6 de maio de 1939
Querido diário,hoje completo 20 anos,20 anos de percas,20 anos de tristezas e decepções,20 anos de desenganos,de dramas e de rancores.
Olho o tempo passar as vezes e fico imaginando como deve ser uma pessoa normal,apenas uma simples garota,que se preocupa em qual a próxima roupa que irá vestir,a maquiagem que irá usar no baile de amanhã,em será que o garoto em que está apaixonada liga pra ela também,uma pessoa que tem direito de ser alegre.
A alegria existe sim,mas para as pessoas que apoiam Hitler e que não são judeus,ou negros,ou com deficiência,ou homossexuais etc.
As pessoas que têm alegria são aquelas que são brancas,de classe alta,sem nenhum tipo de religião,e que aceitam em seguir a cegas oque um homem cruel e imperfeito fala. Elas sim são felizes. Enquanto o resto da população sofre e passa fome.
judeus nos campos de concentração:
Está vendo esta linda foto aí acima? Alguns são meus amigos,enquanto outros infelizmente por livre e espontânea pressão tiveram que deixar de ser,se é que ficou bem claro.
Meu dia começou um pouco agitado com uma coisa que quase me matou:
– VENHAM TODOS PARA O AUDITÓRIO AGORA!— DISSE UM AGENTE NORMALMENTE COM RAIVA.
Fomos então para lá, quando geralmente isso acontece é porque algo não muito bom está por vir. Assim que olhei para o palco de madeira vi algo em que fiquei enojada e sem nenhum exagero,diria que fiquei muito mais muito apavorada.
Roda de despedaçamento:
"A roda de despedaçamento,conhecida também como a roda de Santa Catarina ou apenas a roda, era um instrumento de tortura utilizado para executar penas capitais desde a Antiguidade Clássica até o início da modernidade, principalmente em execuções públicas nas quais o condenado era preso à roda e tinha os seus ossos quebrados com martelos até a morte,como forma de punição e humilhação,a roda ainda era utilizada na Alemanha no século XIX."
Começaram então a fazer um sorteio,foi quando eu ouvi um nome:
– VENHA ATÉ AQUI CHARLOTTE AMELIE— Ele disse com voz de sarcasmo em alto e bom som.
Percebi então que era meu fim,olhei para os meus únicos parentes que me restavam do outro lado da multidão,mas nada poderiam fazer.
Engoli seco e junto com todas as palavras arranhadas que estavam sufocadas em minha garganta e fui; então me puseram na roda. Percebi que os olhos deles brilhavam para ver a maldade acontecer,transformavam aquele terreno em show de horrores.
Já estavam pegando os martelos e fazendo apostas entre si para quem iria ir primeiro,foi quando escutei um estalo,e a roda quebrou.
A ranger amargo de decepção era percebivel por todos que observavam,a multidão de almas apenas com ossos vibraram em minha vitória.
Foi então que me levaram;agora estou pensando se não era melhor que nada disso tivesse acontecido. A morte atualmente está sendo a opção mais confortável para acabar com toda a minha dor. Mas daí em defesa sempre vem aquele pensamento "se não estivesse acontecendo nada disso você não seria a pessoa que se tornou". Talvez ambos estejam certos..
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Talvez Tenha Um Final Feliz (Livro I- Sob Revisão)
Historical FictionA realidade sempre nos faz ter a idealização de que a felicidade é algo utópico,irreal,mero sonho do nosso subconsciente. E por incrível e mais medíocre que pareça acreditamos nisso,acreditamos que não existe mudança,e que só alcançaremos nosso perf...