Livro 3- Amor de Lobo

Capitulo 12

Já tinha passado uma semana desde o segundo beijo e Sara tinha conseguido evitar, com sucesso ficar sozinha com Rafael. Já que ele tinha o hábito de a beijar apaixonadamente e depois a deixar tratar do resto sozinha, ela tinha que se proteger. Sabia que Rafael tinha percebido a distância que ela estava a interpor entre eles. Mas era necessário, porque se ele a beijasse de novo ia obrigá-lo a ir até ao fim e não sabia se era o certo a fazer. Ela queria que ele o fizesse de livre vontade, por ...amor.

Ela estava encostada no armário a beber café com estes pensamentos quando Rafael entrou na cozinha, imediatamente ficou tensa. Ele olhou para ela, cauteloso.

__ Bom dia, Sara!

__ Bom dia, Rafael!

Quando se aproximou da máquina de café, Sara dirigiu-se á pia. Lavou a caneca e saiu passando por Marco que os olhava fixamente encostado na ombreira da porta.

__ Bom dia, Marco! - Sara sorriu-lhe.

__ Bom dia!

Rafael seguiu Sara com um olhar carrancudo, sua frieza o afetava mais do que pensara no inicio, ele a queria perto , queria ve-la sorrir, queria beija-la , faze-la dele.

__ O que se passa entre vocês dois? - Marco perguntou com uma sobrancelha levantada.

__ Não se passa nada. - Rafael resmungou.

__ Não será esse o problema?

__ Ela evita-me quando está sozinha comigo. - Bufou.

__ Porque será? - Marco revirou os olhos e saiu.

Rafael estava a ficar farto do ambiente tenso entre ele e Sara. Já tinha passado mais uma semana e ela continuava fria interpondo uma distancia que  não lhe agradava.  Falava normalmente, sorria quando almoçavam e jantavam todos juntos. Mas quando ficava sozinha com ele a tensão era palpavel, a fazendo correr dele. Tinha que falar com ela, precisava, mas nunca conseguia apanha-la a sós para conversarem.

Quando Rafael entrou para tomar o pequeno-almoço naquela manha, Sara estava de bicos de pés a tentar retirar uma xicara do armário. Rafael aproximou-se em silêncio, se colocando atras de seu corpo, inalando profundamente seu cabelo. Um perfume que deixava todos os seus sentidos em alerta, o deixavam selvagem, desperto..

__ Precisas de ajuda? - Sem conseguir evitar o sussurro sensual que saiu de sua garganta ,estica o braço, retirando aquilo que ela tanto desejava no momento.

Quando sentiu o corpo de Rafael encostado ao dela, Sara congelou. Respirou fundo duas vezes antes de se virar e encarar o rosto do homem que a deixava quente como o inferno. Eles fixaram olhares por uns segundos, mas que por momentos  pareciam horas.

__ Obrigada! - Sara finalmente conseguiu articular a palavra, tentando se afastar do calor de seu corpo no dela. Rafael rapidamente a prensou contra a pia.

__ Sara! Andas a fugir de mim? - Seus olhos acariciavam sua boca , seu rosto antes mesmo de prender sua atenção, uma de suas mãos desliza por seu cabelo, colocando uma madeixa de cabelo atrás da orelha.

__ Claro que não! - A voz de Sara se elevou um tom sem mesmo ela se aperceber. Estava nervosa demais.

__ Não mesmo? - Franzindo o cenho Rafael agarra seus ombros. __ Andas distante comigo e eu não quero isso.

Por uns momentos, Sara olhou para ele mas não falou nada.Rafael se inclina um pouco o que de imediato a fez reagir, colocando uma das mãos em sua boca.

__ Estamos bem!

__ De certeza?

Rafael retira a mao de sua boca e a beija ternamente. Ela não queria se apaixonar por ele, pensou que se o evitasse estaria segura nesse sentido. Mas no fundo   já era tarde, os sentimentos já tinham sido despertos. Suspirou, se resignando de que a frieza era somente uma forma estupida de defesa. No fundo preferia ter algo dele, nem que fosse somente amizade.

__ Sim, estamos bem. - Ela sorri.

Rafael abraçou-a com sincero alívio, ele iria conquistar seu coração, lhe mostrar que a queria para sempre do seu lado, mas antes teria que saber quem ele era realmente , teria que o aceitar plenamente antes de tornar algo mais intimo ... uma realidade.

Nos últimos dias as coisas compuseram-se entre Rafael e Sara. Ela andava sorridente, já não se afastava quando ele se aproximava. Conversavam sobre cada um deles e cada dia que passava conheciam-se melhor.

Nessa tarde, depois de visitar Marta, Sara foi até aos correios. Ao sair verificou que tinha uma carta dirigida a ela, quando ia para a abrir deu de caras com Gaspar. Realmente era um homem estranho, mas a sua beleza fazia babar qualquer mulher. Ela finge que não o  vira e continua seu caminho apesar dele barrar seu caminho em segundos.

__ Olá doçura!

__ Oh! Olá! - Disse surpresa.

__ Andas por aqui sozinha? - Gaspar olhou á volta sorrindo enigmaticamente.

__ Sim. - Disse intrigada. __ Porquê, não devia?

__ Não achava que  Rafael te deixaria andar sozinha.

__ E porque não havia de deixar?

__ Vem tomar um café comigo. - Disse como se fosse uma ordem, ignorando a pergunta dela.

Sara arqueou as sobrancelhas, aquele homem era realmente estranho.

__ Gaspar...me  desculpe mas vai ter que ser noutra altura. Estou com um pouco de pressa. - Mostrou-lhe as cartas. __Tenho que levar documentos importantes.

__ Fica  prometido para um proximo encontro então? - Gaspar provocou.

__ Fica prometido. - Concordou.

__ Vou cobrar essa promessa, doçura. - Garantiu ele enquanto se afastava com um grande sorriso nos lábios.

Mordendo o lábio observou a postura d o homem que se afastava. Algo lhe dizia que não deveria ter encontros com ele, algo no seu intimo alertou que ele poderia ser um grande problema, já que Rafael não ia muito com sua cara. Esse pensamento a fez  colocar a mão no estomago quando a dor surgiu de repente como se tratasse de um pressagio de uma tempestade próxima.