Capítulo 2

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Mary estava à procura de Mike há horas. Já só faltava verificar nos estábulos e em casa dele. Ela estava furibunda. Ele tinha desaparecido sem dizer nada. Mary aproximou-se dos estábulos e entrou.

- Mike! Mike? Mi... Ah! – Mary gritou ao ver uma cabeça sem corpo quase aos seus pés, e saiu a correr. Agarrou-se ao primeiro guarda que encontrou: Gabriel. – No estábulo! Os guardas...!

Gabriel percebeu o que se passava. Ele tinha avisado o rapaz para não se intrometer. Gabriel chegou rapidamente aos estábulos e reparou que havia apenas dois corpos. Sorriu. Afinal ele era obediente. Podia voltar a ser-lhes útil. A jovem que o havia chamado aproximou-se. Ele vestiu um ar sério.

- Obrigado pelo aviso. De qualquer forma, o que vieste aqui fazer? – Mary estava ainda em choque.

- Eu vinha à procura do Mike... - Gabriel nem se moveu. – O responsável pelos estábulos... ele não está?... – Gabriel mudou o seu pé de apoio e estalando o pescoço respondeu:

- Não. Pelo menos o corpo não está aqui. Tu cantaste com ele. Onde é que ele está? – Mary abanou a cabeça em negação. Gabriel respirou fundo. «Afinal não era assim tão obediente». – Jones! Pede a alguém para acompanhar esta jovem a casa. Nós temos trabalho. – Mary estava congelada. Não se mexia. Os seus olhos arregalados não saíam do chão.

- Desculpe? – Mary ergueu a cabeça. – Posso acompanhá-la a casa? – Mary acenou levemente. Este guarda era bem alto, não tão alto como Gabriel, mas lá perto. Era bastante bem constituído, pele clara e olhos doces que contrastavam com a sua aparência agressiva.

Mary ainda não tinha recuperado do choque, quando o guarda a interpelou enquanto andavam:

- Estás bem? Estás a andar de lado! – Mary olhou-o nos olhos. – Foi por causa dos corpos? Sabes que o teu amigo está bem? Tenta ter calma! Estás com medo? – Os olhos de Mary encheram-se de lágrimas, no entanto nenhuma caiu. O guarda arregalou os olhos. – Eu posso ficar um pouco contigo se preferires... - Ela parecia tão frágil aos olhos dele, mas ao mesmo tempo tão forte já que nenhuma lágrima ficava por conter. – O meu nome é Edward. Queres conversar um bocadinho?

Mary esforçou-se para falar. Para um guarda, este Edward parecia muito cuidadoso mas ao mesmo tempo o seu físico traía essa confiança.

- O meu nome é Mary... - Edward sorriu.

- Eu sei. Vi-te cantar nas celebrações. Bela voz! – Mary esboçou finalmente um sorriso. Ela estava estranhamente a sentir-se à vontade.

- Obrigada.

Foram até a casa a conversar um pouco. Quanto mais eles falavam, mais confortável ela se sentia. Ele mais sorria ao perceber que a jovem, belíssima jovem, se acomodava com ele. Mary acabou por convidá-lo a entrar e beber um copo, como agradecimento pelos seus serviços. Ele aceitou com um sorriso.

-Tu e o teu amigo, vocês?... – Edward fez a pergunta que não lhe saía da cabeça, no entanto sem a olhar. Mary ficou a estudar a expressão de Edward. Ele bebia agressivamente a caneca de cerveja, mas fazendo-a durar. Mary finalmente respondeu.

- Nós somos bons amigos. Faz muito tempo! – Edward finalmente deixou a bebida mostrando um leve sorriso. Estava com um olhar ainda desconfiado. Mary também.

- Estavas muito preocupada, e como cantaram juntos, pensei... - A porta abriu-se repentinamente com um estrondo que fez Mary dar um salto de medo e de susto, encolhendo-se enquanto Edward ergueu a espada ao pescoço do intruso.

- Mary! Shh! Sou eu... Mike! – Mike revirou os olhos: «Outra vez de espada ao pescoço...».

Edward deixou a espada regressar à bainha. Mary correu a abraçar Mike. Mike envolveu-a a seus braços, mas rapidamente a afastou pelos ombros.

Vinda Dos Elementos: O RestauroWhere stories live. Discover now