Capitulo 44

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Não deu tempo de falar mais uma palavra se quer, meu pai entrou no porão ou quarto sei lá, com aquele sorriso de vilão preste a matar alguém.

- Interrompi o papinho de vocês?.- Meu pai ri e ninguém responde ele.- Tiveram aquela conversa entre mae e filha? Queria que fosse em família mas tinha algumas coisas pra resolver.

— Você já deixou de ser da família a muito tempo.- Retruquei.

- Filhinha, assim você vai deixar seu papai muito triste.- Meu pai vai do meu lado mexendo nos meus cabelos fingindo de triste assim começa dar uma risada doentia. Não falei mais nada, fazendo meu pai ficar cada vez mais um "patrão psicopata" doente com o poder e liderança, não digo riqueza porque talvez esse seja o motivo que eu esteja aqui. Dinheiro. Cofre. Erick. Logicamente isso é uma cilada para Erick vim me "salvar" fazendo meu pai consegui pegar Erick. Droga, precisamos sair daqui antes mesmo do Erick chegar.

David olhava para mim e para minha mãe fazendo trocas de olhares, um plano talvez só com olhares. Minha mãe parecia ter entendido recado que David estava tentando passar, enquanto eu estava meio perdida no meio dos olhares e tentando distrair meu pai para que ele não desconfie dos olhares. Percebo que minha mãe está conseguindo desamarrar suas mãos muito disfarçadamente.

— Você não é o meu pai.- Falei qualquer bosta.

- Obama que eu não sou.- Meu pai se divertia.

— Não chega nem perto.- Revirei os olhos.- Nunca imaginei que você seria capaz de machucar sua esposa que tanto você amou e sua filha que você falava que era seu motivo de levantar pela manhã, não sei o que aconteceu com você, se o poder te subiu a cabeça. M-mas eu sei que agora, hoje o homem que está na minha frente não é o pai que eu amo ou amava, não é o homem que fazia a minha mãe sorrir quando tinha almoço em família aos domingos ou quando viajamos nos feriados...- Era apenas para distrair meu pai dos olhares, mas de repente comecei a falar tudo que eu estava sentindo agora e meses atras que me contaram quem realmente meu pai é. Começo sentir meus olhos lagrimejados.- Você não sente saudades dessa família que éramos? Você não sente saudades dos sorrisos?.- Falei com voz de choro e assim percebo que meu pai está parado totalmente em transe em tudo que eu acabei de falar, eu realmente consegui entrar na sua mente.- Pai, quer dizer.. Cláudio. Um dia você vai envelhecer se até lá não morrer...você vai ficar sozinho. Ou você acha que vai ter seus capangas até lá? Eles vão tentar te matar pra ter o poder da liderança, e se não tentarem te matar, até lá quando você estiver velho sem condições nenhum até mesmo de andar você vai precisar de alguém e pode ter certeza que esse alguém poderia ser eu, sua filha, sua esposa.

- Como você mesma disse; poderia.- Meu pai saiu da transe.- E não, eu não sinto saudades dos sorrisos que eram falsos igual essa distração.- Me assustei e entrei em choque, meu pai volta com o sorriso de vilão.- Esses trocas de olhares não vão levar a lugar nenhum.- Meu pai ri.

— Pai!

- David já passou da sua hora, não vou correr o risco de tirar a Bruna daqui.- Meu pai pega uma arma que está em uma velha mesinha de madeira um pouco ao lado da minha mãe e vai para cima de David pegando ele pelo pescoço percebendo que ele estava já quase todo livre dos nós da corda.

- Seu desgraçado.- Meu pai da um soco na barrigada do David tão forte, tão forte que até mesmo doeu em mim lembrando que pode ser eu no lugar do David daqui alguns minutos ou horas ou dias, sei lá. Mas tenho que reagir, meu filho está aqui na frente do meu pai que não tem piedade alguma com ninguém. Meu pai solta Davi no chão depois de mais alguns socos fazendo ele procurar ar e tirar sua dor o mais rápido possível. Eu começo a ficar desesperada, como vamos sair daqui sem o David para ajudar? Sua ajuda era essencial.

O Vilão da minha históriaOnde histórias criam vida. Descubra agora