Parte I

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- Eu já disse que não quero isso para mim, papai!
Uma moça com longos cabelos cacheados, olhos grandes e amendoados, corpo pequeno e esguio, estava apoiada na janela, encarando o horizonte. 
Normalmente possuía a expressão muito meiga e doce, mas naquele momento tinha o cenho suavemente franzido e o rosto pálido. 
- (S/N) não vou mais discutir isso com você! - O Sr. White gritou, com o rosto vermelho. 
- Mas você armou tudo isso sem perguntar o que eu quero para a minha vida!- (S/N) se virou para encarar o homem. - Eu sempre planejei casar por amor!Nunca quis casar de forma planejada, como minhas amigas, e ser infeliz pelo o resto dos dias!
- Você não vai ser infeliz, quando conhecer seu marido se apaixonará por ele. - O pai disse solene. - Não me venha com seus pensamentos revolucionários e querer ser moderna. Somos de uma família tradicional, e você terá um casamento tradicional! Você é prometida para o Tomlinson quase desde o nascimento! Ele esperou esses vinte anos para tê- la como esposa, eu jamais poderia voltar atrás agora! Seria um absurdo, iriam desonrar minha palavra para sempre. 
- Mas, papai… - (S/N) sentiu vontade de chorar. - Eu não o conheço! Nunca vi Tomlinson, como posso casar com alguém que não amo, não confio, nunca vi na vida!
- Cale- se, já basta! Não me importo com esses seus estúpidos sentimentos de menina! Cresça, e seja a mulher que Tomlinson espera encontrar hoje à tarde, na cerimônia de noivado!
Dizendo isso com frieza, Sr. White virou de costas e saiu. (S/N) sentiu as lágrimas de amargura pelo rosto.


[… ]


