Adeus Sr. K

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                                                                                                                                                             10/06/1996

Acordei sorrindo sem motivo aparente, o que será que está acontecendo comigo? Estou animado? Não tenho essa sensação desde que minha mãe me levava ao parque a alguns anos atrás. Será essa adrenalina ou esse medo de ser descoberto que me deixa animado? Não sei bem, mas só tem uma forma de saber.

Pensei em umas estratégias ontem para abater o Sr. K, eu deveria saber onde ele mora, o que ele faz quando não está na escola, depois disso seria mais fácil de mata-lo. O problema era acha-lo, e acompanha-lo até sua casa já que ele ia de carro pra escola, eu teria que correr atrás do carro? Não faria sentido, ainda mais com a polícia inteira rodando por ai.

Desci as escadas para ver minha vó animada novamente, como no dia anterior, e novamente com uma faca e uma manchete de jornal nas mãos, desta vez a manchete dizia "o massacre dos Duckehainy "achei a manchete muito sensacionalista, não foi um massacre, apenas matei dois deles. Contudo o conteúdo da matéria me deixo com calafrios, ela dizia assim

- ...Josh, Jorge Duckehainy foram vítimas de um assassinato em suas casas no último domingo, eles foram esfaqueados enquanto dormiam por alguém de sua família. A arma do crime foi encontrado no banheiro de Joel um primo de Josh e Jorge, segundo relatos de parentes, os três viviam juntos. A ainda uma prova incontestável de que o assassino dos primos tenha sido Joel, uma carta achada no quarto de uma das vítimas denuncia que o primo estava obcecado por mata os primos enquanto dormiam, nossa equipe não tem a posse da carta, mas a polícia diz que sim, a carta e de autoria de uma das vítimas, porém, parentes afirmam que a carta e a ortografia de Joel não batem, "são escritas diferentes" disse um parente...

Não devia ser assustador pra mim, mas eu cometi um erro, ao escrever aquela carta usei minha ortografia, eu não devia me preocupar, afinal a polícia não suspeitaria de um garoto como eu.

Terça feira na escola, educação física, mais uma vez o Sr. K não compareceu a aula, quando veio o aviso da professora

-turma, hoje não teremos aula pois o Sr. K está no hospital com um problema, não entrarei em detalhes mas peso que rezem por ele antes de dormir, vocês podem ir pra casa agora. – disse a professora

Não podia acreditar nisso, ele estava em um hospital, queria me certifica do problema se era sério mesmo, então fui ao hospital santa Helena da cidade. Quando chegai a recepcionista me disse o quarto, e que o horário de visita era apenas das deis as onze, mas ela libero passagem quando eu disse que poderia trazer esperança pra ele, então ganhei alguns minutos com ele.

-ali está ele, por favor não demore – disse a recepcionista

-ok, vai ser rápido, prometo- respondi

Quando entrei na sala eu pude ver Sr. K, ele tinha algum problema nos rins, era o que dizia sua prancheta, me questionei se deveria matar um homem naquele estado, mas quando lembro-me do meu sonho eu só tenho vontade de esfaqueá-lo diversas vezes. Rapidamente olhei o cenário, sua sala ficava no segundo andar, era vigiada por câmeras de segurança, ele tinha um soro no braço e uma substancia de cor amarelada que estava ligada direto em seu peito, a boca estava entubada e apenas os olhos se mexiam, não pude ver muito mas, fui interrompido pela farmacêutica que dizia que era hora do seu remédio, mas antes de sair vir a prancheta, ele tomava remédios de duas em duas horas, esse era o tempo, já eram exatas seis horas. As câmeras de segurança que guardavam o hospital estavam posicionadas de forma padronizada, cada uma delas asseguravam que qualquer um que passasse pelos corredores fosses filmados, era impossível passar sem ser notado. O único jeito era achar o ponto cego, mas não era possível sem saber o limite das câmeras, eu não tinha muita escolha, não tinha alternativas, e não tinha equipamento, eu não tinha nada. Eram no total sete corredores até a sala do Sr. K, quatro no primeiro andar e três no segundo, em cada corredor uma câmera, ou seja, sete câmeras. Tudo estava me dizendo para não ir, e deixa que a situação terminasse com ele, mais eu sou teimoso, eu queria sentir o gostinho de mata-lo com meu próprios esforços, não precisava da ajuda da natureza pra fazer isso.

o pequeno socioapataWhere stories live. Discover now