O Idiota da minha escola

XXVII

Tentei discutir com a minha mãe falando que não tinha necessidade de eu ir para o hospital, mas eu e ela sabíamos que era mentira. Meu pé doia horrores e eu precisava saber o que aconteceu. 

Eu, ela e o Guto, por muita insistência, ficamos no hospital e todos meus outros amigos voltaram com a van para a escola. Devido ao estado do meu pé, não demorou muito para que eu fosse atendida. Fiz vários exames e tive que esperar algumas horas para obter o resultado.

-Eu vou comprar algo para comer. -O Guto falou. -O que vocês querem? 

-Qualquer coisa com muita gordura. -Falei. 

-Só um café. -Minha mãe disse tirando o dinheiro da bolsa. 

-Não precisa, eu pago. -O Guto falou e minha mãe sorriu. Ele saiu de perto de nós e eu fiquei sozinha com a minha mãe.

-Sabe que precisamos conversar sobre como você está se sentindo em relação ao seu pai. -Maldito Twitter fake.

-Isso faz tanto tempo, eu estou bem. Só estou com medo das pessoas me olharem com pena ou com nojo. 

-Isso não vai acontecer, Alice. As pessoas te amam, pelo menos as pessoas que você se importa, eles são seus amigo e não vão te julgar.

-Eu sei mãe, mas eu sempre lutei para manter isso entre poucas pessoas e agora todo mundo sabe. 

-Muita pessoas tiveram os segredos jogados no ventilador, elas não vão te julgar. Pelo contrário, vão fazer de tudo para esquecerem isso. 

-É, você tem razão. -Ela me deu um beijo na testa.

-Alice Walker? -O médico me chamou na sala de espera. 

Eu e minha mãe entramos no consultório dele e só deu tempo de mandar um mensagem para o Guto mandando ele esperar. 

-E ai doutor? Está tudo certo? -Minha mãe perguntou preocupada. 

-Como você caiu? -Ele desviou da pergunta da minha mãe com um tom de impaciência e grosseiria. 

-Eu estava dançando e pisei em falso. 

-E que pisada em falso. Você rompeu dois ligamentos do pé. -Ele falou com tom de tédio e indiferença. 

E eu, é claro, entrei em desespero.