Capítulo 17

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Cheguei mais cedo porque to animada demais pelos próximos capítulos.A fase gato e rato tá acabando e agora só vai vir coisinhas lindinhas,prometo.

xx

Shawn Mendes's point of view

Eu ainda me sentia aéreo quando cheguei à empresa, algum tempo depois. Se o choque da possibilidade tinha tido todo aquele efeito nocauteador sobre mim, a confirmação triplicara aquela sensação de torpor irreal. Eu não via nada à minha frente, além da promessa de um futuro insólito e pouco encorajador.

Podia ser dramático, mas era assim que eu me sentia naquele momento. Eu tinha 28 anos, caramba, não me sentia preparado para ser pai. Eu não sabia ser pai. Nunca tinha sequer cogitado aquela remota possibilidade. Inferno, antes de Camila, nenhuma outra mulher tinha pisado em meu apartamento! E agora, embora não tivesse a mulher, teria um filho. Uma criança dependente e frágil, da qual eu seria metade responsável. E aquilo me deixava apavorado.

Na mesma proporção, eu me sentia furioso. Furioso com Camila, com sua omissão e consequente mentira. Independente do quanto aquilo me assustasse e eu não tivesse a mínima ideia de como agir com aquela nova realidade, era um direito meu saber. Era um direito meu escolher. E ela não me dera nenhum, omitindo e mentindo daquele jeito.

Ela não confirmara nada, mas estava mais do que óbvio que aquela criança era minha. Eu via aquilo cada vez que relembrava aquela conversa. E aquilo acontecia com uma frequência alucinante. Merda! Se o filho que ela esperava não fosse meu, aquela reação nervosa, esbaforida e atrapalhada não teria motivo de ser. Camila era a pessoa mais friamente controlada que eu conhecia. A menos que fosse colocada contra a parede. Como acontecera mais cedo. Ao se sentir pressionada, ela entregou tudo o que eu precisava saber. E era aquela batata quente que eu segurava nas mãos agora, sem saber para quem jogá-la.

Na verdade, eu não queria jogá-la para ninguém. Só desejava, desesperadamente, saber como lidar com ela. E eu ainda não sabia.

Passei por Andy sem dizer uma palavra e me fechei no escritório. Um filho com Camila. Naquela situaçã. Me joguei pesadamente sobre a cadeira e enterrei a cabeça nas mãos, com um suspiro cansado. Uma tentativa de risada nervosa escapou da minha garganta quando me recostei na cadeira e deixei o olhar se perder na imensidão organizada de minha sala. Então, lembrei de tudo o que tinha acontecido desde que Camila se mudara para aquele apartamento. A radialista feminista, a aproximação, a vingança estúpida, o reconhecimento e a descoberta. Tudo o que acontecera depois, nossas discussões e minhas tentativas frustradas de tentar esclarecer as coisas. O fim, os meses sem contato, e agora aquilo. Um roteiro digno de cinema, sem sombra de dúvidas. Mas, desgraçadamente, aquela era a minha vida. E o início daquela história, dez anos atrás, eu tinha escrito. Com aquela maldita aposta, aquela maldita imaturidade, que acabara gerando todo o resto. E era naquele ambiente conturbado que teríamos um filho. Porque, ao contrário do que ela dissera, o filho também era meu. E por mais absurdamente assustado que eu estivesse, não iria abrir mão dele.

Aaliyah: e então, eu vou ou não vou ser titia?

Ela entrou como um furacão, jogando todas as minhas dúvidas e pensamentos conturbados momentaneamente para escanteio. Andy vinha atrás, e eu tentei não olhar sua expressão assustada com o que tinha, indevidamente, escutado.

Shawn: tudo bem, Andy. Pode ir.

Aaliyah: não vou muito com a cara dessa menina – murmurou assim que fomos deixados a sós. – Tem cara de intrometida – revirou os olhos, largando a bolsa na cadeira.

Shawn: ela não é – respondi, pouco concentrado naquele assunto tão sem importância. Coisas maiores e mais conflitantes me ocupavam a cabeça.

O Pecado Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora