Capítulo 61

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  Penúltimo Capítulo 

Elise...

O som da trava da porta de ferro soa e ela se abre, respiro fundo. Não queria estar aqui, mas Dante insistiu e disse que precisava saber. Ontem a noite ouvi ele discutir com o Adam. Adam estava possesso e disse que só prendeu um marginal, Dante retrucava dizendo que ele não era marginal, que ele só conseguiu descobrir aquilo que o Eduardo queria que ele descobrisse, estava passando pelo corredor no momento da discussão, preferia não ter ouvido.

- Porra, Dante. Está julgando meu trabalho?

- Não, estou julgando a forma que ficou obcecado pelo pai da Elise. A forma que queria prender o pai dela, e fez questão de não deixar ele ganhar no tribunal, sem direito a testemunhas?

- Me recuso a ouvir sua acusação...

- Recusa? Ele está preso e não tem a culpa do assassinato!

- Quê?

- Isso mesmo, quem matou foi Eduardo Junior, e não ele!

   Eu fiz questão de não ouvir mais, não queria ouvir mais nada. Só queria saber a verdade nesse momento, Dante tentou falar o motivo do Adam aparecer, mas não queria saber. Com a gravidez eu me sentia feliz uma hora, na outra estou triste e chorando e tem vez que estou puta da vida. Nesses dias ando puta da vida, Dante que sofre comigo. Então começo a chorar e peço ele desculpas. Não quero que ele leve a culpa, por isso aceitei vir aqui a pedido dele. Mas se dependesse de mim eu não estaria aqui neste momento.

- Ele já está à sua espera! -- um policial fala comigo, confirmo com a cabeça e entro. 

  Dante está no carro lá fora me esperando, ele disse que vai estar lá quando eu voltar. Entro e vejo meu pai sentado em uma cadeira com as mãos algemadas em cima da mesa, não é fácil encarar ele. Queria uma visita ao qual eu falava com ele por um lado e ele do outro e uma parede vidro nos separando, mas o Dante conseguiu uma visita ao qual se eu quisesse poderia abraçar ele, eu queria, mas... Respiro fundo outra vez e me sento na sua frente, ele sorri fraco para mim e continuo com uma cara sem expressão para ele.

- Sua barriga está linda... -- ele diz e suspira. -- Dante me disse que está de sete meses...

- Sim, semana que vem faço oito.

- Eu...

- Não temos muito tempo, Jorge. Eu só vim pois o Dante insistiu, se não nem aqui estava. -- sei que fui fria, mas agora cara a cara, eu só sinto raiva. Ele julgou mamãe, não acreditou em mim, me acusou de algo que nunca imaginei que meu pai fosse acusar.

- Sim, eu sei... -- ele abaixa a cabeça. -- Queria dizer a verdade... Eu não sei como começar

- Que tal pelo começo? Quando traiu mamãe?

- Eu... Foi um tempo depois de descobrir a doença da Elena...

   Meu sangue ferve. Ele teve coragem de fazer isso no momento mais difícil, por que ele não segurou o que tem entre as pernas um pouco mais?

- Seu cretino...

- Apenas me ouça, filha...

- Não me chame assim, deixei de ser sua filha no dia que me chamou de vadia! -- Me levanto irritada. -- Não acho que deva saber de algo, você é um mentiroso, só se importa com dinheiro e está pouco se lixando para família.

  Dou as costas, não vou ouvir mais nada dele. Eu pensei que já tivesse o perdoado, mas agora cara a cara, vi que não, que ainda guardo remorso do que aconteceu, mamãe morreu amando esse cara, ela morreu sabendo que ele não a amava.

Uma Babá Inexperiente - Indisponível em SetembroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora