Clocks

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Os marujos começaram a correr pelo convés, preparando os canhões, se continuassem na direção que estavão, iriam direto para a boca de Caribds, se virassem a estibordo, iriam para as serpentes de Squilla. E mesmo já escolhido Caribds, foi difícil para os capitães rumarem para a boca da coisa.

Felicity tinha pegado uma corda, e já se preparava para ir ao Holandês, ajudar o capitão Turner, já que seria seu navio a acabar com o monstro. Quando ia dar o impulso para ir ao outro navio, sentiu uma mão segurando-a pelo braço.

- Dessa vez você não vai sozinha! - disse Heitor, segurando firme em sua cintura, levando os dois a bordo do Holandês.

Quase cairam no mar, uma tempestade se formava em volta de Caribds, mais forte do que as outras que tinham enfrentado até ali.

O Holandês já tomava a frente da frota, ele usaria os canhões da proa para acertar o bicho.

Ao chegarem mais perto redemoinho, os marujos puderam ver um enorme círculo de dentes maiores dos que os do Megalodon, e vários destroços de antigas embarcações, rodando pelo redemoinho.

Heitor e Felicity se entreolharam.

- Ela vai tentar se defender. - disse City.

- Como? - perguntou Heitor.

- Ela vai sugar a água, vai nos levar para perto, e depois cuspirá os destroços desses navios em cima de nós, como uma chuva.

- Como sabe de tudo isso?

- Eu li, oras! - disse, indo falar o que sabia para o capitão. Heitor foi com ela.

- Quantas vezes avha que ela fará isso? - perguntou Will.

- Quantas ela quiser capitão.

- Ótimo. - respondeu, irônico.

De repente, o navio deu um tranco pra frente, Caribds tinha começado a sugar a água, preparando o seu ataque.

- Capitão! Precisamos ficar atentos, e atirar nela bem de perto! - chovia forte, e ela teve que gritar para Will ouvi-la.

- Então teremos que deixá-la se defender algumas vezes?

Felicity apenas acentiu com a cabeça.

- Então vamos. - disse o capitão, fazendo o navio chegar cada vez mais perto do monstro.

Não havia mais o redemoinho, Caribds já se preparava para atacar.

O mar ficou calmo por aproximadamente um minuto, até ele explodir repentinamente, a água foi como um geiser para cima, jogando uma chuva de destroços direto no Holandês. Diversos marujos tentaram se esconder no convés inferior, infelismente, nem todos conseguiram. Will e Elizabeth se abaixaram onde estavam e por sorte não foram atingidos. Felicity e Heitor entraram na cabine do mesmo.

- É... Vamos morrer. - disse City.

- Não vamos morrer Felicity.

City riu sem humor.

- Vamos sim.

Heitor pegou nos ombros dela, e a fez olhar em seus olhos.

- Felicity Sperrow, eu não vou deixar nada, absolutamente nada, de ruim acontecer com você.

Felicity se acalmou e abraçou Heitor.

- Obrigada.

- Pelo que?

- Por estar aqui, comigo.

Eles desfiseram o abraço.

- Vamos - disse ela - a primeira chuva já passou.

Ambos saíram da cabine, alguns marujos saiam do convés inferior. O redemoinho voltara, e o Holandês estava quase no centro dele. O navio deu outro tranco para frente, o redemoinho voltava a parar.

- Ela foi rápida. - disse Heitor.

- Rápida demais. - disse a Sparrow, correndo para falar com Will.

- Capitão! Precisamos nos distanciar do monstro!

- Não era para chegarmos mais perto dela?

- Na próxima vez que o redemoinho voltar, estaremos no olho dele, não teremos chance de atacar.

O capitão virou imediatamente o timão a estibordo, se distanciando o quanto podia da criatura.

O mar explodiu.

Uma nova chuva de destroços caiu, os marujos não tiveram tempo de se esconder, então tiveram que desviar dos destroços. Vários ficaram com arranhões por todo o corpo, inclusive Felicity e Heitor.

- Capitão, na próxima chuva de destroços, estaremos perto o suficiênte para ataca-la. Por favor, não erre.

- Não vou errar Felicity. - respondeu Will.

Dessa vez demorou um pouco mais para Caribds recomeçar o ataque.

O navio foi puxado para perto dela, a água acalmou.

Minutos se passaram sem acontecer nada. Vários marujos se encontravam no convés inferior, no superior se encontravam apenas os marujos que acionariam o canhão, Will, sua esposa, seu filho e City.

E então, aconteceu a nova explosão, maior e mais forte que as outras. O capitão ajeitou o navio, e atirou na boca da coisa diversas vezes, até ela não conseguir engolir mais nada. Sua garganta estava fechada, mas os destroços ainda caiam, que quase todos tinham saídos ilesos. Quase.

Um pedaço não muito grande de madeira acertou a cabeça de Felicity, fazendo ela cair, desmaiada. Heitor, ao ver a cena, foi correndo ajudá-la, sem se importar com a chuva que ainda acontecia.

- Felicity! Felicity acorda, por favor acorda!!! - ele estava desesperado, ela tinha um corte feio na testa, e não acordava, por mais que ele tentasse fazê-la abrir os olhos.

Enquanto o restante dos marujos comemoravam a vitória, Heitor deixou cair uma lágrima solitária, ele não se perdoaria se algo grave tivesse acontecido a ela, ele prometeu protege-la de tudo.

Elizabeth foi até seu filho.

- O que aconteceu filho?

- Ela foi acertada mãe, ela não quer acordar.

- Calma filho, vamos leva-la para sua cabine, ela vai ficar bem.

Heitor pegou Felicity no colo e a levou até sua cabine, deitando-a em sua cama. Sua mãe entrou no comodo trazendo um recipiente com água, um pano, e material para fazer um curativo. Ela limpou os ferimentos de City e enfaixou sua cabeça.

- Se ela ficar com febre, umidessa o pano e passe pelo rosto dela, Tudo bem?

- Sim. - disse olhando fixamente para Felicity.

- Ela vai ficar bem Heitor. - disse, saindo da cabine.

Heitor pegou na mão da Sparrow, viu que ela já estava com um pouco de febre, e começou a fazer o que sua mãe dissera.

- Não me deixe Felicity, não agora, não depois de eu ter descoberto o que sinto por você.

No Pérola, Lizzie explicava a Jack e Angélica, o que tinha ocorrido com a filha deles.

- Ela está bem não está? Ela vai ficar bem, não é?

- Sim, ela está bem, Heitor está cuidando dela, mas é melhor ela ficar no Holandês por agora, para descansar melhor.

- Entendo. Qualquer coisa, nos avise imediatamente Elizabeth.

- Claro.

Aurora tinha ouvido a conversa de Lizzie e Jack, e contava o que ouvira para Simon.

- Não acredito que aquela maluca conseguiu se machucar!

- Ela vai ficar bem, Elizabeth disse que Heitor está cuidando dela.

Simon suspirou.

- Então ela está em boas mãos. O mundo acaba antes de Heitor deixar algo acontecer a City.

- Como sabe disso?

- Ele está apaixonado, assim como eu estou por você.

Aurora sorriu e abraçou Simon.

Piratas do Caribe: As jóias elementares.Where stories live. Discover now