Capítulo 23 - Acho que seu coração anda pifado

1.5K 153 6
                                    




Gisele



Que graça tem de ir a uma boate e só ouvir música eletrônica o tempo todo? Meu estilo e curtir um som mais pesado, um metal core daqueles que invadem até a sua alma. Mas, já que não estou no meu lugar preferido, que é no bar que sempre vou, cá estou eu , tentando dançar uma música mais agitada . Não sei dançar muito bem, mais eu só quero me divertir e quem sabe dançar até o sol raiar, mesmo que eu esteja dançando de forma desordenada. Enquanto eu me  mexia,acabei  pisando  nos pés de alguns caras a minha volta, lógico que  eles deixavam passar . Eu sou muito gostosa para que eles não deem uma boa olhada em mim e logo esqueçam dos seus pés doloridos.Enquanto mexia meus braços e me movia  com os meus olhos fechados, senti uma mão percorrer minha cintura e seguir em direção aos meus glúteos. Abri meus olhos de forma rápida, aquela mão , aquele toque era de alguém estranho. Até cheguei a pensar que o Nícolas tinha resolvido se juntar a mim,na pista de dança,mais infelizmente não era ele.

Abri meus olhos e assim que notei o rapaz que era ,cheguei a rir. A criatura era desabilitada de beleza. Todo pequeno  e magro, mas aquele magro que se você segurar o braço com alguma força , ele se parte em várias outras partes. Ele que estava se aproveitando de mim, sem ao menos me perguntar se poderia.

Eu o olhei com desdenho e logo fui alfineta-lo e manda-lo para escanteio, mais o infeliz foi persistente e só me restou fazer algo que ele iria se arrepender amargamente por me importunar. Eu sorri sarcasticamente, lhe puxei mais para perto de mim, e chutei com o meu joelho aquelas coisas nojenta que ele tem dentro das calças. Na mesma hora, o pobre homem se contorceu de dor, e eu lhe mandei um
" Eu avisei",seguido de um palavrão. Ele me olhou com os olhos arregalados e sussurrou com o pouco ar que lhe estou um desculpe.

Joguei meus cabelos ao vento, e fui caminhando devagar para o balcão do bar, e senti dois bafos de onça em meu pescoço, e uma mão me alisando a perna. Eu bufei de ódio, e os encarei. Eles eram grandes, razoavelmente encorpados, um deles até que era aceitável no quesito beleza, mais só o fato de acharem que sou fácil a esse ponto, acabou com as pouquíssimas chances que ele tinha comigo. Aquele abuso não sairia ileso, ah , não mesmo. Puxei das mãos de um rapaz que estava ao meu lado,uma garrafa de uma bebida qualquer,e a depositei em cheio na cabeça do atrevido. O cara mais ajeitável, segurou o meu braço com força e nesse momento eu vi o Nícolas se aproximando de mim, juntamente com o Artur a tiracolo. A  bagunça estava armada. Fazer o que? Eu estava quieta na minha, mais esses infelizes procuraram sarna para se coçar , então quem sou eu para fugir de alguma coisa!




Nícolas




Assim que cheguei perto da Gisele, o imbecil a soltou e me olhou com deboche. Eu o encarei com meus olhos cerrados,destilando  ódio. Doido pra socar a cara dele e fazer entende-lo que aquela loira me pertence.

- Apareceu o namoradinho da vadia?
- Ironizou.

- Olha como fala com ela. -  Esbravejei e ele riu.

- Essa vadia, me cortou! - Esbravejou o outro rapaz, com a cabeça  sangrando. 

- Quem mandou se aproveitar dela?
- Murmurei. -  Acho melhor saíram daqui.- Ele riu e me interrompeu ,cheio de si.

- Ou o que? -  Indagou-me, o amigo dele.

- Ou eu vou partir a sua cara no meio. - O ameaçou, o Artur. O cara riu,e o Artur não pensou duas vezes,antes de meter um murro na cara dele. A briga estava armada, a Gisele se afastou um pouco de nós, ela se divertia com a cena que via. O Artur caia no tapa com o cara ferido, e eu com o amigo dele.  No momento em que eu fui depositar um soco mais forte no rapaz,ele se esquivou e eu acabei acertando um rapaz que não tinha nada a ver com a situação. Ele caiu no chão  e o infeliz que eu batia o socou novamente na cara e ele desfaleceu . Eu admito, bati bastante, porém  me machuquei . Eu sou um cara normal, corpo na medida, porém sei me defender e defender as donzelas com a dignidade perdida.

Assim que a Gisele viu que eu estava encurralado e já estava desnorteado pelo soco que ganhei na boca do estômago ela se moveu e quebrou outra garrafa na cabeça do cara. Eu a agradeci com o fôlego que me restou no momento. O Artur, havia batido mais do que apanhado, ele sorria para nós, como se aquilo fosse algo maravilhoso e novo para ele. Que na verdade era, ele nunca foi um cara brigão, mais ele sempre foi um cara que praticava algum tipo de luta no tempo vago entre o trabalho e a diversão. Nossa briga, foi interrompida graças a Deus, porque eu não aguentava mais, meu corpo estava dolorido, meus punhos quebrados , acho que devo ter quebrado algumas costelas, e havia um rombo em meu super cílios, pude sentir um sangue escorrer em meu rosto.

O Artur estava cansado, pude ver em sua feição, mais ele sorria vitorioso e acabou deixando seu sotaque Italiano sobressair ao tentar conversar com os seguranças que estavam nos colocando para fora da boate. Pelo o que entendi, ele falou, falou e nem moveu uma reação ao contrário dos grandões, que pareciam dois armários. A Gisele, estava com uma feição triste, ao ver o estado que fiquei depois de salva-la daquela confusão que ela mesma armou.

- A princesa tá sã e salva. -Constatei ,em um tom sarcástico, enquanto ela me ajudava a seguir até o carro.

- Ninguém mandou você se meter.
- Murmurou. Eu a olhei incrédulo.

- Você deveria me agradecer. -Constatei. -E de quebra  me dar honras pelo o mérito. - Ela achou graça.

- Se esqueceu que a maldita não tem coração? - Rebateu, me dando um fora.

- Será mesmo? - Arquiei a sobrancelha para ela e sorri de lado. A puxei para perto de mim, e a beijei com intensidade a deixando mole em meus braços. Assim que percebi que ela havia se derretida toda, me desprendi de seu corpo e ela por pouco não caiu no chão.

- Acho que seu coração anda pifado.
- Gargalhei assim que entrei no carro, e ela levantou-se bufando de ódio, e entrando no carro no lado do motorista. Nos despedimos do Artur, com um aceno e a maluca deu partida no carro.

- Não abusa, por que ainda tenho minhas cartas na manga. - Falou em um tom maléfico, e eu zombei de suas palavras.

- Vamos admitir, estamos empatados.
- Murmurei.

- Nunca! - Me mandou um beijo no ar.
- O nosso jogo, só está começando.
- Confessou e eu ri. Por que ela tinha toda razão. Tomara que eu sobreviva até  o final,porque no momento tenho minhas dúvidas.

Um Pedaço  De Mim ✔Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz