Capítulo 8: N de Nudez

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"But I'm not giving up, I'm just giving in." ― Florence and The Machine.


No fundo eu sabia que estava tempo demais em frente ao meu espelho do banheiro me analisando, até mesmo meu sono foi embora quando tudo o que eu pretendia naquela manhã de domingo era desapertar minha bexiga e voltar a dormir mais um pouco. Todo meu corpo parecia doer e minhas pálpebras pesavam quando fiz meu caminho até o banheiro. Acabei notando tarde demais o que estava me fazendo ficar parada de frente ao espelho, bendita hora em que decidi lavar as mãos, eu deveria estar mais preparada para encontrar aquilo.

Marcas. Grandes e arroxeadas dobrando meu pescoço e fazendo uma trilha vermelha, amarelada e arroxeada pela minha pele. Estiquei a camiseta e gemi quando reparei em meu seio marcado pelos dentes de Liam, aquele filho da mãe! Arrisquei tocar-me e estremeci com as regiões doloridas, tanto pelas horas da madrugada em que nos perdemos e como nos apertamos. Eu não poderia culpá-lo totalmente, lutando contra toda neblina e a razão, eu consigo lembrar-me de como também o mordi e arranhei com tamanha força que eu poderia apostar que ele tinha seu quinhão de marcas no corpo.

Sexta se tornou sábado quando tudo o que fizemos fora parar para comer algo salgado e tomar água antes de nos arrastarmos de volta para cama, beijos molhados entre nossas peles e toda vez que eu o segurava mais forte ele repetia o movimento com meu corpo, a forma como rolamos pela cama por horas em todas as posições possíveis. Os gemidos ecoando pelas paredes e seus grunhidos todas as vezes que meus dentes e minhas unhas encontravam pele nova para tocar. Quando dormimos eu fora a primeira a despertar e sábado passou rápido quando eu fizera um café da manhã e usando o resto do xarope nos bagunçamos meus lençóis outra vez, Liam chupando-me era algo que me fazia arrepiar só de lembrar.

Seus olhos esverdeados parecendo ouro líquido de prazer o marrom dourado cobrindo o verde enquanto ele lambia e chupava segurando minhas pernas firmemente entre suas mãos quando eu tentava fechá-las e implorava por alívio. Nunca pensara que eu poderia participar de uma maratona de sexo esquecendo-me do mundo afora como acontecera sexta e sábado em que tudo o que importava era nós dois e a bolha que construímos em meu quarto até o momento em que relutantemente Liam fora embora no final da noite. E assim eu caíra no sono e despertara para encontrar-me completamente cheia de marcas como prova de que nada fora inventado por minha cabeça.

Como chegamos a isso? Era uma regra.

― Eu sou uma estúpida! ― falei contra o espelho notando como meus olhos estavam largos e inchados, o rosto ainda amassado e meus cabelos em todas as direções possíveis.

O que me perturbava ainda mais era o fato de que eu sentia raiva de não sentir raiva disso. Eu fiquei ultrajada e chocada num choque inicial, mas depois todas as lembranças me invadiram e nada poderia me fazer arrepender daqueles momentos. Eram nossos jogos, não deveria haver realmente regras e agora que quebrados duas de quatro delas, eu não poderia me importar menos.

Você deveria. Você tem que cuidar das linhas traçadas nesse jogo, você não pode perder seu melhor amigo.

Decidi por tomar um banho e relaxar antes de fazer qualquer outra coisa, sono era algo que estava distante em minha mente no exato momento e deitar apenas me trariam mais lembranças que eu gostaria de manter abafados no momento. Puxei a blusa do pijama e a calça que o dia acabou esfriando e eu tinha preguiça de ter pegado um short para dormir, optando pela famosa calça de flanela, uma boa solução para todos.

― Mas que...

Presa no box do banheiro com a mão segurando o registro para fazer a água do chuveiro cair comecei a reparar em várias outras marcas. Minha pele estava levemente inchada e com claros sinais das mãos fechadas de Liam em volta da minha cintura. Flashs violentos sobre o decorrer da noite em que eu fiquei por cima e até mesmo quando ele me tocou no sofá com minhas mãos presas entre meu corpo e seu corpo prensando o meu por trás enquanto ele me segurava firmemente pelo quadril invadiram meus pensamentos. Arrepiando meu corpo e mostrando-me claramente o motivo de tantas marcas. Chupões pela parte de dentro das minhas coxas mostravam o caminho que ele traçara enquanto me provocava até o pico do prazer.

Alphabet WeekendsWhere stories live. Discover now