Capítulo 11

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-Porque é que ele não disse quem era o líder da Ordem do Fogo no diário?! -Oliver diz ao folhear o diário. Estávamos de volta ao meu apartamento, é mais seguro que o de Oliver. 

-Ele sabia quem era mas nunca escreveu nenhum nome ou identificação.

-Espera.- Passou algumas páginas rapidamente. - 22 de março de 1998! -Exclamou como se tivesse acabado de descobrir algo. -É o meu aniversário! Eu estava lá com ele no dia em que eles o encontraram! Eu lembro-me! 

-Oque? Estavas onde?-Perguntei confusa.

-Ele levou-me com ele numa das suas viagens, eu lembro-me porque fiquei irritado por ele ter que trabalhar no meu aniversário! Eu fui ao carro buscar qualquer coisa e fiquei lá trancado e alguns minutos depois ele veio a correr para o carro e estava perturbado com algo.

-Sim mas isso não nos ajuda em nada.

-Pois não, mas é um facto interessante. -Tirei-lhe o diário das mãos.

-Farta de factos interessantes est -Calei-me ao ler mais atentamente uma página do diário.

-Est? Estas tão farta de factos interessantes que nem acabas as frases?

-Lembras-te de algum bar chamado "8Flame"? - olhei para ele.

-Sim, porque?

-Aqui ele diz que o bar "8Flame" era o local que os membros da Ordem usavam para se encontrarem sem dar nas vistas.

-É possível. 8Flame era um dos maiores e melhores bares de Londres. Todos os miúdos da minha escola queriam lá ir quando tivessem idade mas acho que fechou, nunca mais ouvi falar mais nisso.

-Procura no teu telemóvel. Deve de haver alguma informação sobre o dono.

-Não tens telemóvel? -Assenti negativamente. -Quem é que não tem telemóvel hoje em dia?! -Riu-se.

-Não preciso de um telemóvel. Não tenho laços de amizade com ninguém humano e nós demónios não comunicamos uns com os outros com telemóveis.

-Então como é que comunicam?

-Cara a cara! Agora para com as perguntas e pesquisa. -Ele fez o que lhe pedi enquanto murmurava algo sobre ser mais fácil se eu tivesse um telemóvel.

-Existe pouca informação -Respondeu minutos depois. -Mas consegui encontrar um artigo de jornal de dezembro de 2004. Diz que o Bar fechou devido a problemas de gestão. Não tem nenhuma informação sobre o dono.

-O teu pai morreu quando?

-A 12 de Março de 2004.

-É suspeito um bar tão famoso ter fechado poucos meses depois da morte do teu pai.

-Não há nada de suspeito. O bar definitivamente é uma pista. E aposto que o Dono está envolvido, uma organização de demónios que quer tirar o Diabo do trono não tem como base qualquer sítio em que não tenham 100% de confiança. Não temos é qualquer pista de como encontrar o dono.

-Talvez até tenhamos. Conheço um tipo.

-Demónio? - Perguntou-me.

-Demónio.

   Consegui estacionar perto do lugar onde íamos. Usei o carro pois não há tempo a perder a andar a pé por uma das maiores cidades do mundo. Felizmente não há muito transito depois das 10 da noite.

-Ainda acho que não devias de ter vindo.

-Eu precisava de vir. Estamos quase a descobrir quem matou o meu pai. Eu tinha que vir. -Normalmente um humano normal apercebia-se que o assunto é frágil e mudava-o. Ainda bem que não sou nem normal nem humana.

-Mas eu vou falar com ele sozinha. Ele não gosta de humanos desconhecidos a exigirem-lhe informações. E também não seria muito esperto levar o filho de um caçador que provavelmente matou alguns dos seus amigos e familiares ao seu encontro.

   O segurança conhece-me e deixou-nos entrar sem esperar-mos na fila. Lá dentro as luzes eram vermelhas e azuis escuras e a única parte mais iluminada eram os diversos pequenos palcos com raparigas semi-nuas a dançar e até um ou dois rapazes. Típico bar de strippers. Era um bar muito concorrido por ambos os sexos e tinha boa musica para todas as ocasiões. Pelo que eu sei de hora em hora há 10 minutos de danças de strippers e o resto do tempo a musica alegra quem ocupa a pista de dança que percorre o bar inteiro por entre os diversos mini palcos.

-Diverte-te. - Apontei para os palcos que estavam ocupados nos seus 10 minutos de brilho por hora. Ele percebeu que dali para a frente eu ia sozinha e não me seguiu perdendo-me de vista por entre a multidão.

Cheguei ao pé do segurança que estava de guarda às escadas que levavam ao escritório de Max. Também ele demónio. Falou para a manga do seu casaco e suponho que recebeu uma resposta pelo auricular que usava ao ouvido. Um belo exemplo de como demónios comunicam para o Oliver ver. O segurança tirou a corda vermelha que fechava inutilmente o caminho. Subi as escadas e rapidamente estava no escritório de Max. As paredes tal como em todo o estabelecimento eram pretas. Uma parede inteira era uma janela que dava para observar todo o bar, mas ninguém conseguia ver o escritório pois do outro lado apenas parecia ser um espelho gigante que estranhamente estava apenas numa parte alta de uma parede e aparentemente sem função nenhuma que não seja decorativa. Maximus estava sentado na sua secretária a mexer em alguma papelada mas parou assim que eu sai das escadas e entrei no escritório.

Vai ser uma longa noite...

A filha do Diabo. ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora