Capítulo 19

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Antonella's POV On

Sai da sala de Cameron me sentindo bem melhor do que antes. Eu não sei exatamente o que é, mas alguma coisa nele me acalma. Não sei se é aquele sorriso, aquele perfume ou então o abraço... Ah aquele abraço com certeza me traz paz.

Estava a caminho da árvore onde Bea provavelmente já me esperava. Meus pensamentos ainda estavam naquele consultório quando de repente um furacão loiro passa por mim. Eu hein, pra que tanta pressa? E ainda por cima nem pediu desculpas. Detesto pessoas mal educadas.

Finalmente cheguei no jardim e o enfermeiro que estava me acompanhando saiu do meu pé. Cheguei no lugar de sempre e me sentei ao lado da minha amiga olhando para o céu assim como ela fazia.

- Hey o que você está olhando? - Perguntei tirando-a de seu transe.

- Hm nada na verdade. Só estava te esperando. - Ela olha pra mim sorrindo e, pela segunda vez no dia que alguém faz isso, seus sorriso morre. - Você estava chorando amiga?

- E-eu estava. Mas já está tudo bem, não se preocupe. - Lancei-lhe um sorriso convincente tentando desviar do assunto.

- Hm... certo certo. - Quando eu pensei que ela iria mudar de assunto lá vem ela com suas perguntas. - Mas quem fez você chorar? Foi aquele cara que você conversa todos os dias? Porque se foi pode deixar que eu vou ter uma conversinha com ele! - Sua cara de brava me faz rir baixinho.

- Não, não foi ele. Muito pelo contrário, ele me ajudou a melhorar. - Falo olhando em seus olhos.

- Ajudou é?? - Apenas confirmei com a cabeça e um resmungo. - E esses olhinhos brilhantes querem dizer o quê?

- Hã?! - Fiquei confusa.

- Os seus olhos Nella, quando falou dele seus olhos brilharam... Você e ele...

- Oh não, não, nao! Não pense besteiras Beatrice, ele é apenas um... amigo. - Falo negando de maneira frenética com a cabeça.

- Sei, sei. Você pode tentar se enganar minha amiga, mas eu não sou burra. - Diz ela me puxando para seu colo come sempre fazemos.

E assim ficamos por um bom tempo, desfrutando da calma, da brisa e da companhia uma da outra. Entretanto minha vida não poderia ser boa assim por tanto tempo.

- Olá Beatrice. Que bom encontrar vocês aqui! - Aquela voz acordou todos os meus instintos. - E você é Antonella não é mesmo? - Ele perguntou de maneira fingida com um sorriso que se não me enojasse seria considerado lindo.

- Uhum. - Preciso sair daqui. Agora! - Bom Bea acho que eu vou pro meu quarto não estou me sentindo muito bem... - Falo levantando do seu colo e dando um beijo em seu rosto.

- Por favor deixe que eu te acompanho até seu quarto. Eu volto assim que possível para conversamos Beatrice. - Diz ele lançando um sorriso para minha amiga. - Então vamos?

- N-não precisa, eu posso ir sozinha. - Preciso me livrar dele.

- Oh eu faço questão de levá-la até seu quarto.

Eu não podia fazer nada, recusar seria muito suspeito e se qualquer pessoa desconfiasse de algo tenho medo do que ele poderia fazer. Por isso apenas confirmo e sigo na frente a pessoas apressados.

O caminho todo sinto sua respiração em minha nuca e isso me incomoda muito. Quando estou em frente à minha porta suspiro aliviada achando que aquela situação estava no fim, porém eu não podia estar mais enganada.

- Mu-muito obrigada por me tr-trazer. - Digo já dentro do quarto fechando a porta, mas antes que eu possa completar a ação seu pé trava meus esforços.

- Não vai me convidar pra entrar bonitinha? - Seu olhar é assustador e eu sei que não tenho escolha... Portanto entro no quarto e deixo a porta aberta. Já sabendo o que me espera fico de costas para a porta abraçando meu próprio corpo.

- Boa menina, agora fique quietinha sim? - Ele pergunta enquanto sinto suas mãos asquerosas por mim. Apenas confirmo com a cabeça e a primeira lágrima cai pela minha bochecha atingindo o chão.

***

Dessa vez ele sai do quarto sem falar nada e me deixa lá, jogada em minha cama enquanto agarro Sr. Gatto. Não sei o que fazer para que essa sensação passe.

Quando as enfermeiras me chamam para o almoço digo que não estou me sentindo bem e prefiro continuar no quarto, o que por incrível que pareça elas aceitam de bom grado. E eu continuo chorando sem conseguir me mover ou fechar os olhos pra dormir.

De repente ouço batidas na porta e antes que eu possa mandar quem quer que seja embora ela se abre revelando o único rosto que é capaz de me acalmar agora.

Assim que ele vê meu estado fecha porta e praticamente corre até minha cama. E tudo que eu sei fazer é chorar mais.

- O que aconteceu agora Nella?... - Sua voz é doce e sinto suas mãos em meus cabelos de maneira suave.

- E-ele fez de novo... - E essas simples palavras despertaram Cameron como um choque.

Na mesma hora ele se levantou do chão onde estava ajoelhado ao meu lado, sentou-se na minha cama e me puxou para seus braços como se pudesse me proteger de tudo. E eu me sentia segura.

- Hey, tente se acalmar. Vamos dar um jeito nisso, eu prometo para você. - Suas palavras tinham um efeito calmante em meu organismo, fazendo eu parar de chorar aos poucos enquanto agarrava seu abdômen cada vez mais forte. - Eu vou cuidar de você.

Antonella's POV Off

Cameron's POV On

Quando me disseram que Antonella não queria jantar pois não estava se sentindo bem praticamente corri para seu quarto. E agora tenho certeza que fiz a escolha certa.

Vê-la tão frágil, o rosto banhado pelas lágrimas e o corpo encolhido agarrado ao meu, é uma coisa que eu não gostaria de repetir, mas sei que pra isso preciso tomar alguma atitude. A questão é: o que fazer?

- Antonella? - Chamo baixinho para o caso de ela ter dormido.

- Sim...

- Precisamos tirar você daqui. - falo isso e tento olhar em seus olhos. Porém me arrependo assim que ela me encara de volta. Tudo que vejo em sua expressão é pânico.

- Mas, e-eu não posso sair daqui! Eles vão me achar de novo, eu não posso ir pra minha casa! - Ela estava prestes a chorar mais uma vez naquele dia.

- Você não pode mais ficar aqui. Aquele louco do Carter continuará chantageando-a e isso eu não posso deixar. Não suporto a ideia dele tocando você com aquelas mãos imundas... - Só de falar me dava nojo e pela cara que ela fez a sensação era compartilhada por nós dois. - Nós vamos achar um lugar seguro, cuidarei disso eu mesmo.

Ela apenas assentiu e se aconchegou a mim novamente. Eu nunca me cansarei disso, seu perfume, seu toque, tudo nela me impressiona e me instiga a querer mais, sempre mais. E é por esse "mais" que eu vou fazer qualquer coisa para protegê-la.

Louca sanidadeNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