Capítulo 54

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Arizona

- Temos que levá-lo para a UTI neonatal imediatamente para fazer uma bateria de exames. - Falei ainda emocionada com tudo que havia acontecido naquela sala.

Derek apareceu, me abraçou forte, e eu entendi que estava agradecendo sem precisar falar nada, beijou a testa do seu filho antes de levarmos e foi acompanhar Meredith. Depois dos exames fiquei mais aliviada por ver que o bebê estava bem. Iria precisar ficar entubado por uns dias pois não conseguia respirar sozinho, ele era muito pequeno, mas já tinha mostrado ser muito forte também.

Eu estava exausta. Comi um sanduíche no refeitório e fui para o quarto de descanso tentar dormir um pouco antes de fazer minhas visitas. Ao abrir a porta me deparei com uma cena inusitada. Miranda e Richard se beijando sem roupa em uma das camas. Fiquei de queixo caído na hora e eles muito constrangidos. Fechei a porta e saí de fininho rindo sozinha.

- Do que você está rindo, Ari? - Amélia me encontra no corredor.

- Estava lembrando de uma coisa, nada de mais. - Não queria comprometer nem fazer fofoca de ninguém.

- Soube que você foi a protagonista do nascimento do meu sobrinho. O hospital inteiro está comentando o que aconteceu.

- O caso foi bem difícil, mas deu tudo certo no final. Já foi vê-lo? A coisa mais lindinha, até que se parece um pouco com você.

- Ainda não, saí de uma cirurgia agora. Vamos lá comigo. - Ela me leva pelo braço. - Quero aproveitar pra dizer que não estou esquecida que o seu aniversário é amanhã e temos que combinar algo.

- Você nunca esquece não é mesmo? Mas não estou com clima de fazer nada esse ano e é uma data como outra qualquer.

- Ai, Arizona, pelo menos uma saidinha de leve, um jantar, qualquer coisa. Não pode passar em branco.

- É, pode ser. A gente combina de sair pra comer alguma coisa.

- A gente combina não, você passa la em casa amanhã as oito e a gente vai naquele restaurante que você gostou.

- Só você mesmo viu, Amélia.

Esse ano tinha acontecido muita coisa boa na minha vida, mas tive perdas que não foram superadas completamente ainda. Meu irmão era uma das pessoas que gostava de me fazer sentir especial no dia do meu aniversário e sempre inventava algo pra me surpreender. Sei que isso vai me fazer muita falta amanhã, pois vai ser o primeiro ano sem ele. Não verei meus pais porque estamos morando distantes e outra coisa que nem deveria fazer parte dessa lista é a ausência de Callie. Depois que nos beijamos no elevador todo o meu sentimento por ela veio a tona e ela foi embora mais uma vez. Todo santo dia eu sinto sua falta e eu achava que isso ia passar com o tempo, estava enganada. Mas dessa vez o meu orgulho falou mais alto e eu decidi ficar na minha pra não me decepcionar outra vez. Será que um dia eu iria superar isso?

- Ele é mesmo muito lindinho! - Amélia fala me tirando dos pensamentos. - Mas é tão pequenino.

- É sim, teve que nascer muito cedo, mas ele é todo perfeitinho. Vai ter que passar um tempo aqui ainda pra ganhar peso.

- Não vejo a hora de pegá-lo o colo.

Ficamos admirando aquela criança por um bom tempo, depois fomos visitar Meredith que já tinha acordado e estava se recuperando bem. Derek estava lá e eles me agradeceram mais uma vez por tudo, e disseram que o nome da criança iria ser Robbins em minha homenagem. Isso me emocionou e fez meus olhos umidecerem, quando meu aniversário se aproximava eu costumava ficar mais sensível e eu já podia considerar esse um belo presente. Bailey chegou no quarto e ficou bem desconfiada com minha presença, confesso que foi estranho ver ela e o chefe juntos, mas depois achei que eles súper combinavam. Quando saímos de lá eu fui falar com ela.

- Miranda! - Chamei e ela congelou. - Não precisa ficar assim comigo, não vou falar nada pra ninguém, e outra, vocês são livres e podem se relacionar sem ter vergonha disso.

 - Não precisa ficar assim comigo, não vou falar nada pra ninguém, e outra, vocês são livres e podem se relacionar sem ter vergonha disso

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- Ficamos bem constrangidos, mas vejo que você é uma pessoa confiável e por enquanto queremos manter segredo.

- Tudo bem, pode contar comigo.

Fiz minhas visitas antes de ir pra casa. Estava tão cansada que nem comi nada, tomei um banho e capotei na cama. Acordei no outro dia com a ligação dos meus pais, eles faziam questão de serem os primeiros a me parabenizar. Quando morávamos juntos, os três cantavam parabéns pra você e pulavam na cama comigo, esse ano teve de ser por telefone, mas foi o bastante pra me fazer acordar feliz. Segui para o Seattle Grace e lá todos me parabenizavam também, até quem eu nem conhecia. Amélia deve ter espalhado para o hospital inteiro. Ganhei flores, bombons e cartinhas de alguns pacientes e isso estava me fazendo sentir especial.

A manhã foi bem movimentada, mas ainda consegui tirar um tempo para ficar um pouco com o pequeno Robbins. Karev sempre que tinha uma folga passava por la também. Na hora do almoço Sloan puxou um coro de parabéns e eu senti minhas bochechas queimarem de tão envergonhada que fiquei.

Eu ainda não tinha encontrado Amélia naquele dia, quando ouvi um grito no corredor.

- PARABÉNS, ARI! FELIZ ANIVERSÁRIO, ARI! - Ela corre em minha direção e me dá uma abraço de urso.

- Fala baixo, maluca, aqui é um hospital.

- Me empolguei. - Ela bota a mão na boca. - Deixa eu ir que tenho uma cirurgia agora. As oito lá em casa, não vai me deixar esperando.

Minha tarde passou rapidamente, pois tive duas cirurgias e logo já era hora de ir embora. Fui em casa, botei um vestido e um salto, fiz uma maquiagem leve e segui para a casa de Amélia. Buzinei lá na frente e nada dela sair. Mandei um SMS e ela respondeu me pedindo para entrar porque ainda não estava pronta.

- Pra quê tanta produção? - Pensei alto enquanto caminhava para dentro da casa.

- SURPRESAAAAAA! - Ascenderam as luzes e lá estavam todos com chapéu, cornetinhas e balões.

- Você desconfiou de algo, Ari? - Amélia pergunta me entregando uma taça de vinho.

- Eu realmente não esperava por isso. - Quem teve essa ideia?

- Eu, claro. Mas o Mark me ajudou com tudo.

A festa estava linda e todo mundo estava lá. Comemos, bebemos, dançamos, mas uma hora me peguei triste no canto da sala.

- O que foi, loira? - Sloan se aproxima.

- Ela não lembrou, Mark.

Ele me abraçou e ficamos um bom tempo assim em silêncio. Realmente não havia nada a ser dito naquele momento.

Quando o relógio marcava onze horas, muita gente já tinha ido embora e eu decidi ir também. Me despedi dos que ficaram e segui. Meu dia havia sido ótimo, mas eu sentia que faltava algo. Estacionei na garagem e subi carregando alguns presentes. Quando saio de elevador, levo um baita susto ao ver Callie parada na frente do apartamento e deixo os pacotes caírem.

- Ainda dá tempo de te desejar feliz aniversário?

Calzona - True love Where stories live. Discover now