Amor de entrelinhas

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Capítulo dedicado a cada um de vocês que acompanham e aguardam pacientemente pelos capítulos.
Obrigada pelas mais de 12.5 mil leituras!

O amor está presente na sutileza das palavras.

Ellen

O chão do caminho da sala de audições parece feito de aço conforme marcho firmemente em direção ao meu trailer. Patrick logo atrás de mim, caminhando com a mesma determinação. O único ruído entre nós é o de ofegantes respirações e do atrito causado entre a sola dos nossos sapatos com o solo asfaltado do estacionamento.

— Aquilo foi ridículo — é a primeira coisa que digo, assim que entramos no trailer.

— Fico feliz que você concorde — Patrick retruca com deboche.

A porta de ferro batendo atrás de si, resultado da sua falta de cuidado.

— Não se faça de desentendido. — Jogo a chave do trailer sobre a mesa e viro-me para encará-lo. — Você sabe muito bem que eu estou falando da sua atitude, Patrick — esclareço.

— Minha atitude?! — questiona com um riso agudo. — O que tem a minha atitude?

Linhas de expressão dominam o espaço da sua testa.

— Além de ter sido ridícula? — rebato com o mesmo nível de ironia.

— Então você fica toda... — ele sacode a mão em minha direção — E o ridículo sou eu?

— O que... O quê você quer dizer? — pergunto sacudindo a cabeça. — Sinceramente, não estou com cabeça para entender mimica.

Embora eu apenas me recuse a compreender suas infames insinuações.

— Você sabe muito bem o que eu quero dizer— Patrick garante.

— Não, eu realmente não sei — nego cruzando os braços. — Me diz — ordeno.

— Não vou cair nessa — nega, reforçando com um forte manear de cabeça.

— Nessa?

— É... — assente. — Eu conheço as mulheres... Sei que se eu falar alguma coisa que você não goste isso vai ser usado contra mim — explica.

As minhas unhas emperram-se no meu braço involuntariamente.

— Nós não estamos em um tribunal, Patrick — falo ríspida; o tom da minha voz o condenando com a pior das sentenças à vida humana.

— Isso não quer dizer nada — ele recusa-se e eu maneio a cabeça sob forte incomodo ao avaliá-lo minuciosamente.

— Então isso significa que tem uma forte possibilidade de eu não gostar do que eu vou ouvir? —concluo eu.

— Yep — confirma descontraído.

O seu ar convencido faz o meu sangue ferver e a minha raiva subir cinco vezes na escala de irritação.

— Então é melhor você ficar calado — solto, livrando os meus braços apertados sobre meu próprio corpo e os redirecionando para a minha cintura. — Sabe o que teria sido ainda melhor? — indago, tocando a ponta do queixo teatralmente. — Se você tivesse ficado de boca fechada a manhã inteira — bufo, lançando ambas as mãos ao alto e em seguida batendo firme na minha perna.

— Ei! — ele resmunga surpreso. — Não fala comigo assim.

— Você é tão... — começo mas paro para respirar fundo passando a mão no rosto em extrema irritação. — Por Deus, como eu deveria falar com você, Patrick? — questiono, agitando uma as mãos veemente em sua direção.

Acima das NuvensOnde histórias criam vida. Descubra agora