Mir

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Tinha acabado de acordar ouvindo uma batida na porta. Estava irritado com o safado que o estava acordando no meio da noite. Abriu a porta bruscamente e ali não estava um soldado, mas sim uma mulher suja e maltrapilha.

— O que quer?

— Senhor, preciso de trabalho, me disseram que andava procurando uma criada.

— Quem disse isso?

— Bati em uma casa na rua do comércio procurando trabalho e o senhor de lá me disse que o senhor estava sem criada.

Era Mario, Mir sabia por que ele tinha dito a ele que estava a procura de uma criada, ele somente comentou para poder se justificar quando Mario voltou ao escritório algumas noites atrás e pegou ele com Rebeca. Ela já estava vestida quando ele entrou na sala, mas Mir para não levantar suspeitas disse a ela que se ela soubesse de alguém que mandasse falar com ele.

Quando ela saiu, ele se sentiu obrigado a dar uma explicação descente.

Então disse a Mario que tinha chamado Rebeca para perguntar se ela não conhecia alguma mulher que precisasse de trabalho porque ele estava se vendo com dificuldades sem uma criada, agora aquele intrometido manda essa mulher suja pra mim. Pensou Mir.

— Sou exigente, e quero tudo feito a minha maneira.

— Faço o que o senhor quiser, mas preciso de trabalho senhor.

Aquela mulher parecia não ser dali, era estrangeira e tinha um sotaque estranho, tinha os olhos negros como a noite e os cabelos de um vermelho apagado. Pela aparência do rosto devia ter uns vinte e cinco anos. Hum... Cabelo avermelhado me parece bem, pensou.

— Entre, quero avaliar você, não vou admitir nenhum tipo de doença então para eu te contratar precisará me deixar ter certeza que tudo o que vejo é apenas sujeira em você e não problemas de pele.

Era uma mentira bem boa essa, pensou ele, na verdade, ela seria aprovada se tivesse um corpo descente. Ele abriu a porta e ela entrou. Ficou parada no meio da sala.

Mir acendeu as velas para poder enxergar bem a mulher. — Tire a roupa.

Ela obedeceu de cabeça baixa, estava realmente muito suja, fedendo e estava magra. Mas não tinha doenças aparentemente. E ele pôde ver que ela tinha um corpo formoso debaixo de toda aquela sujeira.

Tinha o rosto cheio de sardas e não era um rosto muito bonito, mas também não era um rosto medonho, só sem harmonia. Mir a avaliou com atenção. Definitivamente não era uma mulher bela, mas tinha belo corpo.

— No quarto dos fundos tem uma cama simples e um armário, um banheiro pequeno também. Tome banho e se esfregue bem, não quero ter que sentir cheiro de gordura ou suor quando me servir à mesa. Terá os dias tranquilos porque só volto à noite. Não sou enjoado com comida, desde que seja algo que se possa engolir sem morrer de desgosto me estará bem.

Não a quero bisbilhotando minhas conversas com alguma visita caso aparecer alguma. Se isso acontecer, se retire e somente apareça se eu chamar.

— Obrigado senhor, não se arrependerá de me dar guarita, pois fiquei muito tempo sem um lugar para dormir.

— Você não é daqui, fala com um sotaque estranho.

— Sou sim senhor, de um vilarejo perto daqui, mas fui criada com uma mulher que falava assim, então acho que acabei pegando o costume.

— Entendo, vou dormir. Amanhã comprarei roupas adequadas para você não poderá trabalhar vestindo esses trapos. Não fica bem para minha reputação. Agora vá, amanhã quero te ver muito limpa.

Sanoar 2-Guerreiros Alados- (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now