Capítulo 15

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- Minhas costas estão doendo. A noite já passou e o dia está amanhecendo. Eu preciso parar para descansar um pouco. Que lugar é  esse que não cheguei ainda... E quem essa Mirabel de quem Bertz falou?

 Tempestade arrancou Moira dos seus pensamentos altos e começou a desacelerar quase como se estivesse lendo suaa mente, se é que ele não o faz. 

- Ouço barulho dos pássaros acordando. Pelos deuses, não é apenas pássaros cantando, sinto o canto das águas. Isso é um córrego? - Tempestade agora parou e Moira desceu apressada se aproximando para  saciar sua sede. Lavou seu rosto de joelhos na beirada do rio que tem águas tão cristalinas a fazendo enxergar seu próprio reflexo. Se levanto e puxou Tempestade pela correia solta.

- Venha meu amigo, sacie sua sede também. - Ele obedeceu. - Isso mesmo grandão, sei que está cansado, ambos estamos. - Recebendo carinho do seu cavalo.

- Onde estamos? Será que nos perdemos? - Levantou olhando ao seu redor. 

Tempestade levantou a cabeça como sinal de inquietação e começou a riscar o chão apontando para o lado esquerdo de Moira.

- O que? Que foi? - Perguntou curiosa, pois seu cavalo não parva de a empurrar.

-O que foi Tempestade? Porque está.... Não é possível. - Olhou admirada e perplexa. - O carvalho branco.

Imponente, grande e majestoso. Foi assim que Moira pensou ao ver a árvore que ela não conseguia enxergar seu fim de tão alta. Troncos largos, sustentavam galhos tão branco  como a neve no mais rigoroso inverno. Moira Caminhou em sua direção, com seu cavalo logo atrás.

- Veja Tempestade. Como ela é linda. Forte. Como se dissesse - eu sempre estarei aqui, resistindo a tudo e a todos, eu sempre estarei aqui. - Moira tocou no tronco da árvore maravilhada. O cavalo assentiu.

- Mas, e agora? O que devo fazer? Será que ela é mágica? Porque Bertz me enviou para cá? - Falou confusa. Como vou achar essa tal de Mirabel?

Mal terminou de falar, seu cavalo começou a ficar nervoso, riscando o chão e relinchando temeroso.

- O que foi tempestade? - Se aproximando do cavalo tentando acalmá-lo. - Calma grandão.

Mas, o cavalo não a atendia e continuava nervoso até que se ergueu tão alto que fez sua dona cair no chão.

- Tempestade, pelos deuses! pare! O que você está...

Mal se recuperou, Moira arregalou os olhos assustada com o tamanho do ser que estava na sua frente.

- O que é isso? - Perguntou Moira a si mesma levantando-se. 

- Carne. Sinto cheiro de carne. Fome, eu estou com fome. - Disse o gigante.

Moira rapidamente ao  ouvir aquilo gritou para Tempestade que entendendo seu comando  com sua princesa em suas costas se preparou para correr. Porém não o suficiente, pois a fera percebeu seu movimento e rugiu impedindo sua passagem.

- Tempestade, cuidado. - Gritou Moira.

A fera avançou para atacá-los e Moira percebeu que se não fizesse algo seria a próxima  a morrer por aquele monstro. Mas, o que era aquele  monstro jamais visto por ela?

O monstro era alto como um gigante, gordo e forte, ao redor do seu pescoço tinha um colar com crânios humanos e ali ela entendeu que com certeza, carne humana era sua refeição favorita. Seus dentes era grande e seu rugido foi tão alto que ela sentiu o fedor do seu odor bem na sua pele. Em suas enormes mãos estava uma arma aonde na ponta maior tinha vários pontos espinhosos que com certeza serviria para dilacerar sua carne se ela não agisse rápido.

Seu cavalo tentou ultrapassar mais uma vez, porém a fera outra vez o impediu desta vez avançando na direção dos dois. E de repente, como se o vento cantasse em seu ouvido ela ouviu: 

- Use a água. Use seus poderes.

Hã? Poderes? Águas? - Falou alto.

- Jogue a água em direção a ele. - Disse a voz.

- Água. - Gritou Moira sem pensar duas vezes levando suas mãos em direção ao rio.

Tão rápido quanto disse, as águas se moveram levantando-se em uma onda com barulho de cachoeiras e quando Moira direcionou suas mãos em direção a fera, a onda se agitou e foi atirada em sua direção.

A fera se debatia dentro daquele redemoinho de água e esse foi o tempo suficiente para Moira se desviar em cima do seu cavalo e fugir.

- Vamos Tempestade, corra. Vamos. Iaaa! - Bateu suas pernas no seu cavalo e ele obedeceu.

Assim que Moira se pôs a fugir, as águas caíram, a fera gritou e começou a correr atrás deles. Suas pisadas eram tão fortes que estrondavam o chão por todo o caminho. Moira percebeu que o monstro não tinha desistido e bateu com suas pernas mais forte em seu cavalo pedindo para que ele fosse mais rápido. 

- Fome, eu tenho fome. Carne, fome. - Gritou a fera atrás de Moira.

- Por entre as árvores Moira ia correndo sob seu cavalo esperando desesperadamente conseguir fugir. Virando-se para ver se o  monstro ficava para trás não percebeu que bem a sua frente tinha  uma árvore com galhos atrapalhando o caminho. Seu cavalo parou bruscamente erguendo sua patas para o alto fazendo com que Moira gritasse caindo novamente dessa vez  batendo sua cabeça numa pedra  a deixando desacordada. 



Bruxas e Guerreiros - O despertar do espírito (CONCLUÍDA)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora