Capítulo 9: A de Aluno

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"I'm in love with the shape of you. We push and pull like a magnet do, although my heart is falling too, I'm in love with your body. Last night you were in my room, now my bedsheets smells like you. Everyday discovering something brand new, I'm in love with your body." ― Ed Sheeran



POV Liam

Uma noite em claro era o que sobrava para mim. Eu já não fazia ideia de que horas poderia ser, mas logo estaria clareando, o céu ficava muito escuro antes de começar a amanhecer. Ultimamente eu estava ficando muito ciente dessa ordem das coisas, dormir pouco estava se tornando meu hobby. Toda vez que eu fechava meus olhos a imagem de Ruby corada, mordendo meu maxilar e puxando meu lábio inferior olhando-me cheia de luxuria e vontade assaltava minha mente e fazia todo meu corpo ficar consciente do quão próximo ficamos de nós beijar e de como eu quis fortemente isso, e de como eu lutei fortemente contra isso.

Não era o momento. Não daquele jeito.

Lambi meu lábio desejando ainda poder sentir seu gosto, desejando que ela repetisse aquele gesto uma e outra vez até que eu a beijasse de verdade, pudesse sentir minha língua contra a sua, nossas bocas moldando-se como eu sabia que se moldariam. Desejar fazer o que eu queria há muito tempo desde o momento em que eu descobri que estava apaixonado por minha melhor amiga e já era um caminho sem volta.

"Faculdade estava me consumindo aos poucos, o mestrado estava tomando todo meu tempo e eu já não conseguia lembrar-me qual fora a última vez que eu consegui sair para ter uma noite de bebedeira com os amigos ou ter algum tempo de qualidade com uma garota que não fosse uma transa rápida e depois desculpas para que ela fosse embora.

Voltei a me concentrar no notebook velho que eu tinha sabendo que no dia em que ele batesse as botas eu estaria ferrado e precisando de dinheiro para poder comprar um novo. Bendita hora em que sai da loja de esportes e torrei meu dinheiro, as coisas deveriam estar mais fáceis e não tão complicadas assim. Escutei um barulho em minha porta como se alguém houvesse chocado-se contra ela e depois um resmungo.

― Porcaria de porta!

Sorri sabendo quem era ainda mais àquela hora da noite e estiquei-me no sofá puído vendo Ruby entrar resmungando e com o ombro empurrando a porta. Ela era levemente emperrada e se não fizesse uma forcinha ela não abriria e a pessoa não sairia ou entraria.

― Você deveria trocar essa maldita porta! ― reclamou massageando o ombro jogando os cabelos para o lado e assoprando a franjinha.

Mordi minha risada olhando para Ruby e rolando os olhos, ela estava levemente irritada com o mundo quando decidiu que era hora de mudar seu visual. Ela acabou aceitando sugestões de suas amigas da faculdade e fez algumas luzes no cabelo e cortou sua longa franja por uma franjinha na testa que ela constantemente reclamava de ter que acordar mais cedo todo dia para poder ajeitá-la. Minha melhor amiga era bonita e muito segura de si, mas eu sentia falta dos fios escuros, parecia combinar mais com sua pele queimada e as sardas ao redor do nariz de tanto sol no topo do prédio nos dias preguiçosos de verão, do que aqueles fios oxigenados e que lhe davam a aparência fútil, embora conhecendo Ruby como eu conhecia não dava mais duas semanas para ela tingir os cabelos em um tom escuro novamente e deixar a franja crescer de uma vez.

― Eu não tenho problemas com a porta ― gracejei deixando a pilha de papéis em cima da mesinha de centro e espreguiçando-me.

― Pois eu tenho! E eu vivo tanto aqui quanto no meu próprio apartamento já que se eu não alimentar um certo alguém, ele viverá de besteiras ou nem comer, come!

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