Parte 18- Angelique

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Eu acordo ouvindo algumas vozes preocupadas ao fundo, o que será está acontecendo?

Abro meus olhos, mas não foco em nada porque neste instante está passando um filme do que aconteceu na minha cabeça. Como se eu tivesse saindo de um transe, pisco algumas vezes e no meu campo de visão aparece o Edgar, tudo o que eu queria naquele momento era um ombro amigo para chorar.

Eu abraço o Edgar com tanta força que acho que vou mata- lo sufocado, ele não me afasta e fica me confortando até eu me acalmar, momentos depois sinto as mãos da Isa nas minhas e isso era tudo o que eu poderia querer: meus dois grandes amigos aqui comigo! 

Não consegui ficar na empresa, a minha cabeça estava doendo muito e eu precisava ficar sozinha para pensar sobre o que eu iria fazer daqui para frente. Eu poderia sair de lá e nunca mais voltar, mas do que adianta fugir dos problemas se no final eles sempre voltam?

Assim que eu saí do escritório a Isa e o Edgar queriam me acompanhar a todo custo em casa, mas eu não achei justo eles largarem o serviço por mim. Eu afirmei que estava bem e que se eu precisasse eu ligaria. A Isa queria passar aqui mais tarde, mas eu só queria ficar sozinha, eu até entendia a sua preocupação porém eu preciso de espaço para respirar e ela aceitou a minha decisão mesmo a contra gosto.

Cenas do Henrique saindo da minha sala com lágrimas nos olhos não saiam da minha cabeça, toda vez que eu fechava os olhos era o seu rosto triste que aparecia e em cada vez que isso acontecia, eu sentia que o meu coração se partia ao meio. Eu podia ver em seus olhos o quanto estava afetado pelo que havia acontecido, sinceramente não sei o que fazer só sei que eu queria que as coisas tivessem sido diferentes.

No caminho de casa, eu desabei chorando copiosamente, o taxista ficou preocupado comigo, eu disse que não era nada e que só queria chegar em casa o mais rápido possível e assim ele fez. Eu o agradeci e subi para o meu apartamento, peguei o elevador e desci no 6° andar.

Meu apartamento não é grande, mas é meu e eu adoro ele, nada é melhor do que o conforto do nosso lar. Assim que entro nele me sinto mais aliviada, fecho a porta e vou para o meu quarto e lá dentro dou de cara com a foto dos meus pais sorrindo totalmente felizes, eu peguei aquela foto lembrando de como as coisas eram mais fáceis com eles do meu lado. Acredito que nessa hora minha mãe estaria fazendo carinho em meus cabelos e estaria me confortando.

Deito em minha cama, nem me dou ao trabalho de trocar de roupa, eu fico ali pensando na minha vida. Quando eu sai do Alabama para vir para o Rio, a minha intensão era tentar esquecer os pesadelos que passei e recomeçar do zero, onde as pessoas não me conheciam e nem sentiam pena de mim, mas foi só conhecer o Henrique que tudo mudou. Não sei como, mas ele desperta sentimentos em mim que nem eu sabia que existiam e isso me confunde. Conforme vou pensando no meu dia desastroso, o cansaço emocional me atinge em cheio.

Nem 1 hora havia se passado quando acordei com um som tocando em algum canto do meu quarto, quando dei por mim noto que é o meu celular tocando.

- Oi amiga como você está se sentindo? - era a Isa com a voz preocupada.

- Eu estou bem flor, só com um pouco de sono. - o meu corpo todo doía, eu preciso de um bom banho para relaxar.

- Pela sua voz você estava dormindo, me desculpe por te acordar. - ela estava se sentindo culpada, só a Isa mesmo.

- Sem problemas, foi até bom porque eu cheguei capotando e nem tomei meu banho. - falo me espreguiçando um pouco.

- Angelique eu preciso te falar uma coisa importante. - o que será que houve, ela parece meio receosa.

- Pode falar Isa, sou toda ouvidos. - sou muito curiosa e já estou apavorada pensando que poderia ser algo relacionado ao Henrique.

- Hum... então é que..... - a coisa deve ser séria para ela está enrolando desse jeito.

Incendeia-meWhere stories live. Discover now