixar porque eu era tão... Errada. Eu era tudo o que ela não deveria querer. Uma garota rebelde, que não liga pros outros e os trata como escravos. Mas Twilight não percebeu... Essa era o antigo eu. A única coisa que eu não consigo mudar é o fato de eu ser garota. Porque eu não posso, simplesmente não posso...

— Pois é, que barra. Essa Twilight aí não deve saber o que está perdendo — diz o barman.

— C-como você...?

— Você pensa um pouco alto, garota.

Fico extremamente constrangida, sem saber onde enfiar a cara. Ele chega mais perto, abaixando a voz:

— Twilight não deve perceber o quanto é gostosa. Eu percebo isso em você.

Que descarado! Dou um soco no balcão, grintando furiosamente as palavras:

— Pena que tudo isso pertence a Twilight, não a você! Velho babão!

E saio furiosa do pequeno estabelecimento. Batendo os pés como uma criança birrenta, vou andando em direção à praça, ainda murmurando e bufando de ódio.

É, talvez o mundo tenha se perdido no mais puro ódio e egoísmo, fazendo os seres humanos agirem como animais selvagens em busca de sexo e guerra. Uma completa inutilidade, mas só sobrevive aqui os mais espertos. O que não era o meu caso.

Sento-me em um banco, pensando seriamente em como me livrar desse mundo porco, quando uma cena chama minha atenção. Uma garotinha a quem reconheço como AppleBloom, a garota que eu humilhei no primeiro dia de Twilight, sem querer solta a coleira de sua cadela, que corre desenfreada.

A cadela parece ter um grande interesse por outra garotinha de cabelos enrolados das cores lilás e branco, a quem reconheço como Sweetie Belle. A cadela corre desenfreada em sua direção, fazendo Sweetie Belle gritar e começar a correr.

Eu não a culpava, afinal, a cadela era bem grande e poderia derruba-la facilmente. Mas a cadela era veloz, e enquanto AppleBloom gritava desesperadamente correndo atrás da cadela e Sweetie Belle tentava correr, Scootaloo, a garotinha da mesma idade de cabelos curtos, se mete no meio da cadela e de Sweetie Belle, gritando:

— Pare Winona!

Nesse momento, AppleBloom consegue alcançar a cadela, aparentemente Winona, e segura-la com força pela coleira, fazendo-a parar antes que Winona fizesse algum estrago em Scootaloo ou Sweetie Belle.

Borboletas do Arco-ÍrisOnde histórias criam vida. Descubra agora