Capítulo 4

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Dois dias se seguiram tranquilamente, até a dona Marcia, mãe do Bruno, decidir querer ir à um restaurante antes de ir embora.

Bruno relutou o quanto pode, mas eu descobri que além dela ter um brilho que nunca apaga, ela é insistente, então aceitamos e o jantar será hoje a noite.

Ela vai embora amanhã e eu já estou com saudade, ela me conquistou de um jeito inexplicável, viramos melhores amigas em dois dias.

- Então, querida, você amava ele?- Pergunta Marcia enquanto dobra comigo as roupinhas do meu filho que ela fez questão de comprar.

- Sim.- Lembro de quando ele me fez acreditar que me amava também.

- Você achava que era um amor verdadeiro?- Pergunta e eu ainda não consegui entender onde ela quer chegar.

- Sim.- Respondi com dúvida.

- Mas você sabia que não era amor, não é?- Levanto meu olhar e a encaro confusa.- Um amor verdadeiro nunca dúvida do amor do outro.-  Diz me olhando como se pudesse ver a minha alma.- Ele duvidou de você, e você estava apenas iludida, você não o amava de verdade.

- Como assim? É claro que amava.- Sorrio sem graça.

- Não, não amava. Eu consigo ver em seus olhos, Hannah, isso era apenas ilusão, ele te fez acreditar que a amava e você quis que fosse verdade, você se agarrou nisso como se fosse sua vida. Está se sentindo traída, não é? Você ainda o ama como antes?- Balanço minha cabeça negativamente.- Pois então, mesmo que o seu amor te traia da pior forma possível, você não consegue deixar de ama-lo.- Pisca um olho pra mim e sorri.

- Hannah?- Escuto Bruno me chamar e atrapalhar a nossa conversa, eu tinha várias perguntas para fazer.

- Aqui.- Respondo ainda entorpecida pelas palavras da Marcia.

- Ah, te achei, como está indo aí?- Pergunta apontando para as roupinhas do meu bebê.

- Esta indo bem.- Sorrio.- Marcia comprou as roupinhas mais lindas que já vi.- Mostro um macacão que é tão pequenino.

- Olha só.- Ele sorri e o pega das minhas mãos.- "Amo a mamãe"- Leu o letreiro e juro que eu não sabia que era isso que estava escrito.

- Ai.- Gritei de felicidade.- Deixa eu ver.- Peço já puxando de suas mãos e o leio.- Obrigada, Marcia.- Sorrio e a abraço.

É realmente satisfatório ler algo assim, meu coração se enche de alegria com a palavra "mãe". Eu nem acredito que estou prestes a ser uma, daqui a três meses e eu serei oficialmente mãe.

Dobrei as outras roupas com tamanha satisfação, o meu sorriso não cabia no rosto. Bruno continuou no quarto e não parava de paparicar as roupas do meu filho e dizer coisas como "esse vai ficar lindo nele".

Foi uma tarde maravilhosa, logo já estava anoitecendo e eu fui tomar um banho, ao contato da água, o meu bebê se mexeu de uma forma tão rápida que me fez ri.

É sempre assim quando vou tomar banho, acho que alguém vai gostar de água. Começo a conversar com ele.

- A água está boa, meu amor? Tá quentinho aí dentro? A mamãe gosta quando você mexe assim, sabia?- Começo a acariciar a minha barriga e ele responde ao meu toque.- Oh meu Deus, você é tão fofo, sabe que a mamãe te ama, não é? Você será a coisa mais linda, mas tem que puxar a mamãe, tá?- Me vejo pedindo isso, eu não quero uma lembrança do Jorge.

Termino o meu banho e me seco rapidamente. Visto um vestido bem soltinho que eu tenho, é o mais bonito que eu achei entre minhas roupas e ele molda minha barriga que fica tão linda.

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