Capítulo 10 - Justiça

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Um mês depois fomos à delegacia, eu e Felipe, mamãe quis nos acompanhar, eu já estava sem o gesso, mas usava muletas, pois ainda fazia fisioterapia, dentro de duas semanas estaria livre delas, eu nem sabia que haviam aberto um processo sobre o acontecido, eu nem sabia que tanta gente sabia, pois quando chegamos à porta da delegacia alguns fotógrafos se acumularam ao nosso redor, vivi uma das cenas mais revoltantes da minha vida, eu, Felipe e mamãe, cara a cara com os malditos agressores.

Agora podia vê-los bem e odiá-los ainda mais, tinha vontade de arrancar os olhos dele, quando olhei para os olhos de Felipe humilhado e de cabeça baixa, eu nunca tinha o visto assim, eles tinham um riso sarcástico, prepotente. Fomos para outra sala, uma espécie de tribunal, se sentamos de um lado e eles de outro, eles com os familiares dele, que tipo de pessoas haviam criados filhos assim.... Um homem gordo subiu em uma espécie de palco a nossa frente, abriu uma pasta preta e leu:

"Os cinco jovens aqui presentes cometeram atos de agressão na noite de 13 de outubro desse mesmo ano, foram denunciados por um dos jovens agredidos o Sr. Felipe Duarte. Sendo assim os cinco infratores foram julgados nesse tribunal e terão de cumprir á pena de cinco anos de prisão..."

Eu nem precisei ouvir mais nada, vi a cara dos tais prepotentes murcharem, Felipe me abraçou erguendo os olhos, eles foram algemadas, mamãe quase aplaudiu:

- Vocês deviam nos agradecer, estávamos tentando mudar essas pessoas. Eles são gays, eles se beijaram na frente de todos isso devia ser crime.

- Não existe crime para o amor! – disse mamãe sabiamente.

- Você é mãe desses dois nojentos, eles convivem debaixo do mesmo teto, eles se comem na sua casa – disse um deles cuspindo no chão.

- Fui eu que comi o bonitinho ali – disse um moreno alto apontando pra mim.

Felipe então se soltou de nós e deu um murro na boca dele, que sangrou, a polícia saiu dali com os cinco rapidamente para que não houvesse mais confrontos, a família deles saíram atônitas, mas não disseram uma palavra, quando fomos descer as escadas da delegacia alguns jornais começaram a nos fotografar, Felipe me abraçou por um lado e a mamãe pelo outro e assim saímos daquela cortina de flashes. Alguns aplaudiam, outros gritavam.

Corpos Colados (Romance Gay)Where stories live. Discover now