Capítulo XXVII

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Embaraçado entre seus fios de cabelo, sentindo seu perfume em minha pele e leve como uma pluma acordei na manhã seguinte já ansioso para que ela acordasse em breve e eu pudesse ver seu sorriso. Cada momento detalhado da noite passada rodava em minha mente como um clipe musical no modo "repeat" e eu não pretendia parar. Com a cabeça em meu braço suas mãos entrelaçadas uniam-se ao seu rosto e com medo de interromper sua serenidade eu respirava fundo tentando ao máximo não mover meu corpo que ela segurava com sua panturrilha atrás de minhas pernas. Minha única e perfeita opção era observá-la em silêncio, assim fiz.

-Para de me encarar, Nicolas.- Ela murmurou de repente e senti meu coração pulsar mais rapidamente com o susto.

-Como sabe que...- Indaguei espantado.

-Eu sinto quando você me observa.- Sorriu abrindo lentamente os olhos.

-Sexto sentido?- Pus a mão no peito me acalmando e dando risada disso.

-Ou apenas um dos meus talentos.

-Grandes talentos aliás.- Arqueei a sobrancelha sendo sugestivo.

-Não me faça corar tão cedo.- Apertou minha cintura tentando me conter.

-Engraçado isso.- Sorri acariciando seu braço.

-O que?- Piscou rapidamente tentando assimilar.

-Sempre que eu lhe digo verdades seu rosto cora.- Pus minha mão por cima de sua bochecha- É um charme.- A senti ficar mais quente- Desculpe, eu vou parar aqui.

-Obrigada.- Sorriu sem jeito- Ela disse sorrindo- Sobre ontem: Foi o melhor encontro que já tive.

-Eu agradeço...- Uni novamente nossos corpos- Por você ser minha e me dar o prazer de desfrutar uma noite maravilhosa como essa.

Bea se sentou na cama e beijou meu rosto. Sentimos uma brisa fresca soprar por entre as cortinas do outro lado do quarto que se levantaram levemente.

-Você abriu a janela?- Perguntou-me franzindo a testa.

-Não.- Sentei-me ouvindo meu pescoço estalar enquanto o movimentava.

Curiosa, Bea enrolou o lençol por baixo de seus braços e se levantou indo até lá fechar a janela, mas acabou descobrindo uma varanda linda, da qual nem eu mesmo tinha conhecimento, com uma alta vista do centro da cidade. Chegava a ser inspirador e até eu mesmo quis ver mais de perto.

-Gostou da vista?-Peguei minha cueca no chão e a vesti.

-É tão...- Tomou fôlego e me olhou brevemente sorrindo indo até a parte de fora- Eu nunca vi Nova Iorque desse jeito.

-Posso comprar essa vista pra você.- Cheguei nela a abraçando por trás. Sua simples resposta foi um olhar frio por cima do ombro com a sobrancelha arqueada.- Brincadeira.- Retirei de imediato.

-Se não fosse por você eu não veria isso tão cedo.- Voltou seu corpo para mim- O que eu posso fazer pra retribuir?

-Hmmmm...- Mordi o lábio- A lista é bem grande.- E sorri acariciando suas costas. Sua risada me deixou encantado.

-Me diz uma então.- Respirou fundo.

-Eu ficaria muito feliz se aceitasse o carro que comprei pra você. É muito seguro, sem riscos de estragar ou te colocar em perigo.- Olhei atentamente a expressão em seu rosto.

-Quando foi que você...? Ficou louco!?

É óbvio que eu estava blefando, não havia comprado carro algum. Porém se eu pedisse "permissão" para comprar um ela insistiria e faria sua clássica pirraça até que eu desistisse de fazê-lo.

Just be Mine | Livro I | Série "Mine"Onde histórias criam vida. Descubra agora