Bruno

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Depois de deixar Lorena em casa, segui de carro para casa e me mantive pensando em Lorena. Como de costume, eu estava com os pensamentos longe. Sentia-me distante de alguma forma, como se estivesse no piloto automático.

Cheguei em casa e me deparei com Iris deitada no sofá, com os olhos fechados. De inicio, achei que ela estava dormindo. Tentei atravessar a sala sem acordá-la, mas não adiantou, já que ela abriu os olhos e olhou para mim. Parecia de ressaca. Parei em frente á ela.
- O que você quer, hein? - disse Iris.
- Nada. iris, você sabe que eu te dou toda a liberdade do mundo, mas você tá passando dos limites. Chegando em casa de manhã, faltando aula, se embebedando por aí.
Iris revirou os olhos e levantou-se do sofá, dirigindo-se até a cozinha.
- o que eu fiz de mais?
Não respondo, mas encaro ela com um olhar perturbador, o famoso "olhar psicopata" que eu faço quando estou com raiva. Iris se aproxima de mim e fica frente a frente comigo.
- não pode mandar em mim, tampouco me dizer o que fazer. Você não é meu pai! - disse Iris, com uma voz tranquila.
Mantenho-me calado. Sinto-me irritado. Iris sai de perto de mim, mas eu a puxo de volta.
- espera! Vamos conversar. - digo, com a voz alterada.
Iris enche a boca de saliva e cospe no meu rosto, ao mesmo tempo que me mantenho segurando seu braço. Irritado, dou-lhe um tapa na cara, tão forte que pode-se ouvir seu rosto estalando. Iris mantem a cabeça baixa, com o cabelo cobrindo e uma mão segurando no rosto. Ela levanta o rosto, com lágrimas escorrendo dos olhos. Ela sai correndo pela casa e dirige-se até seu quarto, enquanto eu continuo paralisado, ainda impressionado com o que acabara de fazer. Nunca pensei que fosse capaz de fazer tal coisa com Iris, mas de um tempo pra cá ela tornou-se ela rebelde. Sento-me no sofá e fico com olhar de paisagem por um bom tempo, apenas pensando no que acontecera minutos antes.

LorenaOnde histórias criam vida. Descubra agora