DIZÍMO? A REALIDADE DESTA PARADA.

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Sem sombra de dúvidas, dízimo é o assunto mais debatido e controvertido hoje nas igrejas e fóruns de discussões teológicos. A grande discussão é se a prática do dízimo ainda se constitui como um parâmetro observável para os cristãos. Aqueles que se posicionam contrários a prática do dízimo, argumentam que o dízimo é um conceito da Lei e que não não tem nada a ver com o Novo Testamento, já que não vivemos mais na era da Lei, e sim na era da graça. Ainda outros, contrários, argumentam que o dízimo é uma prática opressora, imposta pelos líderes religiosos aos fiéis. Os argumentos opostos ao dízimo se multiplicam, seguindo a mesma linha de raciocínio. Diante desses argumentos, a pergunta que não quer calar é: isso tudo é verdade? O dízimo é realmente uma prática obsoleta para os cristãos? Acredito que a resposta a essa pergunta deve ser encontrada na Bíblia. Dízimo, que significa "a décima parte", aparece como prática, antes do estabelecimento da Lei (Leia Gênesis 14). Com a inauguração da Lei de Moisés, o dízimo é instituído como um princípio espiritual que deveria ser observado por todos os judeus. As referências bíblicas sobre o dízimo no Antigo Testamento, são muitas (Gênesis:14.20-21 ; 26.12 ;28.22 Levítico: 27.31-32 Número: 18.21 ; 18.24; Deuteronômio: 8.18 ; 14.22 ; 26.12; 1ª Crônicas: 29.5; 2ª Crônicas: 31.4-10; Neemias: 10.37 ; 13.12; Provérbios: 3.9 ; 3.16 ;10.15 ;11.24-25; Eclesiastes: 5.10-17 ;11.1; Oséias: 10.1; Amós: 8.5; Malaquias:3.8-10). No Novo Testamento a prática do dízimo não é abolida (Mateus: 6.1 ; 6.24 ; 23.23; Lucas: 11.42 ; 16.9-11 ; 21.1-4 ; 2ª Coríntios: 8.9 ;9.6-11; Hebreus: 7.2 ; 7.9), mas é reposicionada. No Novo Testamento o dízimo ganha a posição de PADRÃO DE REFERÊNCIA MÍNIMA de doação. Os apóstolos no livro de Atos, vendiam suas propriedades e bens e depositavam tudo aos pés dos apóstolos. O padrão de doação no Novo Testamento não são dez por cento dos rendimentos do indivíduo, MAS TUDO O QUE O INDIVÍDUO POSSUI. Sendo assim, o dízimo para nós cristãos, é uma espécie de padrão dos medíocres. Se você é um cristão medíocre, deve começar a exercer liberalidade com dez por cento dos seus rendimentos (padrão de referência mínima). Se é um cristão que já rompeu com a mediocridade, doará à obra de Deus, mais do que dez por cento dos seus rendimentos. Essas perspectivas são simples e se encontram todas na Bíblia. Basta fazer uma leitura honesta da Bíblia para compreender que discutir a aplicabilidade do dízimo é coisa de gente imatura e que ainda não entendeu o evangelho puro e simples. Acredito que as discussões sobre a viabilidade da prática do dizimo, ocorram por duas razões: deturpação teológica do assunto e apego ao dinheiro. O dízimo tem sido teologicamente deturpado pelos proponentes da Teologia da Prosperidade (teologia segundo a qual, o propósito de Deus para homem na terra, é que ele seja rico). Os adeptos da Teologia da Prosperidade deturpam a prática do dízimo ao apresentarem-na como agente de barganha com Deus. É o famoso "Dê, que Deus te devolverá em dobro". Particularmente tive experiências com Deus nessa área. Tenho sido ricamente abençoado na área financeira por crer e praticar esse princípio de liberalidade. Realmente Deus sempre nos abençoa EM DOBRO quando somos fieis na prática desse principio espiritual. O problema é quando o resultado (as bençãos) torna-se o motivador da prática e pior ainda, quando se utiliza a prática como um meio para se alcançar um fim (as bençãos). A Teologia da Prosperidade tem feito isso com o dízimo. Acredito que muita gente tem se posicionado contra o dizimo por causa da má apresentação do mesmo, por tal teologia. A segunda razão que tem levado muitos a se voltarem contra o dízimo, é o apego ao dinheiro. Os opositores da prática do dízimo, na sua grande maioria, são motivados PELO AMOR AO DINHEIRO. Tenho percebido isso no dia-a-dia pastoral. Vejo alguns jovens que "não concordam" com o dízimo, não por razões teológicas (nesse pequeno e despretensioso texto já ficou biblicamente claro que não há razões teológicas honestas para discordar de tal prática), mas por motivações de avareza e cobiça. Invariavelmente, são pessoas que ainda não de desvincilharam do amor ao dinheiro e que não estão dispostas a exercerem liberalidade no Reino de Deus. Uma constatação prática e lamentável que se pode fazer da vida de tais indivíduos é que vivem sempre em recessão financeira e com restrição nessa área. Como bem vimos, o dízimo é bíblico e um bom começo para quem está iniciando a caminhada com Deus. O princípio espiritual da liberalidade deve ser praticado no mínimo com dez por cento dos nossos rendimentos. Se não se consegue doar mais do que essa quantia a obra de Deus, comece com dez por cento. No Antigo Testamento (Malaquias 3.10), assim como no Novo Testamento (2ª Coríntios 9), o dízimo e as ofertas eram entregues para a manutenção da obra de Deus (Templo no Antigo Testamento e Igreja local no Novo Testamento). O padrão continua o mesmo nos dias de hoje. A prática do dízimo tem como finalidade dentre outras coisas (honrar a Deus, disciplina financeira, liberalidade...), AMPARAR A IGREJA LOCAL. Portanto, o dízimo não deve ser entregue para instituições de caridade, ONGs, agência missionárias e nem deve ser entregue para pessoas. A FINALIDADE É A MANUTENÇÃO DA IGREJA LOCAL. Em segunda instância, a igreja local tem a tarefa de contribuir no auxílio dessas instituições e na assistência dos menos favorecidos. Essa é uma responsabilidade da igreja local e de sua liderança. Ambos prestarão contas a Deus com o que farão com os dízimos dos fieis. Que você cresça em generosidade e na consciência do evangelho. Que a sua igreja não pereça por sua negligência em relação aos dízimos e ofertas.

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