21 - Rapto

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- Portanto, para ver se percebi, as nossas ancestrais criaram uma caçadora para eliminar a ameaça que o teu pai e o teu tio representavam e como ela está em Emor, acreditas que o responsável pelos ataques seja um deles. Porém como não queres acreditar que seja o teu pai, só pode ser o teu tio, que nunca viste e não fazes ideia de como é. - Fez uma pausa tentando juntar o resto que ouvira com um ar trocista. - Mais, todos pensam que o teu tio está morto por isso resta descobrir se se ergueu dos mortos ou se nunca morreu.

- Também gostávamos de ter resposta para isso. - A Diana irritou-se perante as insinuações de Hera.

- Chegaram também à conclusão, depois de uma conversa com uma bruxa morta, que precisam de uma bruxa de cada família fundadora de Emor para destruir essa tal caçadora. No entanto, precisam da ajuda dela para derrotar o teu tio. - Riu-se. - É só a mim que isto soa completamente louco?

- O Allen era assim tão insignificante para ti? - Cuspiu a Afrodite cansada de tanto sarcasmo.

- Não te atrevas sequer a questionar a minha dor. Desde o acidente que jurei vingança mas isto é louco demais. Não passamos de bebés de fraldas a tentar conduzir um carro, a única coisa que vamos produzir, é um despiste. - Atalhou a Hera levantando-se.

Admito que dito em voz alta e devidamente esmiuçado, parecia um devaneio infantil que cinco crianças tivessem a capacidade para solucionar o que tantos outros falharam mas era a única hipótese que tínhamos.

- Percebo o teu ceticismo. Talvez até a respeite mas se não atacarmos primeiro seremos nós a sofrer, o meu tio ou o meu pai, vão acabar o trabalho que começaram, matar todo e qualquer descendente destas famílias.

- Isso não faz sentido, para que matar as únicas pessoas que podem acabar com a caça?

- Porque eles não sabem isso, estão apenas a vingar-se de quem os atormentou.

- Vingança? - Inquiriu a Hera ligando dois pontos. - Quem é o teu pai Cassandra?

- Connor Blake.

- Então, deduzo que Klaus Blake seja o tio. - Disse voltando-se para nos encarar.

- Sim. Sabes alguma coisa sobre ele? - Questionei curiosa e esperançada indo ao seu encontro.

- Sei. - Respirou fundo para se acalmar. - Foi ele o responsável pela morte da minha mãe há 12 anos.

- Responsável, como assim? - Perguntou a Afrodite confusa cruzando as mãos por cima dos joelhos.

- Matou-a! - Respondeu rispidamente.

- Acabamos de resolver um mistério então. - As três olhamos para a Diana. - Supostamente o Connor matou o Klaus meses depois de teres nascido Cassandra para te proteger há 20 anos. - Concluiu esfregando as mãos nas pernas dobradas.

- Portanto o Klaus está vivo e o meu pai mentiu sobre isso. - Cuspi sentando-me de novo.

- Calma. Hera como sabes que o Klaus matou a tua mãe? - A Afrodite tentava soar razoável e não tirar conclusões precipitadas enquanto me esfregava o ombro esquerdo.

- Porque o fez à minha frente e apresentou-se. - O silêncio cobriu-nos por uns momentos. Ali estava a justificação para o ódio cego que sentia para com os vampiros. - Na altura, o meu pai esta na capital em trabalho, um sujeito apareceu a fazer perguntas, havia algo que o Klaus queria que apenas a minha mãe lhe podia dar e ela recusou. Tentou alcançar-me para a forçar a colaborar mas como não tinha sido convidado a entrar não conseguiu.

- Quantos anos tinhas?

Repreendi-me imediatamente por ter perguntado, porque o fizera de modo interesseiro. Queria saber se ela seria capaz de o reconhecer e aproveitara um momento pessoal e doloroso para o fazer.

A Prisioneira LivreDonde viven las historias. Descúbrelo ahora