Capítulo 10

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3 semanas depois

O quarto estava escuro, nem mesmo a luz da lua era suficiente para iluminar a menina encolhida na cama. Apesar do silêncio que preenchia o cômodo ela tinha as mão em volta dos ouvidos e uma cara de dor como se alguém gritasse ao seu lado. Já perdera as contas de quantas noites passou nessa posição, mas pelas olheiras fundas debaixo de seus olhos verdes e a fraqueza que sentia nas pernas devem ser muitas.

Os remédios simplesmente não faziam o efeito esperado, sua médica não tinha mais o que fazer, os enfermeiros e enfermeiras tinham medo, e a única pessoa que não se importava com suas crises era sua amiga, e somente com ela a menina conversava. A garota não mais distinguia o real da imaginação, ela estava confusa, perdida, assustada...

Antonella Frattin estava enlouquecendo aos poucos.

Carter's POV On

FINALMENTE LIVRE! Enfim as provas acabaram e eu me formei. Agora poderia fazer o que gosto sem precisar me preocupar com notas. Hoje seria o primeiro dia de trabalho real, nada de enfermeiro, agora eu serei Doutor Mason. estou aqui na sala do diretor do hospital ao lado de alguns colegas esperando o homem que definirá com quem vamos trabalhar ou em que área iremos atuar.

- Olá, sejam muito bem-vindos de volta. Vocês que estão aqui cumpriram com suas obrigações e conseguiram seus diplomas. Meus parabéns! - Ele disse e nós aplaudimos um pouco, mas nada escandaloso, todos estão ansiosos demais. - Bom sem mais delongas irei entregar suas pastas por ordem alfabética e podem ir direto ao trabalho.

- Britany Patterson. - ele chamou e a loira saiu rebolando. Já comi.

Chamou mais algum nome de meninas que obviamente eu já tive debaixo de mim.

- Cameron Engel. - Argh esse cara me enche a paciência sem nem abrir a boca.

- Carter Manson.

Logo estava na porta pronto pra ver quem seria meu primeiro paciente, o diretor me olhou com cara de poucos amigos, acho que ele não gosta muito do meu comportamento com suas funcionárias, fazer o que se todas me querem...

Dentro da pasta tinha uma chave com o número da minha sala, MINHA sala. Entrei e apesar de simples e completamente branca era minha, e eu não me canso de dizer que tenho uma sala só pra mim. Providenciarei algumas coisas para amanhã, mas como o horário do café dos pacientes já está no fim preciso olhar quem será meu primeiro paciente. Na primeira folha estavam algumas poucas informações e uma foto dela.

" Beatrice Amelia Muller, 17 de Maio de 1996.

Internada pelos pais aos 16 anos, alegaram distúrbio mental.

Transtorno de personalidade Borderline, atualmente bem controlado. "

Enquanto analisava mais alguns documentos ouvi algumas batidas na porta e quando olhei uma enfermeira estava com a cabeça pra dentro

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Enquanto analisava mais alguns documentos ouvi algumas batidas na porta e quando olhei uma enfermeira estava com a cabeça pra dentro.

- Sua paciente chegou doutor. - Apenas acenei positivamente. "Doutor..."

A menina entrou e wow, 4 anos mudaram bastante seu rosto, se ela não estivesse internada aqui no Benthlem eu provavelmente tentaria alguma coisa. Recuperei minha pose depois de analisá-la e tomei a iniciativa já que ela parecia acuada.

- Olá Beatrice. Eu sou Doutor Mason e a partir de hoje seus encontro serão aqui comigo. - Disse da maneira mais simpática e convidativa que pude, mas ela apenas balançou a cabeça e se sentou no sofazinho branco de frente para a minha poltrona.

- Bom, sobre o quer falar?

- Eu gosto de flores... - ela disse baixinho. - Você gosta de flores doutor? - perguntou finalmente me olhando nos olhos e pela sua expressão ela estava surpresa, e de um jeito bom devo dizer.

- Claro que gosto, minhas preferidas são os copos de leite. E as suas Beatrice? - Perguntei sorrindo.