- Sorria! Ao invés de uma festa de noivado parece que você está num funeral! - Seu pai ralhou com (S/N) , ao vê- la distante na festa de noivado. 
Já era final de tarde, haviam chegado à alguns minutos, e todos cumprimentavam (S/N) e os pais com ardor. 
O noivo ainda não chegara, para leve surpresa de (S/N) . Esperava ver o homem logo de cara, e ele ainda não estava ali… O que só aumentava a apreensão dela. 
- Filha, mude essa cara. - Rose, sua mãe, pediu discretamente. - Vão notar que você está muito séria na sua festa de noivado!
- Não me importa. Você e papai sabem que eu não queria estar aqui. - (S/N) respondeu. 
Ao olhar severo do pai, ela baixou os olhos para o copo de água que tomava. 
- Tomlinson vai ter que ter pulso firme com essa menina. - Sr. White comentou com a esposa, com desagrado. - Acho que a mimamos demais!Já não é mais uma garotinha, mas faz birra como se fosse.
- Não fale como se eu não estivesse aqui, por favor. - (S/N) murmurou, com uma careta. 
Nolan lhe lançou um olhar gelado, e virou o rosto. (S/N) suspirou. Já estava acostumada a ser tratada assim pelo pai, desde pequena. Ele sempre a tratara como se ela fosse um estorvo. Aquilo lhe magoava, mas tinha aprendido a conviver com aquele desprezo do pai. 
- Olhe, sua tia- avó está aqui!- Rose cutucou (S/N) de repente, puxando- a pelo braço. 
(S/N) gemeu. Detestava aquela tia, mulher sempre que a via desembestava a fazer críticas. E seu pai muitas vezes concordava, para agrado da mulher. Muriel, era da família de Nolan . 
Muriel, em torno de seus setenta anos, se aproximou com cara forçada. Era elegante e sofisticada, riquíssima, a olhava à todos por cima. Tinha as sobrancelhas feitas por lápis, uma maquiagem forte, e um vestido verde- musgo no corpo rechonchudo que a fazia parecer uma sapa. 
- Olá, querido. - Ela cumprimentou Nolan , com um sorriso. 
- Como vai, tia? - Ele a beijou no rosto. 
- Como está, Rose ? - Ela se virou educadamente para a mãe de (S/N) . 
- Maravilha, e você Muriel?
- Perfeita, obrigada. - Muriel lentamente se virou para olhar (S/N) . - Então a jovenzinha vai casar!
Nolan assentiu, orgulhoso, respondendo no lugar de (S/N) :
- E já estava na hora, não?
- Imagino que sim. - O olhar da mulher desceu pelo vestido vermelho e longo que (S/N) usava, e subiu de volta, observando o penteado no formoso cabelo negro, que prendia algumas mexas atrás com uma presilha de brilhantes. - Está feliz, querida?- Perguntou com um sorriso meio forçado. 
Nolan olhou para (S/N) , advertindo- a. 
Num ataque de rebeldia, (S/N) olhou para Muriel com arrogância e respondeu impetuosamente:
- Para ser sincera não. Estou odiando tudo isto, e não queria casar- me agora!
- Ora, que interessante descobrir isto!- Uma voz profunda,que estava ligeiramente rouca, e com um impacto arrepiante, disse logo atrás de (S/N) . 
A morena sentiu todos os seus pêlos do corpo arrepiarem quando se virou, gelada, e se deparou com aquele homem. 
Ele era muito alto, e bastante forte. Tinha um corpo atlético. Seu porte era arrogante e superior, como um rei. Os cabelos eram louro- escuro,acastanhados, e pareciam ser sedosos. A pele era bronzeada, e o rosto tinha traços perfeitos. Era incrivelmente belo. Mas mais do que bonito, ele exalava poder e sensualidade… 
Depois de apreciar isso, (S/N) o olhou nos olhos pela primeira vez. Um arrepio lhe subiu pela espinha. Eram olhos azuis, muito bonitos, porém… gelados. Havia um brilho de crueldade e frieza que deixou (S/N) com medo. Pareciam olhos de um diabo!
(S/N) sentiu- se intimidada por aquele homem no mesmo segundo. Tanto pelos olhos implacavelmente maldosos, como também pelo porte dele,que fazia (S/N) sentir- se muito pequena. 
- Prazer, senhorita. Sou Louis, seu futuro marido. - Ele disse numa voz rasgada e maldosa, observando (S/N) de cima à baixo. Ela tremeu. 
- Enfim chegou o noivo!- Nolan disse com satisfação. 
Louis tirou os olhos de (S/N) somente alguns segundos depois, pois as pupilas dilatadas dele pareciam pregadas na figurinha morena . (S/N) se encolheu toda diante daquele olhar. 
Deus, então seria aquele homem tão temível e assustador seu marido?
- Desculpem- me a demora. - Louis pediu com polidez. - Foi absolutamente indesculpável minha demora, ainda mais nesta data tão especial, mas tive um problema urgente a resolver quando estava me dirigindo para cá. Eu planejava chegar muito antes dos convidados, e obviamente antes de minha noiva, para me apresentar à ela devidamente. - Ele voltou seu olhar felino à (S/N) , sorrindo como um esgar pelo canto da boca. 
- Ora, não se preocupe!Já está aqui. - Nolan disse simpaticamente. 
(S/N) até estranhou, pois seu pai quase nunca usava aquele tom simpático com ninguém. 
Louis cumprimentou à todos. Tia Muriel pareceu ter gostado bastante dele, e (S/N) deu um sorriso irônico. Quem sabe até poderia se formar um trio contra ela na família: seu futuro marido, seu pai e a tia- avó. 
- Atenção!O noivo já está aqui!- Nolan disse em voz alta aos convidados, em tom alegre. 
Todos exclamaram em alívio e festejo, e bateram palmas para os noivos. (S/N) viu alguns olhares derretidos para ela e Louis da parte dos convidados, como se estivessem presenciando um ato de amor verdadeiro naquela cerimônia, e a morena teve vontade de vomitar. 
De repente ela se deu conta que Louis, seus familiares, e todos faziam silêncio. Louis e seu pai a olharam, como se esperassem algo. Sua mãe também a olhava, e (S/N) não entendeu. 
