Capítulo Sete

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Fazia muito tempo que eu não ia a uma festa, ainda mais solteiro. Pra falar a verdade eu não me lembrava da última vez que fui a uma. Tive dificuldade em decidir com que roupa eu iria, o tênis que iria colocar, o perfume que usaria... Em tudo eu estava com dúvidas. Por fim decidi ir com uma camisa azul, calça jeans e tênis All-Star.

O Renato passou em casa às oito da noite. Estava com um carro maneiro e com a Tessália no banco da frente.

- Eae cara, pronto pra sacudir o esqueleto? - Perguntou ele animado. Eu estranhei por que "sacudir o esqueleto" já não era uma linguagem tão popular.

- É... Acho que sim. Vamos lá - Respondi também animado. Tinha sido um dia bom, eu queria que a noite fosse igualmente boa, ou melhor.

- Lembra da Tess?

- Lembro sim. Eai, Tessália! - Cumprimentei a Tessália.

- Olá Edu. - Disse ela em resposta.

Aquela noite estava linda, a lua reinava absoluta, grande e brilhante no céu, rodeada por estrelas. Parecia que tudo tinha sido desenhado a mão e colorido com canetinha.

O caminho de casa até a festa não era muito longo, permaneci quieto nele todo só olhando o luar enquanto o casal conversava no banco da frente.

- Chegamos! - Disse Renato me despertando da minha distração - Você vai ser divertir muito meu caro. Nós todos vamos!

- Ebaa! - Exclamou Tessália dando literalmente pulinhos de alegria - Estou ansiosa.

Desci do carro, olhei em volta para me localizar. Como eu não costumava muito ir em festas eu planejei ficar apenas um pouco naquela, então iria sair dela à francesa, pegar um ônibus e voltar pra casa. Mas não foi exatamente isso que aconteceu.

A casa onde a festa estava acontecendo tinha o aspecto antigo do lado de fora. Tinha dois andares, três janelas e algumas partes da parede estava sem reboco deixando à mostra tijolos antigos. Daqueles pequenos. Quando cheguei perto dela percebi que aquilo era intencional, o dono quis dar um ar mais antigo à casa e na minha opinião deixou a casa mais elegante.

- A festa vai ser na casa toda. Ele fez uma decoração de balada lá dentro - Disse o Renato olhando para a casa com um sorriso no rosto - A parte de baixo é um bar.

- Legal. Criativo. Eu nem perguntei, mas quem é o dono da festa? - Perguntei

- É o Otávio, um amigo meu do jornal. Ele entrou depois de você ter saído.

- Ah!

Entrando na casa deu pra perceber o que o Renato havia me explicado. Havia um bar igual a um de uma balada com barman, balcão, cadeiras e pessoas pedindo drinks.

A música ainda não estava tocando, percebi que tínhamos chegado cedo. Iríamos abrir a festa. A parte de cima era mais escura que a debaixo, mas com luzes piscantes e um globo espelhado no teto. No centro do salão havia um espaço quadrado para a pista de dança com pisos quadriculados. Não sei se era um tapete, pintura ou se o chão era mesmo daquele jeito, mas tudo estava com cara de balada.

- Renato, você veio mesmo. Bem vindo, amigo. - Disse um homem baixo, gordo e careca vindo em nossa direção.

- Otávio, muito obrigado pelo convite. Você deixou esse lugar incrivelmente parecido com uma balada. - Respondeu Renato ao nosso anfitrião.

- Pois é. Eu me esforcei né... Essa será a casa que vou morar daqui um tempo, a festa é pra comemorar o fim da reforma dela. Daqui a pouco o DJ começa a tocar. - Disse Otávio com um ar orgulhoso. Eu não havia reparado mas ao fundo do salão havia uma mesa de Dj e o próprio já estava se preparando para começar a tocar.

Os Motivos para ViverOnde histórias criam vida. Descubra agora