Capítulo 11

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Hoje foi meu primeiro dia de aula depois do que aconteceu, Lúcia me disse que Adrian não está indo para a escola. Ao que parece seus pais pediram que ele fosse transferido. Espero que seja verdade e que ele tenha ido para uma escola bem longe daqui.

Falei com todos os meus professores que me deixaram fazer suas provas ainda hoje e me deram novos prazos para entregar os trabalhos.

As aulas ainda são chatas, mal consigo manter meus olhos abertos na aula de matemática. Meus pensamentos estão em como as pessoas te tratam diferente quando te acontece alguma coisa. Hoje umas meninas que nunca falaram comigo me abordaram no banheiro. Perguntaram se estava tudo bem, disseram que eu era corajosa... É incrível como quando você se machuca por mínimo que seja o machucado as pessoas te bajulam.

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Assim que chego em casa vejo meu pai com roupas esportivas. É estranho vê-lo assim já que durante anos eu o via apenas de terno.

- Oi querida, como foi na escola? - Ele pergunta com um sorriso enorme no rosto.

- Bem, o que faz aqui? Pensei que fosse trabalhar. - Digo abrindo a geladeira.

- Eu precisava falar com você sobre algo. Mas antes de qualquer coisa quero que me diga se aprova ou não. E quero que me ouça.

- Tudo bem, sobre o que quer conversar? - Digo me sentando.

- Para comessar, sua mãe foi embora de novo. Naquele dia que estávamos brigando foi por que eu a vi bebendo de novo. Não quero ter que sofrer as mesmas coisas que sofri anos atrás e não quero que você passe por tudo isso de novo. - Ele da uma pausa esperando alguma reação de minha parte ou um comentário. - Bem e a outra coisa é que eu estive conversando com a Monique. Nós nos entendemos, expliquei a ela sobre sua mãe e eu. Monique foi super compreensiva e eu a pedi em casamento. Mas queríamos saber o que você acha disso.

Agora sim eu tenho uma reação. Fico feliz só de imaginar que Monique vai morar na mesma casa que eu. Mas ao mesmo tempo me sinto mal, meu pai deixou Monique como o plano B, ele não a merece mas sei que ela o ama e ambos merecem ser felizes.

- Eu adorei a ideia. A Monique é uma boa pessoa e é a mulher perfeita para você.

- Ótimo. E... Tem mais uma coisa. - Ele diz sorrindo.

- O que é? - De repente eu fico curiosa.

- Queremos que você seja dama de honrra.

- Claro. - Digo e o abraço.

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Meu pai foi trabalhar depois da conversa que tivemos e eu resolvi ir para a casa da Lúcia. Quando estou fechando a porta se casa vejo Arthur saindo do elevador com sua mãe.

- Amber, que saudade. Como você está? - Ela pergunta simpática.

- Bem. Já voltei para a minha vida normal. - Respondo evitando o olhar de Arthur.

- Vai passar o dia com a gente? - Ela pergunta.

- Não, eu tenho que ir na casa de uma amiga e pegar a matéria atrasada. Mas quem sabe a próxima?

- Claro. Os estudos devem vir primeiro.

Depois disso dou um sorrisinho para ela e saio de lá sem olhar para Arthur. Passo horas na casa da Lúcia. Fizemos algumas lições e depois ficamos assistindo filmes de terror. Adoro assistir filmes de terror com Lúcia pois ela me faz rir e perder o foco do filme.

Chego em casa e meu pai ainda não chegou. Decido fazer o jantar e estudar para a prova que terei amanhã.

Alguém bate na porta e eu vou atender achando que meu pai tinha esquecido a chave da porta de novo. Mas quando abro a mesma vejo que é Arthur.

- Oi, posso falar com você? - Ele pergunta com a voz sutil.

- Tudo bem. - Digo apesar de estar um pouco apavorada.

Ficamos nos encarando por um bom tempo. Arthur estava sentado em um dos sofás e eu não tive coragem de me sentar.

- Quer beber alguma coisa? - Pergunto para sair daquela situação constrangedora a que nos encontrávamos.

- Não. Obrigado.

- Qual o assunto que temos que conversar? - Pergunto novamente tentando sair dessa situação.

- Vc sabe... O beijo. Já faz dias e você continua me evitando. - Ele diz sustentando seu olhar no meu.

- Eu não estou te evitando... - Ele me interrompe.

- Jura? Por que você abaixa a cabeça quando passa por mim, não atende minhas ligações, não responde minhas mensagens e não sai de casa antes de olhar o corredor. Então ou você está fugindo de mim ou está sendo ameaçada de morte.

- Claro que não. Credo. - Digo na mesma hora. - Só não podia olhar para você. Foi tão estranho...

- Estranho? Como assim? Eu gosto de você, isso é estranho?

- Para mim sim. A visão que eu tenho de você é de um amigo, ou pelo menos era. Agora eu não sei, estou confusa. - Digo colocando a mão na cabeça e olhando para todos os lados a procura de uma rota de fuga.

- Podia ter me dito. Agora é como se não fôssemos nem isso. Eu prefiro ser seu amigo e estar perto de você ao que você fugir de mim.

Aquelas palavras me partem o coração. Eu gosto tanto dele mas ao mesmo tempo tenho medo de que ele possa me machucar.

- Olha, eu gosto de você. Mas queria que tivesse um pouco mais de paciência. Quando você me beijou, aquelo foi com um tapa na minha cara. Eu não esperava, eu não imaginava que você nutrisse qualquer tipo de sentimento por mim.

- Eu entendo. - Ele diz olhando para o chão, parecia tão triste e eu logo me sinto culpada.

Atravesso a sala até ele  e o abraço. Apesar de surpreso ele retribui. Não queria me soltar daquele abraço nunca mais. Era tão caloroso.

Quando me dou conta estávamos nos beijando. Não podia ficar longe dele. Eu gosto dele, pior acho que o amo. Não sou capaz de explicar o que sinto nesse momento mas tenho certeza de que eu não o quero apenas como amigo...

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Oi pessoal, estou postando esse capítulo para recompensar pelo mês passado que eu quase não postei capítulos.

E o que estão achando? Gostaram desse capítulo?

Bjs. Até o próximo capítulo.

O Insuportavel Do Meu VizinhoWhere stories live. Discover now