- Acho que esperam um beijo nosso, senhorita. - Louis murmurou chegando bem perto dela de repente. (S/N) se assustou, mas ele a segurou com firmeza. 
Um beijo?!Naquela hora, e na frente de todos?
Antes que (S/N) pudesse dizer alguma coisa, Louis baixou a cabeça e tomou os lábios dela com dureza e possessividade. 
Ela achou estranho, pois nunca tinha beijado ninguém e os lábios de Louis pareciam querer machucá- la!
Quando a morena emitiu um gemido de dor, Louis sorriu perversamente e se afastou. Enquanto todos batiam palmas alegremente, (S/N) olhou com raiva para Louis e viu ele observando- a com um ar maléfico. 
Deus, não iria se casar com aquele sádico cruel!!Nunca!
[…]
Após a cena do beijo, absolutamente constrangedora e aversiva para (S/N) , os convidados se adiantaram para cumprimentar os noivos separadamente. 
Louis foi tragado por uma multidão, que praticamente lhe engolfava com falatórios empolgados e tapinhas nas costas. (S/N) teve que reprimir o sorriso de satisfação ao ver aquilo. 
Mais tranqüila com a ausência daquele homem grande e arrepiante, (S/N) escapuliu para tomar um pouco de ar e beber algo. Estava nauseada com tudo aquilo. 
Enquanto bebericava uma água, perto de uma janela mais afastada, achou que finalmente encontrara um pouco de paz. 
- O que faz aqui isolada,Anne?Devia estar perto de seu noivo, como uma boa futura esposa!- Alguém disse com som sarcástico da voz. 
(S/N) virou para trás e viu sua tia Muriel olhando- a com um sorriso rasgado. Odiava quando ela usava seu segundo nome.
- Meu nome é (S/N) , tia. - A morena replicou, querendo sair dali. 
- (S/N) Anne . - Muriel deu de ombros, indiferente. - Anne é um pouco mais apresentável do que (S/N), por isso acho que deviam chamá- la assim como eu faço. 
- Eu gosto do meu nome, obrigada. - (S/N) fez uma reverência forçada e voltou a beber mais água. 
- Está tão magra. - Muriel comentou, com ar depreciativo, mirando (S/N) . - Anda passando fome por acaso?
- Não, senhora. Ainda bem que não tive o desprazer de ter uma filha com sua estrutura óssea. É muito pequena. - Atacou a mulher, e (S/N) suspirou. - Erondine graças a Deus nasceu com metade da beleza puxada à mim, e a outra metade à do pai. Que Deus o tenha, meu marido!Os genes de Erondine são completamente diferentes dos seus e de sua família. Ainda bem, não?- Muriel sorriu com um esgar. 
(S/N) sentiu vontade de pular em cima da tia- avó. Mas por outro lado teve muitas ganas de rir. 
Erondine era sua prima afastada, filha única de Muriel. A família sempre tinha querido mantê- las juntas e fazê- las amigas (com exceção de Muriel,que (S/N) tinha certeza que fazia de tudo para que a filha se mantivesse afastada dela), mas as duas garotas nunca tinham se dado bem. 
(S/N) no começo até tentara uma aproximação com a prima, mas Erondine fora sempre tão má que a morena aos poucos tinha desistido. A partir daí o convívio ficara mais difícil, pois as duas não se gostavam. 
Eram completamente opostas. Em tudo: Erondine era arrogante, egoísta, e com veia superior; era demasiado invejosa e superficial também. 
E em matéria de aparência, lembrava muito sua mãe,Muriel. As duas pareciam pertencer à uma família de sapos na opinião de (S/N) . Por isso a morena teve que prender um riso quando sua tia- avó disse que a filha tinha herdado, afortunadamente, metade de sua beleza. 
Afinal, não seria beleza a palavra… E sim feiúra. 
- Erondine volta quando de Paris?- (S/N) perguntou, para tentar desanuviar aquele clima. 
A prima tinha ido passar uns tempos lá. Fora embora há um ano, e nesse tempo que Muriel estava sem a companhia da filha, dedicava- se totalmente a perseguir (S/N) mais do que o normal. 
- Ela volta em alguns meses. - A tia respondeu com uma certa frieza. 
- (S/N) !- Nolan se aproximava, lívido. - Onde se meteu?Seu noivo está esperando- a!
- Para quê?- (S/N) perguntou assustada. 
- Como para quê?Vocês são noivos, não podem ficar a festa inteira em cantos separados!Venha já!
Com uma expressão apreensiva, (S/N) acompanhou o pai. 
Quando chegaram na mesa principal, destinada aos noivos, Louis já estava sentado; como um rei. Os olhos maliciosos brilharam ao ver (S/N) . 
Mas a morena achou aquele brilho um tanto maléfico. 
- Está entregue. - Nolan brincou com Louis. 
(S/N) , que se escondia atrás do pai, foi empurrada para frente com um olhar severo de Nolan . 
- Vou atrás de Rose agora, se me derem licença. Aproveitem a festa juntos. - Nolan se retirou, para desespero de (S/N) . 
Não queria ficar sozinha com aquele homem!
(S/N) olhou para Louis com os olhos arregalados na mesma hora. Ele riu baixinho, parecendo divertir- se. 
- Sente- se, eu não mordo. - Ele disse em tom inflexível. 
(S/N) sentou- se, mortificada. Afastou a cadeira dele, mas Louis puxou a cadeira (com (S/N) sentada) para mais perto com uma só mão, de uma vez. A morena se assustou com o ato brusco. 
- O que está fazendo?
- Não se afaste de mim. - Ele disse com a voz dura, segurando- a pelo queixo. 
(S/N) sentiu os dedos macios dele tocando seu queixo e sentiu um leve arrepio. 
- Agora que finalmente vou tê- la para mim, não permito que se afaste. - Louis disse.

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  Helloo! Primeiramente, essa fanfic não é minha, eu estou apenas postando aqui e pretendo posta-la até o final, pelo que já aqui ela já foi postada, mas nunca terminaram. Eu espero que gostem, caso não, eu excluirei =)

Amour DemoniàqueOnde histórias criam vida. Descubra agora