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Niall P.O.V  (Ponto de Vista)

Dois anos depois

Estava em constante stress. O nervosismo era mais do que qualquer outra coisa que poderia sentir naquele momento. Talvez várias manchas de ansiedade estivessem a influenciar o meu estado quase caótico de tremenda agitação.

Confesso, nunca pensara em fazer tal coisa antes. Só a ideia me deixava atordoado, eu não acredito nestas coisas, ou será que sim visto que o estou prestes a fazer? A minha mente está numa enorme confusão, mas a única coisa que tenho a certeza é que tenho mesmo de fazer isto. Não pode esperar mais, eu sinto que é o momento certo. Eu quero realmente isto. Mesmo com duvidas, ou receios, eu sei que o tenho que fazer.

É como se uma força maior influenciasse todos os meus movimentos e falas, mas eu sei que essa força vem de dentro do meu corpo, a enorme felicidade que já não pairava aqui há alguns anos voltou, e desta vez eu espero que seja para ficar. E são esses sentimentos de euforia que me deixam de tal modo cego ao ponto de me levarem a tomar tais decisões como esta.

Eu estou certo do que quero. Só que as coisas não dependem só de mim.

Risco por completo a folha que estava a assinar. Não me consigo concentrar em mais nada mas naquilo que tanto anseio fazer. É ridículo ao ponto eufórico que consigo chegar perante uma ação que ainda nem sequer realizei.

Uma pitada de impaciência e uma boa dose de ansiedade resultam do meu estado de completo sofrimento e nervosismo.

"Então, que foi isso?" Charlotte comenta depois de reparar no enorme risco que fiz na folha. Se, pelo menos lhe pudesse contar não estaria assim tão caótico. Ela ri-se um pouco, talvez esteja mesmo a fazer umas péssimas figuras e tudo isto me esteja a deixar demasiado descontrolado, um calmante agora era uma grande ajuda.

"N-nada, eu preciso de ir tomar um café. Só isso." Acabo por mentir, terei mesmo que tomar um calmante e para este tipo de situações é completamente estúpido. Sinto-me aparvalhado ou até mesmo um enorme idiota por ficar tão nervoso por coisas tão simples. Quer dizer, não são assim tão simples.

Estou desorientado e só quero que os dias passem a voar para que finalmente chegue o grande dia. Aposto que todos devem, certamente, notar o meu estado totalmente descontrolado, até mesmo a Charlotte. Mas não consigo controlar o meu corpo nem a minha mente.

Entro num dos compartimentos da casa de banho, fechando-o atrás me mim. Fecho o tampo da sanita e sento-me no mesmo. Suspiro fundo e pego naquele material pomposo que permanece no meu bolso desde que o comprei.

Examino-o, quase enrugando os olhos para o objecto. Como é que um simples anel pode mudar as nossas vidas por completo? Para muitos é mais que um simples objecto de grande valor, para muitos é o começo de uma união da qual sempre desejaram. Para outros, é só uma ilusão por um determinado tempo no qual se dedica inteiramente a uma certa pessoa mas que no final acaba pela menor zanga ou até pela maior traição.

Para mim é uma mistura de desejo do qual tanto anseio, mas com um misto de receio. As coisas podem voltar a falhar.

Não sei se estou preparado para aceitar um 'não' se, eventualmente, for dito. Não estou preparado para receber um 'sim' porque tudo isto pareceria demasiado surreal para mim, mas afinal para o que é que estou preparado? A minha cabeça está numa enorme confusão de sensações, e talvez não consiga mesmo esperar pelo dia destinado.

Agora?

E se o fizer agora?

Uma coisa é certa, eu não aguento a espera.

Levanto-me rapidamente, abro a porta do compartimento e olho-me ao espelho, "Horan, tu consegues." Incentivo-me.

É o tudo ou nada.    

Charlotte, eu quero casar contigo.


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bem, estou a fazer porcaria. Mas simplesmente desenvolver ainda mais a história não me deixa confortável. 

After Thirty [n.h.]Where stories live. Discover now