Capítulo 58 - Menina malvada

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Nícolas



Era chegada a hora deu me despedir. A maioria já tinha ido, e restava os familiares mais íntimos. Me aproximei da minha filha, e lhe dei o último beijo da noite. Fiz cócegas em sua barriga, e a abracei forte em seguida. A Helena já me esperava no carro, e eu não sabia pra onde a Gisele tinha ido. Por isso, eu enrolava. O Miguelzinho aproximou-se, o garoto estava ficando esperto e segurava consigo seu boneco do homem aranha. O abracei também, e meu coração apertou. Eles eram tudo o que o Erick e a Fernanda tinham de mais precioso, e nem tão cedo eu saberia como era ter uma família assim. Eu era pai de uma menina linda, que eu mal via,mas que amava de mais. E a prova viva do homem que eu jamais quero voltar a ser. Levantei do chão, que eu havia sentado pra brincar com as crianças, e me coloquei de pé. Me aproximei da Fernanda e me despedi tanto dela, quanto do Erick. Saí da casa, olhando ao redor. Eu não a via. A Helena me aguardava dentro do carro, do outro lado da rua. Ela mesma havia o tirado do lugar que estava, e posto perto da casa.

— Nícolas, podemos ir logo? — Insistiu, assim que cheguei. — Eu não estou me sentindo bem.

— Você viu a Gisele? — Olhei pra casa, novamente. Depois pra rua, e aos redores.

— Não. — Pegou o celular da bolsa e verificou alguma coisa. — Ela estava com a gente lá dentro. Depois eu não a vi mais. — Ela estava impaciente com o rumo daquela conversa. — Agora podemos ir? — A ignorei, e puxei meu celular do meu bolso. Disquei o número dela,mas só dava na caixa de mensagem. Então deixei uma.

— Oi, sou eu o Nícolas. Quando você receber essa mensagem, por favor me retorne. Eu estou preocupado com você.
— E desliguei. E ainda relutando pra ir embora, entrei no carro e o liguei. Meus olhos ainda vasculhavam o lugar, mas não tinha nenhum sinal dela. Então, dei partida no carro e fui embora.

Gisele



Todos foram indo embora aos poucos, e eu me ausentei. Saí pelo portão dos fundos, sem ser vista pelo Nícolas,mas a Helena me viu saindo. Mais tenho quase certeza de que não falou nada com o Nicolas sobre esse ocorrido. Era a chance dela,de tê-lo só pra ela. Dei uma volta pela redondeza. Parei na praça da cidade, e me sentei em um dos bancos. Era ali, naquele mesmo lugar que toda essa história começou. O amor da Fernanda pelo Erick, e a exclusão do Nícolas da vida deles,e da filha. Era por causa daquilo, que tivemos o que tivemos. Ou,ainda temos. Eu só queria ter algo como o que eles tinham. Um amor que durasse a vida toda. Cheio de histórias boas, algumas ruins e uma família perfeita. Filhos melequentos e bagunceiros. Uma vida profissional promissora, e meu nome do Hall da fama e do sucesso. Até a vadia da Mônica Bergamo era mais bem sucedida do que eu. Era famosa, desejada e com uma conta bilionária. Pensando bem, ela devia ter algo de Ruim para atormenta-la. Como o ex marido,e toda a merda que ele a fez passar. E o pobre do Davi. Eu tinha que fazer as pazes com ele. E ainda tinha o Júlio, o seu mais novo escudeiro. Puxei meu celular do bolso e disquei um número que eu sabia de cor,mas não admitia.

— O que você quer? — Ele atendeu mais rápido do que eu prévia. Talvez sentisse saudades de mim também.

— Me perdoa por ter feito da sua vida um inferno? — Ele não respondeu,mas o barulho que sua respiração fazia na ligação, me provava que ele argumentava consigo mesmo uma resposta coerente para me dizer.

— O que aconteceu com a Gi que conheço? — Eu ri.

— Ela brigou com o melhor amigo dela, e tá se sentindo arrependida.
— Justifiquei, torcendo para que ele aceitasse minhas desculpas. — Me perdoe Davi. Eu sinto muito...— E ele me interrompeu.

Um Pedaço  De Mim ✔Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang