Parte V

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A morena olhou ao redor, temerosa. Não viu o marido, mas viu flores e plantas por todos os lados.
Sorrindo por ver "vida" novamente, andou alguns passos. De repente algumas borboletas coloridas passaram rápido por ela e começaram a voar ao redor de (S/N) . Ela riu e ergueu o dedo, fazendo uma borboleta rosa pousar em cima, batendo as asas.
- Que visão celestial. - (S/N) ergueu os olhos e seu sorriso esfumaçou ao ver Louis se aproximar, devorando- a com os olhos.
- Não tinha visto você. - (S/N) murmurou, fazendo a borboleta que estava em seu dedo voar.
- Eu estava ali do lado oposto quando vi você entrar. - Ele respondeu, parando na frente dela. - O que a traz aqui?
- Foi Adelaide que me convenceu a vir.
- Claro. - Ele disse, seco - (S/N) se afastou, engolindo em seco, e começou a observar as borboletas que voavam por todos os lados; pareciam flashes coloridos pelo ar.
- Onde dormiu ontem? - Ela perguntou timidamente. Louis demorou algum tempo para responder.
- Dormi em outro quarto. - Disse por fim.
- Ah.
- Porquê?- Ele perguntou com secura. - Sentiu minha falta? - (S/N) nem precisou responder. Louis a observou com um sorriso carregado de ironia.
- Porque tem um borboletário?- Ela perguntou algum tempo depois, curiosa. - Eu jamais poderia imaginar que teria algo tão belo aqui.
Ao olhar de Louis , (S/N) arregalou os olhos.
- E- Eu não quis dizer... não quis ofender, mas...
- Tudo bem, eu entendi. - Ele a cortou, duro. - Eu mantenho esse borboletário porque ele existe desde que eu era criança... me traz boas recordações. - Ele murmurou, distante.
- Que tipo de recordações?- (S/N) perguntou, querendo saber mais sobre a vida daquele homem misterioso.
- Não lhe interessa. - Ele respondeu, mordaz. (S/N) se assustou com o olhar de ameaça dele. - E se quiser vir aqui, venha somente em minha companhia. Ou então entre com Adelaide. Nunca entre aqui sozinha, entendeu?
- Mas por quê?- (S/N) não entendeu. - É apenas um borboletário!
- Mas não é seu. Esse lugar é algo muito pessoal para mim, por isso se quiser entrar terá que ser comigo ou com Adelaide. Se algum dia eu a vir sozinha aqui dentro você vai se arrepender, está entendido?- Ele quase gritou, e (S/N) ficou confusa com aquele ataque repentino, e sem razão nenhuma.
- Está bem. - Ela concordou rapidamente, com medo de que Louis se descontrolasse mais.
- Ótimo. - Ele voltou com seu ar controlado. - Não queira provocar uma briga entre nós, doce. - Ele murmurou se aproximando e passando um dedo pelo queixo de (S/N) . - Você só tem a perder.
(S/N) virou o rosto. Louis deu um sorriso malévolo, encarando- a por uns instantes, e depois se afastou.

[...]

Naquele dia, uma tempestade desabou. A tempestade era até mais forte do que aquela da noite da fuga de (S/N) . (S/N) estava fora da Mansão, pois ainda era final de tarde, passeando ao ar livre, quando os pingos grossos começaram a cair. Quando a chuva tornou- se forte, (S/N) já tinha corrido para dentro da Mansão; mas aquilo não evitou a morena de entrar ensopada.
- Onde estava?- Louis foi a primeira coisa que ela viu quando levantou os olhos. - Não viu a chuva que estava se aproximando?
- Nem percebi. - Ela respondeu, fechando a porta e tirando as mexas molhadas do rosto .
Quando se virou para frente, viu que Louis tinha os olhos pregados em seu corpo, e que o rosto dele (por mais inacreditável) estava afogueado. (S/N) olhou para baixo e só então viu... Por Cristo, como tinha esquecido que estava usando uma roupa branca?! Estava tudo transparente, dando para ver cada curva e cada detalhe de seu corpo. Os seios principalmente. Com o rosto em brasa (S/N) cruzou os braços na frente do peito, de cabeça baixa. Louis pareceu "acordar", e subiu o olhar. Ele pigarreou, parecendo desnorteado por alguns instantes.
- Suba e tome um... banho quente. Não pode ficar molhada a noite toda. - Ele disse em tom arrogante, se virando e saindo sem voltar a olhá- la.
(S/N) colocou a mão no rosto e o sentiu quente. Que vergonha que estava sentindo! Subiu lentamente até o quarto e foi direto para o banho. Quando saiu, enrolada numa toalha felpuda, viu o marido entrando no quarto.
- O que faz aqui?- Ela perguntou alarmada.
- Estou no meu quarto. - Ele respondeu, dando de ombros e fechando a porta.
- Sim, mas...
- Não se engane, (S/N) . - Ele disse firmemente. - Este quarto é de nós dois, e você é minha esposa. Vamos compartilhar tudo, inclusive a cama deste quarto. - (S/N) sentiu a boca seca, e Louis deu um sorriso perverso para ela. - Partilhar a cama para dormir, eu quis dizer. - Ele murmurou. - (S/N) assentiu, tão aliviada que voltou a respirar normalmente de novo. - Bem, mas se continuar parada na minha frente somente com essa toalha eu retiro o que disse. - Ele ameaçou, de repente, devorando- a com seus olhos brilhantes e felinos. - Não imagina o poder de sedução que tem, e tudo o que eu quero agora é arrancar essa toalha e fazê- la minha mulher... como deve ser. Não tem idéia de como está deliciosa só com esta toalha.
(S/N) corou violentamente com aquelas palavras. Pegou a camisola em cima da cama e voltou correndo para o banheiro, com a risada feroz de Louis ressoando pelo quarto e a amedrontando. Naquela noite (S/N) não conseguiu dormir, se manteve imóvel na cama por horas. A respiração de Louis soava calma ao seu lado, mas ela (de costas e o mais afastada do marido possível) não ousava se virar. A tempestade ainda caía lá fora. Se dando por vencida, (S/N) se levantou (sem fazer nenhum barulho) e parou na frente da janela. O lado de fora da Mansão parecia mal- assombrado com aquela chuva... as nuvens escuras e os raios caindo naquela escuridão, sem nenhuma vida, e alguns sons de morcegos e corujas desesperados por causa das gotas pesadas de água. Era assustador. Quando um trovão muito forte e grosso soou, (S/N) levou um susto e pulou, com o coração descompassado. A visão arrepiante que estava tendo da janela também não ajudou. A morena viu Louis abrindo os olhos, acordando por causa do barulho do trovão, e não pensou duas vezes. Correu até a cama e abraçou a marido, escondendo- se no peito largo dele. Louis ficou imóvel por alguns segundos, e depois passou os braços ao redor de (S/N) .
- Você está tremendo... tem medo de chuva?- Perguntou meio sonolento.
- Não de chuva...mas esses trovões estão me assustando. - Ela respondeu meio manhosa, cobrindo o rosto com as mãos. - Além do mais, lá fora está parecendo um filme de terror.
- Não vá mais para a janela. - Ele disse, já totalmente acordado, sentando- se na cama e pondo (S/N) no colo dele. Ela balançou a cabeça, concordando rapidamente. Já se acalmando, (S/N) se ajeitou no colo de Louis e sem querer sua camisola curta subiu, expondo- lhe as coxas torneadas. Como um imã, o olhar de Louis foi puxado para baixo. Vermelha, (S/N) ergueu os grandes olhos para ele enquanto arrumava a camisola. Louis a encarou por um minuto, e de repente, antes que (S/N) pudesse se afastar, ele agarrou- a pelo pescoço, aproximou o rosto dela e a beijou com voracidade. As línguas se encontraram, e quando (S/N) sentiu Louis chupando sua língua de forma erótica, ela arfou, sentindo o corpo quente. Louis a trouxe mais para perto, agarrando-a pelas mexas morena s sem machucar. (S/N) se mexeu no colo dele e sentiu algo muito estranho. Louis ofegou, e quando a morena sentiu- se sentada sobre algo duro, o homem afastou- a pelos cabelos. - Está brincando com o que não deve. Se não vai chegar até o fim, não me provoque. - Ele avisou, com voz cortante. - Se eu a vir com a roupa molhada e pregada no corpo, com uma toalha de banho, ou com uma camisola curta novamente, vou jogar tudo ao inferno e você não vai poder fugir. Meu controle está no limite, (S/N) Anne .
Dizendo isso, Louis empurrou (S/N) para o lado sem nenhuma delicadeza, levantou- se e saiu do quarto. A morena ficou na cama, trêmula e confusa, com vontade de chorar.

Amour DemoniàqueWhere stories live. Discover now