Frestas

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Portas ou janelas entreabertas sempre me perturbaram profundamente, pois sentia como se alguém estivesse a me observar por aquelas frestas.
E para minha tristeza minha mãe sempre teve a mania de não fechar as portas dentro de casa. E não adiantava reclamar, ela nunca me deu ouvidos quanto a isso.
Aos 20 anos conheci Catarina, foi paixão fulminante.
Ela era maravilhosa, eu a amava tanto e era muito querida pela minha família e amigos.
Somente alguns meses depois decidimos morar só nos dois, e descobri que ela possuía a mesma mania de portas abertas.
Eu estava naquela fase super apaixonado quando os defeitos da pessoa amada são simplesmente ignorados pelo seu cérebro. Por conseguinte não falei uma palavra sobre o assunto.
Porém, dois meses atrás ela bateu o carro e não resistiu, por algum tempo tudo que eu fazia era chorar. Não conseguia pensar em nada além da dor de sua perda.
Mas agora percebo, depois que ela morreu, as portas ainda aparecem abertas; mesmo que eu sempre as feche.

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Espero que esse conto possa lhe conferir pesadelos. Caso tenha gostado, por favor, não esqueça de votar. Adorarei saber suas opiniões nos comentários.

SOTURNIDADE: Histórias de TerrorWhere stories live. Discover now