Janeiro, 2005.
Depois da intensa e reveladora conversa, que Patrick e Ellen tiveram naquele trailer, as coisas ficaram completamente diferentes entre eles. Enquanto antes só ficavam juntos, no mesmo ambiente, se fossem obrigados, agora, era quase impossível vê-los separados. Já haviam se passado seis meses desde o dia em que expuseram os conturbados e indecifráveis sentimentos que sentiam um pelo outro. E, como combinado, ambos deixaram que o destino seguisse o percurso que ele quisesse. Mas, ainda assim, Patrick torcia para não se apaixonar por Ellen. Ele tinha uma linda esposa, que amava, uma filha; Ele tinha uma família. E não queria que tudo o que construíra com Jill, acabasse sendo destruído. Mas ainda assim, impedia-se de lutar contra seus sentimentos por Ellen.
Durante os seis meses que se passaram, ficaram impressionados em como eles eram parecidos. A amizade crescia cada vez mais, dia após dia. Era como se conhecessem, um ao outro, a vida toda. Eles perdiam a hora contando histórias, falando de coisas aleatórias, rindo, ensaiando, comendo e dando altas gargalhas com o jeito bobo que tinham e, se fosse preciso, aconselhavam-se. Quando Ellen brigava com Chris, passava horas conversando com Patrick, que sempre a acalmava e a ajudava. E quando Patrick brigava com Jill, Ellen fazia o mesmo. Eles estavam ali, um para o outro, em qualquer momento, à qualquer hora. Com isso, aqueles sentimentos, que ultrapassavam a perigosa linha da amizade, haviam desaparecido. Mas não completamente. Às vezes, ainda trocavam alguns sorrisos e olhares com desejo. E, algumas vezes, o clima entre eles se tornava intenso demais. Em contrapartida, a amizade que compartilhavam, preenchia ambos de forma tão pura, que eles sentiam que aquilo era o suficiente. Talvez, a estratégia que Patrick havia adotado no começo, de afastar Ellen, só o deixava com mais vontade de tê-la por perto. Mas, agora, que ela estava ao lado dele, quase que 24 horas por dia, tudo parecia perfeito. Parecia do jeito que deveria ser. O destino devia mesmo ter escolhido o seu caminho. O caminho seguro. E, aparentemente, correto.
Além da amizade linda que eles haviam construídos, muitas outras coisas também tinham mudado. Ellen e Patrick não iam mais diariamente ao set, já que todos os nove episódios da temporada já haviam sido gravados. Porém, para a divulgação de Grey's Anatomy, que seria lançada no final de março, ainda se viam quase todos os dias. Mesmo que não tivessem tanto trabalho para fazerem, como Meredith e Derek, ainda precisavam representá-los em gravações para os comerciais de Grey's, algumas entrevistas, centenas de ensaios fotográficos — só os dois ou com todo o elenco—, festas e as diversas coisas que envolvem marketing. Devido à essa rotina, quando passavam alguns dias sem se verem, parecia que faltava algo — eles realmente haviam se tornado inseparáveis. Por conta disso, por diversas vezes, saíram juntos — geralmente, acompanhados de Jill e Chris. Algo que acrescentou ainda mais a amizade dos dois, já que desta forma, os quatro formavam vínculos, e o ciumes que às vezes, os dois sentiam de Patrick e Ellen, parecia se tornar algo irracional.
Depois de ganhar um bom dinheiro com Grey's, mesmo a série ainda nem tendo começado, Ellen decidiu se mudar para um bairro mais nobre em Los Angeles. Sempre fora seu sonho morar naquelas mansões enormes em LA. Então, juntando o dinheiro que já tinha, e o que ganhara, Ellen começou a procurar uma nova casa. Como Chris não entendi muito dessas coisas (e nem se interessava também), Ellen pediu ajuda a Patrick, que também morava na região — em uma mansão maravilhosa— e ele aceitou imediatamente.
— Claro, eu vou adorar! — aceitou animado, quando Ellen o convidou, no ano anterior. — Fique você sabendo que eu tenho muito bom gosto e também sou ótimo em negociar — completou se gabando.
— Quanto ao bom gosto, eu não posso descordar... Mas bom negociador?! — Ellen implicou sorrido.
— Quer apostar? — Patrick perguntou sorrindo.
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Acima das Nuvens
FanficACIMA DAS NUVENS SINOPSE: Talvez você não saiba, mas há muito mais histórias para serem contadas por trás das câmeras do que diante delas. As histórias que você costuma assistir na televisão, cinema ou seja lá onde, carregam o peso de uma infinidade...