35. Pinkie Pie - Planos Mirabolantes com a Loirinha Errante

748 59 40
                                    

Eu me sentia péssima. Tentava manter o bom humor a qualquer custo, mas nada tirava da minha mente o quanto eu era uma péssima amiga. As coisas iam de mau a pior e eu não sabia o que fazer, pela primeira vez.

Primeiro, cometo a burrice de beijar Rainbow. Eu achava que, fazendo isso, Rainbow veria que na vida dela só existia a Flutter e que só o beijo dela serviria. Não imaginei que elas já tivessem voltado e que isso desencadearia acontecimentos terríveis.

Depois, percebo que meu colar e o de minhas amigas — aquele que simbolizava tanto nossa união — haviam sidos roubados. Depois disso, tudo foi piorando com o tempo.

Menos Rarity e Apple. Pareciam felizes demais em seu mundinho para se importarem com uma amiga — vulgo eu — que estivesse sofrendo com o peso enorme da culpa que tinha que suportar.

Não, eu não estava com ciúmes.

Mas elas pareciam tão felizes juntas que se esqueceram de todo o resto, e não viram o caos que se instalava por Canterlot High.

Twilight e Sunset também pareciam estar com problemas, visto que ainda não oficializaram nada. NADINHA. Achei que depois de tudo, teriam pressa para começarem a namorar ou coisa do tipo. Mas permaneciam como boas amigas apenas. O que não melhorava meu humor.

Fluttershy se afastara totalmente de todas nós, me olhando com puro ódio sempre que trombávamos nos corredores. Eu não imaginava que a pequena e doce Fluttershy se tornaria alguém amarga a tal ponto.

Parecia que ela estava se dando bem com Discord como nunca. Ambos estavam sempre juntos e Fluttershy parecia se esforçar para se divertir com ele. Pelo menos ela não estava sendo rude com ele.

Mas Rainbow... Rainbow era a que mais me fazia me sentir mal. Ela estava sempre com olheiras pelos cantos e com os olhos marejados. Tinha tendências a correr ao pronunciamento do nome "Fluttershy", apenas para não chorar em público. Também se afastara de todas, mas falava com a gente caso alguém fosse puxar algum assunto. O que não acontecia com frequência.

Raramente estávamos todas juntas — menos Fluttershy — no intervalo. Era como se aqueles colares — tão simples e delicados — mantivesse todo aquele espírito de harmonia entre nós.

— Mas você não sabe quem os roubou? — pergunta Derpy depois do meu longo desabafo.

— Não, mas eu tenho uma teoria. — digo simplesmente.

Derpy me olha curiosa, esperando que eu diga algo.

— Bem... Acho que a Starswirl esconde algum tipo de magia. Mas os clones não parecem ter sido feitos com magia, eu apostaria mais em um universo paralelo que eles tenham acesso. E os clones estão do lado deles. — olho para um ponto fixo e continuo: — Eles precisam do colar para salvar o mundo de um terrível vilão ou algo do tipo.

— Nossa, jamais pensaria nisso — Derpy se mantém pensativa — Na verdade faz mais sentido que a minha teoria. Sabe, sobre os aliens.

Olho para ela e dou um sorriso fraco.

— Sei que eles precisam salvar o mundo, mas eu também preciso dos colares. Quero minhas amigas de volta.

— Ei, Pinkie — Derpy segura minha mão e a aperta delicadamente, fazendo-me olha-la nos olhos — Sei que os colares são importantes, mas você poderia junta-las de outra forma. Não pode deixar um roubo de colares interfirir na amizade de vocês.

Levanto de supetão, batendo meu braço na cabeça de Derpy e fazendo-a bater a cabeça na estátua atrás de si, mas ignoro para proferir:

— É ISSO! — algumas pombas ao nosso redor voam e as pessoas param para nos observar.

— Ai! — reclama Derpy. — É isso o quê?

— Preciso juntar minhas amigas novamente, e sei exatamente como e quando fazer isso!

— Como? — pergunta Derpy interessada.

— Bem, daqui umas duas ou três semanas é aniversário da Flutter... Vou dar a ideia pra Rainbow fazer uma festa surpresa pra ela e dar alguns empurrõezinhos para as outras ajudarem e, assim, conseguir nos unir. O que acha?

— É uma ótima ideia! — exclama Derpy se levantando animada.

— É claro que é!

Pego o rosto de Derpy em minhas mãos e a beijo ali mesmo. Derpy agarra minha cintura e sinto suas unhas através do tecido de minha blusa. Minha língua pede passagem e ela aceita prontamente, fazendo com que nossas línguas travem uma batalha deliciosa por espaço. Minha mão escorrega de seu rosto até sua nuca e faço leves carinhos sentindo seus pêlos se eriçarem embaixo de meus dedos.

Ouço Derpy soltar um gemidinho quase inaudível quando minha outra mão escorrega para seu ombro, puxando-a para mais perto. Solto-a em seguida, ouvindo um gemidinho de insatisfação da parte dela. Não que eu quisesse soltar ela agora, mas estávamos no meio do pátio da escola, então não acabaria boa coisa.

O sinal toca, e Derpy solta uma exclamação infeliz.

— Vamos para a aula. — digo me virando. Derpy puxa a manga de minha blusa, me fazendo parar.

— Me deixe ajudar... — diz ela com a voz um tanto manhosa.

Olho para ela, que tinha um biquinho fofo em seus lábios e uma expressão de gatinho que caiu do caminhão.

— Claro que deixo! — digo sorrindo — Afinal, você me ajudou...

Ela abre um sorriso enorme.

— Obrigada!

— De nada. Agora vamos pra sala antes que alguém venha encher o saco.

Borboletas do Arco-ÍrisOnde histórias criam vida. Descubra agora