Após uma grande epidemia que rapidamente se expandiu pelo mundo, o mundo todo literalmente morreu, não existe mais paz ou confiança, amor ou caridade. Agora é cada um por si e Enid entende muito bem este termo, após perder todos ao seu redor e ter d...
-Michonne, acho que os zumbis já já derrubam nossa cerca, temos que reforçar. - falo enquanto matava os zumbis que empurravam a cerca.
-Tudo bem, falarei com Daryl e os demais. - disse enquanto me ajudava a matar os zumbis.
-Rick! - Glenn vem em minha direção. -Precisamos de mais mantimentos, remédios, fraudas para a Judith e... -Michonne o interrompeu.
-Vão buscar então. -olhou para mim para ver se eu aprovava.
-Olha pessoal, tem muitos zumbis, se acontecer algo e não tivermos vocês aqui... Ou se acontecer algo com vocês lá fora, não sei... -falo pensativo.
-Rick, isso não é problema. Voltaremos rápido. -disse Glenn.
-Ok...-Suspirei. - Quem vai?
-Eu!- Carl surge no meio da conversa.
-Não... Você não... -falo para Carl.
-Pai, eu já tenho quinze anos, preciso ir, é para a Judith. Vamos eu, Glenn e Daryl... Ok?
-Tudo bem... Mas vocês são poucos e...
-Posso falar com a Maggie. -pronunciou Glenn.
Assenti e fui até onde estava a maior parte do pessoal. Estavam todos rindo e comendo. Finalmente podemos ficar descansados.
(...)
POV - Carl Grimes
-E aí Carl, já pegou as coisas da Judith?
Assenti.
-Peguei alguns medicamentos e mais enlatados com o Glenn, acho que já está tudo certo, vamos? - comentou Maggie.
-Vamos. -disse Glenn e Daryl.
Estramos todos no carro e então Glenn começa a dirigir.
-Nossa! Que agradável. - ironizou Glenn ao ver um zumbi bem no centro da estrada.
Não conseguíamos ver muito lá fora, não o que estava longe por conta da sujeira do vidro.
-Vou passar por cima. -disse Glenn acelerando um pouco o carro.
-Pra que? Temos mais o que fazer, desvie. -disse Maggie.
-Ok, Sra. Maggiestade. -zombou.
Rímos
Glenn desviou do zumbi, mas ao passar ao lado daquilo que era para ser um zumbi eu vejo o rosto de uma garota, cansada e sem vida. Seus olhos sem vida encaravam o nada, é como se ela estivesse vazia. Foi como câmera lenta, o vento feito pelo movimento do carro balançou seus cabelos castanhos. Por mais que parecesse que não, ainda restava um pingo de esperança em seu olhar.
-Ei... Parem o carro, é uma garota!- gritei apontando.
-É só um zumbi. -disse Maggie.
Glenn desacelerou o carro e prestou atenção no que eu disse.
-Ande com esse carro japonês. -disse Daryl.
-Sou coreano!!! -Glenn bufou.
-Carl, não é uma garota. Foi impressão sua.
-Creio que não seja. -falei abrindo a porta do carro e saindo imediatamente dele.
-Carl! Volta aqui, se te acontecer alguma coisa seu pai enlouquece! - Maggie me seguiu.
A garota continuou andando, sem rumo, ela estava sem vida e sem esperança.
-Ei, você!-Gritei e então ela parou de andar e virou-se lentamente para mim, estava longe demais para ver seu rosto.
POV - Enid
Depois de mais dois anos, longos, tristes e solitários eu posso afirmar que cansei, cansei dessa vida e cansei de lutar por nada. As palavras de meu pai já não me fortaleciam mais, e muito menos aquela boneca de pano.
Não aguento mais ter que encarar esse mundo sozinha, se eu continuar assim, daqui a pelo menos umas semanas eu vou a loucura. Me cansei de viver fugindo na floresta, vim pra cidade justamente para isso, para colocar um fim nisso tudo. Quando eu fui para o centro de Atlanta eu me apavorei, estava infestado. Eu nunca havia visto aquilo antes, não sei como escapei viva. Mas agora eu me arrependo, eu deveria ter ficado lá, apenas quero morrer.
Eu perdi a minha esperança, e ela era a única coisa que me mantinha lutando para sobreviver...
Olho para o final da estrada e um carro vem andando na direção contraria , continuo andando, deixe eles pensarem que sou um dos mortos, até porque pareço já ser um fisicamente...
O carro passou por mim na direção contraria e não parou. Foi o que eu pensei... Começo a ficar sem fôlego, eu sentia muita fome e exaustão senti todas minhas forças de esvaírem no meu último passo, até que alguém me chama.
-Ei, você!
Me virei para a pessoa e pude ver um pouco, era um garoto e usava um chapéu, ele segurava em sua mão uma arma.
-Responda, preciso saber se você é uma pessoa ou um deles.
Eu não aguentava mais em pé , não conseguia falar. Eu estava completamente paralisada, por mais que no último segundo eu tivesse falado que perdi a esperança, nesse momento ela voltou. E eu estava tentando lutar.
Como eu não consegui falar, dei um passo a frente, depois dois, e três.
-Pare ou eu atirarei. - o garoto ordenou.
Continuei andando e então ele posiciona seu dedo no gatilho e puxa a trava da arma.
Tento levantar uma mão para respondê-lo , mas não deu tempo e eu só pude sentir o impacto do meu corpo com o chão e então não vi mais nada.
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