- Eu gosto de girassóis, eles são tão alegres e bonitos. Mas qualquer florzinha é bonita, até mesmo as que temos aqui nos jardins. Eu sempre vou lá olhar pra elas com a minha amiga, quer dizer, eu ia... - Seu semblante mudou completamente de radiante para triste e preocupado.

- E porquê não vai mais? - Perguntei realmente curioso.

- Ela está estranha estes últimos dias e não apareceu ontem... Acho que ela se cansou de mim., todos cansam não é? Meus amigos, meus pais, Nella e até a antiga Doutora... Você também vai cansar e me deixar sozinha Doutor...

- Não querida a antiga Doutora não se cansou de você fui eu quem pedi para ver você! E quanto a sua amiga não fique assim, ela deve estar com problemas, mas nós vamos cuidar dela e vocês voltarão a observar as flores juntas está bem? - Ela assentiu e continuou olhando para mim com olhos confusos.

O resto da consulta foi mais tranquilo, eu só ouvia enquanto ela falava de flores das quais eu nem fazia ideia da existência. Mas até que ela era divertida, na hora de ir embora ela até soltou um risinho insinuante pra mim. Nem mesmo as residentes estão livres do meu charme. Haha

Carter's PON Off

Cameron's POV On

Estava na minha sala dando uma olhada nas fichas dos meus pacientes. Finalmente consegui meu diploma e como o esperado me formei com honras, o melhor aluno do meu ano. Agora começarei a fazer o que amo, ajudar quem precisa de ajuda de verdade. Estava perdido em meus pensamentos quando ouço uma voz me chamar:

- Doutor Engel, podemos conversar? - Era o diretor.

- Claro senhor, entre por favor. - Respondi já me levantando da mesa e indo para o sofá.

- Bom sei que é seu primeiro dia, mas fui informado que você foi o melhor aluno, e como aqui você também nunca nos decepcionou eu tenho um pedido a fazer. - Assenti de pronto aguardando. - Temos uma paciente que chegou a pouco mais de 1 mês e nas últimas semanas o seu tratamento não tem dado resultado algum, pelo contrário. Ela se recusa a conversar com a médica e a única coisa que se ouve dela são sussurros incompreensíveis. Nem sair do quarto ela saiu nas últimas 24 horas. Sei que é um grande desafio mas como é uma residente nova e você também acho que poderia ser bom e caso o convívio entre vocês seja benéfico poderão estabelecer um vínculo Médico - Paciente. O que acha da minha proposta? Se estiver inseguro irei entender...

Sim é um desafio e tanto pegar um caso crítico assim no começo, mas eu já estou fascinado, sempre gostei de me superar e essa é a oportunidade perfeita para mostrar ao diretor Walsh do que eu sou capaz.

- Eu aceito. Não precisa nem perguntar duas vezes. - Respondi olhando fixamente em seus olhos.

- Gosto dessa atitude Engel, prove que os elogios recebidos são merecidos. Ela virá assim que tomar os remédios já que se recusa a comer, ainda não tivemos tempo de enviá-lo a ficha dela mas é bom que assim você tira as próprias conclusões. Por hoje é só, boa sorte no primeiro dia Doutor. - Estendeu-me a mão que eu apertei firmemente e sorrindo largo.

As coisas estavam indo melhor do que imaginei, mal via a hora de dar a primeira consulta quando bateram na minha porta.

- Entre por favor. - Falei sem olhar pra porta enquanto organizava alguns papéis que havia espalhado.

- Doutor, sua paciente está aqui, vou deixá-la entrar. - A enfermeira disse e eu logo ouvi a porta fechar.

- Olá, eu sou o Doutor Engel e a partir de hoje seus encontros serão comigo. E você é...? - Só então levantei meus olhos até a figura parada em minha porta.

Assim que a vi meu sorriso desapareceu, minhas mão começaram a suar e minha boca secou. Ela estava acuada, os cabelos bagunçados, o corpo trêmulo e os lábios rachados. Porém nada disso chamava mais atenção do que os seus olhos. Eu nunca me esqueceria daqueles olhos verdes... Era ela!

- Antonella...

Louca sanidadeDonde viven las historias. Descúbrelo ahora