I

1.5K 91 10
                                    

"I'm gonna love you like I'm gonna lose you"

POV Amy

Olho à volta e começo a reconhecer todo este sítio. Memórias da minha infância a correr nesta cozinha surgem na minha mente. É tudo muito confuso porque as memórias de uma suposta infância em Resvan estão misturadas com estas.

"Amy estás bem?" A minha mãe sussurra e levanta-se, levando a mão à sua cabeça.

Viro-me para si enquanto ela se apoia à bancada e os seus olhos caiem em mim. Estou demasiado confusa com tudo isto, não sei o que pensar.

"Tu lembraste?" Pergunto reticente, referindo-me à casa onde estamos e a todas as memórias que estão a surgir na minha mente.

"Perfeitamente" ela responde e sorri. A minha mãe está feliz com isto, eu sabia que ela não gostava de todo aquele mundo de guerra. Era essa a razão pela qual ela exercia funções de médica, ela considerava que daquela forma estava a ajudar e afastava-se daquele mundo de certa forma. "Eu só queria que-"

Ela para de falar e olha para trás de mim. Um sorriso enorme começa a formar-se no seu rosto e os seus olhos ganham um brilho incrível.

"Não acredito" ela murmura e eu olho para trás, vendo o meu pai surpreso a observar-nos.

Ele estava vivo.

A minha mãe corre até ele e envolve a sua cintura enquanto eu sorrio. Aproveito o momento para me levantar e sacudir as minhas calças, voltando a olhar para eles a sorrir. Isto era tudo incrível. O meu pai estava vivo e eu não podia estar mais feliz por isso.

Um beijo foi deixado no topo da cabeça da minha mãe até ele olhar para mim e a afastar-se um pouco. Os seus braços abrem-se para me receber e eu controlo as lágrimas que se estão a formar nos meus olhos. Caminho até ele e assim que o meu rosto atinge o seu peito eu tenho a confirmação que ele está mesmo vivo por conseguir ouvir o seu batimento cardíaco.

"Oh Amy, tu estás tão linda" ele murmura contra os meus cabelos e eu aperto-o mais, sentindo o seu perfume a pairar no ar.

"Tive tantas saudades tuas pai" admito e depois de uns segundos solto-me do seu aperto para poder ver o seu enorme sorriso. Senti a falta disto, não o vejo à imenso tempo e pensar que ele estava morto durante estes últimos dois anos tem sido horrível.

"Eu também. Senti a vossa falta" diz, rodeando os meus ombros e da minha mãe e puxando-nos contra si.

Eu não conseguia descrever o quão feliz eu estava. A minha vontade é sair à rua e entrar na primeira loja que eu encontrar. Eu lembro-me de tudo, das ruas, das lojas, de como é esta casa, dos meus familiares, amigos, tudo. É incrível, parece que as memórias estiveram escondidas durante este tempo todo.

"Vou lá acima" informo os meus pais e eles assentem, largando-me.

Subi as escadas e rapidamente alcanço o meu quarto. Ele está igual ao que eu me lembro. É iluminado, amplo e está decorado tal como eu gosto. Fecho a porta atrás de mim e caminho até à cama quando vejo uma folha de papel solta em cima dela.

Olá Amy.

Tal como sabes, neste mundo existem telecomunicações e nós sugerimos que uses algum dinheiro para comprares um telemóvel. Desta forma, poderás contactar algumas pessoas, nomeadamente a nossa organização para se precisares de alguma coisa. Sabemos o quanto queres ir ver o Harry, por isso, está lá fora um carro para ti que pode ser utilizado quando quiseres. É uma prenda nossa para ti e, nós sabemos que os teus pais tem um carro próprio mas tu não, portanto aproveita-o bem. Daqui a uns segundos irás receber uma chamada no telefone fixo para te darmos algumas informações.

The Reality (The Survival sequela) » h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora